“Como num mosaico, é necessário que cada componente desta região tenha garantida a preservação da sua própria identidade política, nacional, cultural e religiosa. A diversidade é riqueza quando se torna complementaridade de esforços a serviço da paz, para a construção de uma Bósnia e Herzegovina verdadeiramente democrática”. João Paulo II – abril 1997
A Iugoslávia como um país unificado existiu de 1918 a 1992, chamado primeiro de Reino da Iugoslávia (1918-1941) e depois de República Socialista Federativa da Iugoslávia (1945-1992), com o poder concentrado em mãos do General Josip Broz Tito, que agia como ditador.
Ele havia comandado a luta contra as forças nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e depois ocupou o poder até sua morte em 1980.
Localizada na região dos Bálcãs, no sudoeste da Europa, a Iugoslávia era um mosaico de diferentes etnias, culturas e religiões como sérvios, croatas, eslovenos, bósnios, montenegrinos e macedônios entre outros. A federação foi formada após a Primeira Guerra Mundial, unindo territórios que antes pertenciam ao Império Austro-Húngaro e ao Reino da Sérvia.
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Após a dissolução da União Soviética (1989) e com o fim da Guerra Fria, o país passou por um período de grande instabilidade política com o surgimento de diversos conflitos étnicos, raciais e religiosos, o que levou à sua fragmentação e dissolução entre 1991 e 1992.
A partir de 1991, as Repúblicas da Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Macedônia, e Sérvia e Montenegro declararam independência levando a guerras civis e conflitos armados que ficaram conhecidos como Guerras Iugoslavas. A região foi então desmembrada em vários países independentes que formam hoje uma verdadeira “colcha de retalhos”.
As Guerras Iugoslavas ficaram marcadas por crimes de guerra, incluindo genocídio, limpeza étnica e outros crimes contra a humanidade. Um dos conflitos mais intensos foi a Guerra de Kosovo, região que tentava se libertar da Sérvia e só teve fim após 78 dias de intensos bombardeios e milhares de mortes.
Foi necessária a intervenção da Organização das Nações Unidas através da Otan, organização do Tratado do Atlântico Norte. Desde então, o Kosovo busca obter sua independência e reconhecimento como Estado-Nação.
Um dos mais trágicos episódios das Guerras Iugoslavas foi o Massacre de Srebrenica, ocorrido entre 11 e 25 de julho de 1995, na cidade que leva esse nome e fica no leste da Bósnia e Hezergovina, do qual se celebra 30 anos.
Nele, mais de 8 mil vítimas foram assassinadas pelas forças sérvias da Bósnia lideradas pelo general Ratko Mladic, já condenado à prisão perpétua e mantido na penitenciária do Tribunal de Haia, em Scheveningen, Holanda. Para recordar perpetuamente o massacre, a ONU estabeleceu o Dia Internacional da Memória do Genocídio de Srebrenica em 2024.
Os combates em território bósnio começaram em 1992, quando a capital Sarajevo declarou a independência da Iugoslávia após um referendo. Os sérvios da Bósnia, que tinham boicotado o referendo, iniciaram uma guerra contra o governo bósnio, apoiados pelo governo da Sérvia de Slobodan Milošević.
O objetivo era garantir a anexação das áreas de maioria sérvia-bósnia à “Grande Sérvia”. Os numerosos “enclaves” de maioria muçulmana, entre eles a cidade de Srebrenica, foram, portanto, alvos dos sérvios-bósnios numa operação de limpeza étnica com a destruição de povoados, massacres e expulsões em massa.
Srebrenica e algumas aldeias vizinhas localizadas no Vale do Drina foram um dos principais obstáculos ao plano de anexar o território à Sérvia. Em julho de 1995, o exército sérvio-bósnio invadiu a área que anteriormente havia sido declarada como “zona segura” pelo Conselho de Segurança da ONU. Os sérvios da Bósnia mataram brutalmente milhares de homens e meninos e expulsaram 20 mil pessoas da cidade.
Uma unidade pequena e mal armada de Capacetes Azuis holandeses, sob a bandeira da ONU, não conseguiu resistir às forças sérvias da Bósnia. O tempo passou, mas as marcas dos conflitos e do massacre ainda continuam.
Atualmente os Bálcãs permanecem numa situação indefinida entre o passado de “barril de pólvora”, o presente incerto e a esperança de um futuro europeu. Entre os países que surgiram da antiga Iugoslávia, alguns são mais estáveis como a Eslovênia e Croácia, que conseguiram entrar para a União Europeia.
O pedido de ingresso dos demais países ainda não foi aceito, criando uma situação de indefinição e instabilidade com a insegurança de futuro que pesa sobre eles.
A indefinição maior pesa sobre a Bósnia e Herzegovina, que emergiu da guerra entre 1992 e 1995 com uma arquitetura institucional complexa sancionada pelos chamados acordos de Dayton, que a dividiram em duas entidades: a República Sérvia (49% do território) e a muçulmana-croata (51%). De qualquer forma, a instabilidade política, social e econômica ainda é muito forte em toda a região e o futuro bastante incerto.
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