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História da Igreja

A importância do Fórum na Roma Antiga: Núcleo da vida social

Um complexo arquitetônico plural onde se discutia tudo sobre a vida política e social da cidade, bem como eram tomadas decisões que refletiam em todo o Império

Pe Jose Inacio de Medeiros

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

13 AGO 2025 - 14H23 (Atualizada em 13 AGO 2025 - 16H48)

No Império Romano, cada cidade (ao menos as mais significativas) tinha o seu fórum, com conotações bem diferentes dos fóruns da atualidade.

Por fórum não se entendia, como hoje, um prédio destinado somente a funções judiciárias. Ele se organizava como um centro que reunia atividades políticas, sociais, religiosas, comerciais e jurídicas. Roma, por exemplo, existia até mesmo uma rua chamada de “Via Sacra” que conectava os monumentos mais importantes onde se destacavam alguns templos e edifícios comerciais.

Saindo do Capitólio, no alto do monte Capitolino, ela passava pelos mais famosos templos do Fórum Romano, chegando até o Coliseu. Como era a via mais larga, por ela passavam os cortejos e também acontecia o movimento maior de pessoas.

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Hoje o Capitólio abriga a sede da prefeitura de Roma — que, inclusive, foi visitada pelo Papa Leão XIV no início de seu pontificado —, os Museus Capitolinos e a Piazza del Campidoglio, projetada pelo grande artista Michelangelo.

Reprodução/Wikipedia Reprodução/Wikipedia Vista panorâmica do Fórum Romano

Fórum romano

Sobrepujando a todos os demais, o Fórum Romano representava o núcleo central da vida da Roma Antiga. Consolidou-se como o centro das principais atividades da cidade e lugar onde se discutia a vida política e social, não apenas da cidade, porque decisões que ali eram discutidas acabavam tocando a todo o Império.

O fórum era o lugar por excelência onde se realizavam discursos públicos, os processos criminais, aconteciam os confrontos entre gladiadores, sendo ainda o centro dos assuntos comerciais. Estátuas embelezavam seus espaços e monumentos como arcos e colunas celebravam os feitos dos grandes homens da cidade.

Um dos pontos mais emblemáticos do fórum era o Arco de Tito, construído em 81 d.C. Sua estrutura foi erguida pelo imperador Domiciano em homenagem ao seu irmão Tito, celebrando sua vitória sobre Jerusalém. O maior dos templos era o de Vénus e Roma (135 d.C.), construído a mando do imperador Adriano, sendo maior que a basílica de Maxêncio.

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Reprodução/Wikipedia Reprodução/Wikipedia Representação do Fórum Romano como possivelmente parecia durante o final do Império

Antes do cristianismo, uma basílica era um edifício público, utilizado para fins comerciais e judiciais, como tribunais e mercados. Somente mais tarde ganharia uma conotação religiosa, se transformando nos edifícios religiosos mais importantes do cristianismo.

A Via Sacra, principal avenida do fórum e por tabela, da cidade, conectava o Arco de Tito ao Capitólio, sendo palco de procissões religiosas, cortejos e desfiles militares. Ainda hoje trechos de seu pavimento com a pedra original, com dois mil anos de existência, podem ser observados.

Importância religiosa

Cada fórum tinha também uma importância religiosa, o que é evidenciado pelas grandes estruturas sagradas onde se destacam o Templo de Antoninos e Faustina, dedicado à deusa Piranese, e também o Templo de Vesta, de forma semicircular, reconstruído várias vezes ao longo dos séculos. Este templo tinha particular importância por ser dedicado à deusa guardiã do lar e do fogo sagrado de Roma.

O fórum também era cenário de rituais religiosos significativos, onde sacrifícios eram realizados para manter a chama eterna do Império Romano.

Sinais de decadência

Quem visita a cidade de Roma na atualidade se depara com grande quantidade de monumentos antigos, quase todos em ruínas, pois a maioria não foi preservada. Muitas pessoas se perguntam, então, o porquê da condição do Fórum Romano e de outros monumentos espalhados pela cidade. Outros, mais exagerados, chegam a se questionar se vale a pena investir tantos recursos na manutenção desses monumentos semidestruídos.

O Fórum Romano foi destruído gradualmente ao longo dos tempos, a partir do declínio do Império Romano. Com a queda do império, o local foi praticamente abandonado, sendo usado como pasto para o gado, com suas pedras e estruturas sendo tiradas e usadas para outras construções. Além disso, incêndios e terremotos também contribuíram para a sua deterioração.

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A dificuldade de manter a vasta extensão do Império romano, o enfraquecimento do poder militar, problemas econômicos, corrupção, instabilidade política e social e, por fim, as invasões germânicas, foram as principais causas da queda do Império Romano do Ocidente.

Reprodução/Wikipedia Reprodução/Wikipedia O Fórum Romano em foto de 1880

Com a decadência do Império Romano, especialmente a partir do século V, a capital passou a ser objeto de invasão e de pilhagem de vários povos que promoviam saques de suas riquezas e destruição de muitos monumentos.

A própria Igreja Católica usou os monumentos como minas, de onde retirava pedra, mármore e granito para a edificação dos edifícios religiosos como basílicas, catedrais ou para os palácios de suas autoridades.

Famílias da nobreza também retiravam o material necessário para a construção de suas “villas”, sendo mais fácil retirar o material destes edifícios em decadência do que buscá-lo a grandes distâncias e a um custo muito maior.

As ruínas atuais do vasto complexo arquitetônico com aproximadamente 125 metros de comprimento por 85 de largura, tendo uma grande praça ao centro, preservam vestígios de dois milênios de história, falando da grandeza e da decadência de um império.

O Fórum Romano é, junto com o Coliseu, a maior mostra da grandeza do Império Romano, visitados por milhões de pessoas todos os anos. Pesquisas, escavações e reconstruções ajudam a visualizar a grandeza do fórum e da cidade que o abrigava. A preservação destes monumentos permite que hoje se tenha uma perspectiva da grandiosidade e complexidade da civilização romana.

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Escrito por:
Pe Jose Inacio de Medeiros
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista que atua no Instituto Histórico Redentorista, em Roma. Graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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