Padre espanhol e duas freiras foram infectados pelo Ebola na Libéria

Padre Miguel Pajares, sacerdote da Ordem Hospitaleira de São João de Deus responsável pelo hospital católico de São José de Monróvia (capital da Libéria), e duas freiras missionárias tiveram resultado de exame positivo para Ebola, doença contagiosa que já infectou 1.603 pessoas, deixando 887 mortos. Ele trabalha na África há 54 anos; desde 2007 atuava na Pastoral dos Enfermos do hospital da Libéria.

Foto de: El Mundo

Padre Miguel durante atendimento a paciente.

A Força Aérea espanhola enviou um avião para resgatar o padre, que receberá tratamento em Madrid. "Tenho febre. Não tenho apetite (...), tenho muitas dores nas articulações. Preciso de ajuda para ir de um lugar para o outro", contou, na segunda-feira, o padre Miguel Pajares à televisão norte-americana CNN.

O padre de 75 anos, natural de Toledo, cuidou do diretor do hospital, Patrick Nshamdze, que no último sábado (02) morreu infectado com o vírus. Como os primeiros testes revelaram-se negativos, o padre espanhol continuou a cuidar e a alimentar o camaronês, até que lhe foi também diagnosticada a infeção com o vírus.

As irmãs que estão em isolamento na Libéria são a congolesa Chantal Pascaline Mutwamene e a guineana Paciencia Melgar, que pertencem à Ordem da Imaculada Conceição. Elas são mantidas em uma instalação com outras 46 pessoas, mas também devem ser levadas à capital espanhola.

A missionária americana Nancy Writebol, 60 anos, que também foi contaminada pelo vírus na Libéria, já chegou aos Estados Unidos para ser tratada num hospital devidamente equipado, em Atlanta.

O outro norte-americano também infetado na Libéria, o médico Kent Brantly, 33 anos, foi tratado neste hospital e o seu estado de saúde melhorou.

Os primeiros casos de febre hemorrágica, em grande parte devido ao vírus Ebola, foram relatados em março na Guiné e a epidemia já fez cerca de 900 mortes na África Ocidental.