Um ano após o início dos protestos sociais no Chile, devido ao aumento no preço das passagens do metrô, igrejas e diversos prédios públicos voltaram a sofrer ataques no país. A Igreja da Assunção, que já havia sofrido ataques em 2019, voltou a ser incendiada e teve sua cúpula totalmente destruída. Quando a estrutura cedeu, diversos manifestantes comemoraram, gritando "Deixa cair!", enquanto bombeiros tentavam manter as pessoas afastadas, sob risco de se ferirem.
Leia MaisIntolerância, tolerância e prudênciaOutra igreja, de São Francisco de Borja, foi saqueada e parcialmente queimada, mas os bombeiros conseguiram, neste caso, evitar um desastre maior. "Queimar igrejas é uma expressão de brutalidade", afirmou o ministro do Interior e Segurança, Víctor Pérez.
Os protestos voltaram a ocorrer, após meses de pausa por conta da pandemia, a uma semana da realização do plebiscito que pretende avaliar se os chilenos são ou não a favor de alterar a Constituição do país, que ainda hoje traz heranças da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). O referendo, no entanto, só foi definido, em 2019, após várias semanas de protestos e vandalismo.
"O Chile está em guerra!"
Esta foi a declaração do presidente Sebastián Piñera, depois dos ataques que deixaram sete mortos e quase 1.500 detidos na pior crise dos últimos 30 anos. "Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, implacável, que não respeita nada nem ninguém e que está disposto a usar a violência e delinquência sem nenhum limite", declarou Piñera.
O arcebispo de Santiago do Chile, dom Celestino Aós, em um comunicado publicado na página da diocese local, rejeitou veementemente os ataques incendiários a duas igrejas no centro da capital e pediu orações de reparação: “A violência é má e quem semeia violência colhe destruição, dor e morte. Nunca toleramos a violência”, afirmou.
Não justificar a violência
O bispo, em seu comunicado, lembrou os ataques sofridos pelas igrejas há um ano e sublinhou o quanto a reconstrução exigia ”sacrifícios e sofrimentos constantes pelos mais pobres”. “Esperávamos que essas ações e essas imagens não se repetissem”, disse Dom Aós. Por fim, dirigindo-se aos católicos de Santiago e do país, e a todas as pessoas de boa vontade, que amam a paz, pediu para dizer chega à violência. “Não justifiquemos o injustificável. Deus não quer violência. Vamos nos reunir como uma comunidade de crentes para realizar atos de expiação e reparação”, finalizou.
Fonte: Jornal El País/ Vatican News
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