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A história das termas romanas

Pe Jose Inacio de Medeiros

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

10 SET 2025 - 14H02 (Atualizada em 11 SET 2025 - 11H47)

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Entre os edifícios mais importantes da Roma Imperial legados à posteridade, e aqui já tivemos oportunidade de falar de alguns deles, como o Coliseu, o Pantheon, o Fórum Romano e o Circo Máximo, também se colocam as termas romanas.

Uma das primeiras preocupações de muitos imperadores ou governantes das províncias era a captação e armazenamento da água, pois sem ela a cidade e o império não sobreviveriam muito tempo.

Não somente em Roma, mas em outros lugares do Império, algumas construções arquitetônicas serviam a esse propósito. A captação de água em geral era realizada de fontes naturais e os aquedutos que são um bom exemplo da engenhosidade romana que ainda hoje causa impressão, pois alguns deles estão bem preservados, garantiam o transporte da água a longas distâncias, provendo o suprimento necessário para a população em suas casas e também para os complexos termais.

add_box A história da arquitetura romana

Herança da antiguidade

A construção de termas foi um costume que os romanos receberam da antiguidade através dos gregos que já tinham essa prática por volta de 2000 a.C, porém, os romanos “padronizaram” e aperfeiçoaram a sua construção no período do império por volta de 30 a.C.

Algumas ruínas de termas que ainda hoje podem ser visitadas são um registro histórico deste tempo e da complexidade alcançada na sua construção. Normalmente, o edifício era posicionado em relação ao sol para contribuir com a temperatura de cada sala, bem como sua proximidade das caldeiras que alimentavam cada piscina.

Os banhos eram separados por gênero e a construção relativamente simétrica permitia que as caldeiras servissem tanto às salas masculinas como femininas sem precisar vencer grandes distâncias, o que contribuiria para dissipar o calor.

Estrategicamente posicionadas próximas às áreas de banho, as caldeiras continham água quente, morna ou fria e as salas de banho eram chamadas de tepidário, caldário ou frigidário, fornecendo o calor através de sistemas de circulação de ar. Dessa forma, a temperatura proporcionava uma experiência agradável aos banhistas.

Além das principais salas de banho, outras atividades podiam ser desenvolvidas delas. O tepidário era um salão semi-aquecido, que servia de transição para que os banhistas não sofressem um choque térmico repentino de um ambiente a outro.  O caldário era o ambiente com a temperatura mais elevada, funcionando como uma sauna úmida. O frigidário, por sua vez, continha uma piscina de água fria, servindo como etapa final do processo de sauna. Mas existiam também saunas secas.

Próximo aos ambientes de banho, existia o apoditério, espécie de vestiário onde os banhistas se despiam e guardavam suas roupas.

O aquecimento de cada recinto era feito por meio de um piso elevado, sob o qual circulava o calor gerado pelas caldeiras.

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Socialização e “negócios”

As termas romanas eram espaços públicos normalmente utilizados para banhos, mas também envolviam outras atividades ligadas a elas. A frequência às termas era parte significativa da vida social romana, como lugares de socialização, de “negócios” e até mesmo de política.

As termas não se limitavam aos banhos, mas a um conjunto de atividades que reforçavam o seu aspecto social. Além do banho e sauna, as termas ofereciam ambientes para exercícios físicos, chamados de palestra e outros espaços de lazer, como jardins e bibliotecas. Um complexo termal, em geral, era circundado por comércios, o que reforça o aspecto de convívio e interação social à época.

A estética das termas romanas era também um elemento de destaque. Em geral, os edifícios eram enfeitados com elementos decorativos, como mosaicos, afrescos e estátuas. E como o conjunto também cumpria uma função de local de estudo, o embelezamento dos espaços contribuía para o proveito de quem os procurava com essa finalidade.

As termas, portanto, acabaram se transformando numa espécie de centro comunitário, espalhando-se pelas cidades construídas em diferentes tamanhos, como ponto de encontro entre pessoas, como se fosse uma praça, um museu, clube ou shopping center moderno.

As diferentes atividades que se desenvolviam em torno das termas demonstram o peso cultural do banho para os romanos, ressaltando a importância da água na organização da sociedade romana, sobretudo no tempo do Império.

Assim como aconteceu com outros edifícios a partir da queda do Império Romano, também as termas romanas foram se perdendo ao longo dos séculos, mas algumas de suas ruínas, como as Termas de Diocleciano, seguem como testemunhos impressionantes do legado arquitetônico romano, de sua organização e das soluções construtivas encontradas.

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Escrito por:
Pe Jose Inacio de Medeiros
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista que atua no Instituto Histórico Redentorista, em Roma. Graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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