As festas litúrgicas são uma forma de fazer memória e compreender melhor os impactos que a mensagem cristã tem sobre nós.
O mês de junho, tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, por conta da solenidade que neste ano de 2025 será no dia 27, possui muitas outras celebrações importantes.
O missionário redentorista Padre Camilo Júnior, C.Ss.R. explica a origem das festas importantes e solenes da liturgia neste período:
“Todas as festas litúrgicas partem do Mistério Pascal. A Páscoa é o grande coração da liturgia, é ela que dá sentido a todas as outras celebrações que, como comunidade de fé, ao longo do ano vamos rezando. A partir da Páscoa, a liturgia celebra tantas outras festividades que nos remetem sempre ao mistério de Cristo, onde está nossa esperança de vida”, diz.
Pentecostes

A solenidade de Pentecostes, que celebraremos no domingo, 8 de junho, acontece após 50 dias da Páscoa encerrando o tempo litúrgico. Na segunda-feira seguinte retoma-se o tempo comum que foi paralisado no início do tempo quaresmal.
Esta celebração recorda o dom do Espírito Santo, que dissipa a confusão de Babel (Gn 11,9): com a morte, ressurreição e ascensão ao Céu de Jesus, os povos voltam a se entender com a mesma língua: a do amor.
Segundo o Pe. Camilo, dentro da Liturgia Judaica, na época de Jesus, já havia a Festa da Colheita, onde o povo se reunia e agradecia os dons e frutos do seu trabalho. Por esse motivo, os discípulos estavam reunidos no Cenáculo, junto com Maria.
“Enquanto rezavam, pousou sobre eles o Espírito Santo, como línguas de fogo descidas do céu. Pentecostes é a realização da promessa de Jesus. 'Eu vou para o Pai, mas deixo sobre vós o Espírito Santo'. Essa festa marca o momento em que os discípulos entendem que é preciso dar continuidade à Igreja missionária”, conta o padre.
A cor litúrgica da celebração é o vermelho e o Círio Pascal é apagado e só será aceso nas celebrações de primeira Eucaristia, crisma e batismo.
Santíssima Trindade

Com a Solenidade de Pentecostes, termina o tempo Pascal e retornamos o tempo comum: quando os sacerdotes usam paramentos verdes. Celebramos no domingo seguinte, 15 de junho, a festa da Santíssima Trindade.
Como afirma Pe. Camilo, na liturgia, nós vivemos a manifestação de um Deus que é um só, mas em três pessoas, se relaciona conosco.
Quando lemos o Antigo Testamento, temos muito presente a imagem de um Deus Pai Criador, que nos criou à Sua imagem e semelhança. No Natal, celebramos o mistério do Deus Filho, o Verbo Eterno, que assume a nossa carne e vem viver no meio de nós.
“Pentecostes nos coloca diante do encontro com Deus no Espírito Santo. A Festa da Santíssima Trindade nos leva a celebrar o nosso encontro com Deus nessas três pessoas, que se relacionam na plenitude do Amor. Deus é pessoa e, com Ele, nós podemos nos relacionar”, resume.
Este Deus, que se apresenta como Uno e Trino, não está distante, como parece, mas tão perto de nós, como Pão partido, Corpus Christi, que celebraremos na próxima quinta-feira.
Corpus Christi

Nesta solenidade, do dia 19 de junho, celebra-se uma festa bastante antiga na Igreja, que remonta ao século XIII. É o único dia em que o Santíssimo Sacramento é levado em procissão pelas ruas das cidades.
Padre Camilo explica a origem dessa expressão de fé, contando a história da relação de Santa Juliana com Jesus Eucarístico, em Liége, na Bélgica. O redentorista contou também alguns milagres eucarísticos que formam a origem dessa celebração tão importante para a Igreja.
“O Papa João XXII estendeu a festa, que antes era celebrada apenas na Itália e na Bélgica, para toda a Igreja, definindo a data para a quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade”, conta ele.
:: Os tapetes de Corpus Christi
Natividade de São João Batista
A Igreja celebra a solenidade do nascimento de São João Batista no dia 24 de junho e, no dia 29 de agosto, recorda o seu martírio. É interessante notar que nenhum outro santo tem essas duas celebrações litúrgicas, normalmente, a Igreja celebra apenas o “nascimento para o céu”, ou seja, a morte.
As exceções a essa regra são Jesus, o Filho de Deus (cujo nascimento e morte são celebrados no Natal e na Sexta-feira Santa), e a Virgem Maria (com festas em 8 de setembro e 15 de agosto).
Sagrado Coração de Jesus

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus acontece, justamente, na sexta-feira da semana seguinte à Solenidade de Corpus Christi, no dia 27 de junho.
“Nas Sagradas Escrituras, o coração é sempre a imagem do Amor de Deus, revela o amor que Deus quer nos oferecer. O Coração de Jesus revelou o Amor do Pai. Não há maior prova de amor do que aquele que entrega a própria vida. Nosso amor deve ser do jeito que este Coração primeiro nos amou”, explica.
Padre Camilo também falou da origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, com Santa Margarida Maria Alacoque, a quem Jesus fez suas 12 promessas.
::. Leia mais sobre a Encíclica do Papa Francisco sobre o Sagrado Coração de Jesus
::. Saiba mais assistindo a entrevista do A12 com o Pe. Camilo Júnior, C.Ss.R.:
Fonte: Vatican News | CNBB
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