A eleição de um cardeal norte-americano como Papa no dia 08 de maio, fez crescer a curiosidade e o interesse de muitos sobre a presença e organização da Igreja Católica nos Estados Unidos. Apesar de ter passado a maior parte de sua vida fora de sua terra natal, o Papa Leão XIV nasceu no grande país do norte, sendo natural que venha agora essa curiosidade e a busca de informações.
Assim como acontece em relação à América-Latina, também na América do Norte a presença católica está associada ao descobrimento e colonização, principalmente pelos espanhóis, a partir de 1492, quando Cristóvão Colombo conquistou ou “descobriu” a América, iniciando o processo de exploração das riquezas, especialmente dos metais preciosos e subjugando os povos originários.
Paralelo à exploração e colonização avançava também a montagem da estrutura organizacional da Igreja no país, com a criação de missões, paróquias e futuras dioceses.
Leia MaisRedentoristas dos Estados Unidos defendem abordagem justa à migraçãoAssim como também aconteceu na América Latina, a primeira evangelização foi realizada pelas congregações religiosas vindas da Europa, destacando-se a presença das quatro grandes ordens: Franciscanos, dominicanos, carmelitas e mercedários.
Depois deles chegariam também os jesuítas e outras ordens religiosas. Em 1542, por exemplo, se estabeleceu a primeira Missão católica nos Estados Unidos. Cada missão pensava na evangelização do povo nativo e dos colonos que chegavam, vindos de vários países.
Por esta razão é que também nos Estados Unidos existem cidades e acidentes geográficos que receberam nomes ligados ao cristianismo, como por exemplo, a cidade de Sacramento que fica na Califórnia, sendo este um dos estados com maior número de católicos no país.
A Arquidiocese de Baltimore, localizada na costa leste, foi a primeira diocese estabelecida no país, recebendo seu status oficial na década de 1850, o que confere a seu arcebispo as responsabilidades de líder católico do país, ainda que lá não exista a tradição de se ter uma Igreja primaz como em outros lugares.
Imigrantes fortalecem o catolicismo
O crescimento do catolicismo nos Estados Unidos se acelerou com o alto número de imigrantes que chegaram oriundos de países historicamente católicos como Irlanda, Itália e França. Consequentemente, a região com a maior concentração de católicos é o Nordeste, que apesar de ter sido colonizada pelos puritanos protestantes, recebeu grande número de imigrantes católicos a partir da segunda metade do século XIX.
Esses imigrantes adotaram um costume existente na Europa de construir, ao lado das igrejas, capelas e oratórios, uma escola confessional, fazendo com que o catolicismo rapidamente se espalhasse.
À medida que o número de católicos aumentou, construíram um vasto sistema de escolas (das escolas primárias às universidades), hospitais e outras obras sociais. A primeira universidade católica dos EUA, a Universidade de Georgetown, foi fundada em 1789.
Desde então, a igreja católica fundou centenas de outras faculdades e universidades, além de milhares de escolas primárias e secundárias. Escolas como a Universidade de Notre-Dame são classificadas melhor em seu estado (Indiana), enquanto a Universidade de Georgetown é classificada melhor no Distrito de Columbia. Outras 12 universidades católicas também estão classificadas entre as 100 melhores universidades dos EUA.
A chegada dos imigrantes latino-americanos, sobretudo, a partir do final do século XIX e começo do século XX, fez com que a Igreja assumisse outro colorido.
A Igreja Católica é a maior denominação cristã dos Estados Unidos, com mais de 80 milhões de membros, se considerarmos as confissões protestantes em separado, mas torna-se a segunda maior religião se for feita a consideração de todas as denominações do protestantismo em conjunto.
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País que constitucionalmente vive o pluralismo religioso, os Estados Unidos são o país do mundo com o maior número de protestantes, com 163 milhões de pessoas. Porém, as mais de 375 mil igrejas protestantes que lá existem também vivem uma crise e muitas delas já não conseguem recursos para sequer pagar um pastor em tempo integral.
O número médio de fiéis por igreja está por volta de 400 pessoas.
Da população total de 340 milhões de habitantes da nação, um quarto (24%) se considera católico, tornando a Igreja Católica a maior comunidade de fé, uma vez que as categorias protestantes, ou “cristãos” consistem em muitas denominações diferentes.
A Igreja Católica com seus milhões de membros faz dos Estados Unidos o quarto país de maior população católica do mundo em números absolutos, atrás apenas do Brasil, do México e das Filipinas, respectivamente.
Como acontece também em outros lugares, nos Estados Unidos, nos últimos 50 anos, a Igreja passou por muitas mudanças, sobretudo, com a diminuição de seus membros, redução do número e do alcance das escolas paroquiais, diminuição da frequência aos sacramentos e crise vocacional, com a diminuição do número de religiosos no país. Aos poucos, porém, percebe-se uma pequena retomada no crescimento dos católicos no país, sobretudo, com a maior adesão da juventude. Na páscoa deste ano apenas duas dioceses batizaram mais de 15 mil adultos.
A Conferência Episcopal dos Estados Unidos é formada por 144 dioceses, 33 arquidioceses e outras circunscrições. Quatro cardeais participaram do conclave que elegeu o Papa Leão XIV e 439 bispos ativos e eméritos cumprem a sua missão, ajudando o povo cristão a caminhar.
Uma Igreja forte no país que também sofre com os desafios da contemporaneidade, mas que trabalha para superar os seus desafios, podendo contar, inclusive, com duas províncias redentoristas, pois desde a primeira metade do século XIX a Congregação fundada por Santo Afonso de Ligório se faz presente no país.
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