No dia 20 de Junho é celebrado o Dia Mundial do Refugiado, data criada em 2000 pela Organização das Nações Unidas e que ajuda a guiar ações e campanhas globais de solidariedade, acolhimento e luta pela valorização da vida daqueles que são forçados a se deslocar por algum motivo.
Até o final de 2024, 123,2 milhões de pessoas de todo o planeta foram forçadas a se deslocar devido a perseguições, conflitos, guerras, violência urbana, violações de direitos humanos e eventos que de alguma forma perturbaram a normalidade e a ordem social em seus países, regiões ou cidades de origem.
É o que mostra o preocupante relatório “Refúgio em Números”, divulgado pela ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados. O documento aponta ainda que, no período de 2015 a 2024, o número de pessoas que se tornaram refugiadas praticamente dobrou em comparação ao levantamento anterior.
Para 2025, a ACNUR divulgou mundialmente o slogan do Dia Mundial do Refugiado, que diz: “Solidariedade com os refugiados”.
O documento oficial também o tema da celebração deste ano: “O Dia Mundial do Refugiado de 2025 será um momento para demonstrar solidariedade com os refugiados, honrar suas histórias e mostrar apoio inabalável à sua situação”.
“Quando a ajuda humanitária desaparece, as pessoas forçadas a fugir são as que mais sofrem. O apoio está desaparecendo, mas a equipe e os parceiros do ACNUR não desistem. O Dia Mundial do Refugiado é um chamado à solidariedade”, disse Cate Blanchett, atriz e Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, no mesmo documento.
O relatório da ACNUR apontou que até o final de 2024, uma em cada 67 pessoas em todo o mundo havia sido forçada a se deslocar por sobrevivência própria e de sua família, a maioria vivendo em países de baixa e média renda.
Esses número incluem deslocamentos dentro do próprio país, e também aqueles que precisaram imigrar em busca de asilo no exterior.
O Sudão, país do continente africano assolado por uma guerra civil, com 14,3 milhões de deslocados internos, tornou-se a nação com o maior número de pessoas refugiadas no mundo.
Seus números superaram a Síria, que contabiliza 13,5 milhões de deslocados. Em seguida vêm o Afeganistão, com 10,3 milhões e a Ucrânia, com 8,8 milhões.
A crise global de deslocamento afeta profundamente também os países do continente Americano. Segundo o relatório da ACNUR, a população de refugiados assistida ou protegida em países das Américas até o final de 2024 alcançava 21,9 milhões de pessoas, ou seja, 17,6% do total mundial.
Em países como o Haiti, por exemplo, o deslocamento interno triplicou em 2024, passando de 313,9 mil para mais de 1 milhão de pessoas.
Na Colômbia, país com largo histórico de problemas envolvendo os cartéis do tráfico de drogas, 7 milhões de pessoas se deslocaram internamente, fugindo dessa violência. Esses números fazem do país sul-americano uma das nações com maios taxa de deslocados internos do mundo.
Nos últimos anos, o Brasil passou a ter um papel mais efetivo e ampliado no acolhimento de refugiados. Segundo os dados do relatório mais recente da ONU, entre 2015 e 2024, o Brasil recebeu 454.165 pedidos de reconhecimento de condição de refugiadas, vindas de pessoas oriundas de 175 países.
As principais nacionalidades que solicitam asilo no Brasil são venezuelanos (266.862), cubanos (52.488), haitianos (37.283) e angolanos (18.435). Juntas, essas quatro nacionalidades correspondem por 82,6% do total de solicitações registradas no país na última década.
Ao final de 2024, o Brasil contabilizava 156.612 pessoas reconhecidas como refugiadas, o que representa um aumento de 9,5% em relação a 2023.
Especialmente na última década, coincidindo com o período em que o Papa Francisco liderou a Igreja, existiu um alinhamento muito forte do ideário católico com o discurso de solidariedade presente nas ações e campanhas globais da ONU.
Isso reforçou a necessidade de defender, especialmente com ações práticas, os refugiados de todo o mundo. Em 2024, o Papa Francisco publicou uma mensagem por meio das redes sociais em que disse:
“Os rostos, os olhos dos refugiados pedem-nos para não virarmos as costas, não renegarmos a humanidade que nos irmana, para assumirmos as suas histórias e não esquecermos os seus dramas.”
O Papa Leão XIV também já se pronunciou de forma enfática e no mesmo tom solidário e de amor em relação àqueles que são forçados a se deslocar por razões de segurança pela própria vida.
Em uma reunião com diplomatas baseados no Vaticano no último mês de maio, o atual Pontífice se colocou ele próprio como resultado de um processo migratório, tanto nas origens familiares como na própria trajetória eclesiástica.
E pediu que a dignidade das pessoas migrantes — onde também se incluem os refugiados — seja respeitada pelos governos de todo o mundo.
“A minha própria história é a de um cidadão, descendente de imigrantes, e também emigrado. Cada um de nós, ao longo da vida, pode encontrar-se saudável ou doente, empregado ou desempregado, na sua terra natal ou numa terra estrangeira: a nossa dignidade, no entanto, permanece sempre a mesma, a de uma criatura querida e amada por Deus”, disse Leão XIV.
As manifestações de Leão XIV reforçam uma linha de posicionamento do Papa de manter uma forte preocupação com a questão social, o que inclui a manutenção de parte significativa dos processos iniciados por Francisco.
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Entre eles se encontra a defesa da dignidade das pessoas refugiadas e/ou migrantes, e as críticas às políticas adotadas por governos em todo o mundo que colocam os que se deslocam em situação vulnerável.
Uma famosa citação do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, serve para jogar luz na urgência em encarar o acolhimento à pessoa refugiada em todo o mundo como um ato humanitário, de amor e irmandade:
“Os refugiados simbolizam, personificam nossos medos. Ontem, eram pessoas poderosas em seus países. Felizes. Como nós somos aqui, hoje. Mas, veja o que aconteceu hoje. Eles perderam suas casas, perderam seus trabalhos. O choque está apenas começando”, disse.
Fonte: https://www.acnur.org
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