Mundo

O domínio do grupo Talibã sobre o Afeganistão

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

18 AGO 2021 - 08H49 (Atualizada em 18 AGO 2021 - 09H21)

Em 1979, quatro dias antes do ano novo, tropas soviéticas invadiram o Afeganistão, dando início a um conflito que duraria quase dez anos. As tropas soviéticas eram formadas por mais de cem mil soldados motorizados, com o auxílio de veículos e tanques blindados, além de uma artilharia pesada.

Os rebeldes afegãos, conhecidos como mudjahidins, foram apoiados pelos Estados Unidos, Paquistão e outros países muçulmanos. A ajuda norte-americana atingiu a cifra de 600 milhões de dólares por ano. Analistas acreditam que essa aventura impactou, em 1991, na queda da União Soviética.

Leia MaisPapa Francisco e a solidariedade ao povo haitiano e afegãoFundamentalismo é sempre prejudicial Em pouco tempo, foi se consolidando o poder de um grupo conhecido como Talibã, baseado num fundamentalismo rigoroso, sectário e hostil ao progresso, que pretendia levar a guerra aos países vizinhos. 

Dmitriyk21/ Shutterstock
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Os Estados Unidos entrariam em conflito na Guerra do Afeganistão, a partir de 2001, consequência do suposto apoio do governo afegão ao terrorista Osama Bin Laden, líder da organização Al-Qaeda, que estava refugiado no país.

O atentado contra as Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, mudou a política internacional, atingindo o Oriente Médio, foco central da guerra contra o terror desencadeada pelo então presidente norte-americano, o conservador George W. Bush

Leia MaisÉ pecado comemorar a morte ou condenação de assassinos cruéis?Para o Grupo Talibã, que pratica a lei da SHARIA, não há separação entre direito e religião, e a guerra aos infiéis é uma obrigação que todo muçulmano devia praticar. Os Estados Unidos se tornam o grande mal a ser derrotado.

A imposição da lei islâmica se volta, sobretudo, contra as mulheres, que sob o regime Talibã, não podem estudar e sequer sair de casa sem a companhia de um parente homem.

Travel Stock/ Shutterstock
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A Igreja católica no Afeganistão

A comunidade cristã era muito pequena e agora, os poucos sacerdotes e religiosos que estavam na capital, Cabul, se preparam para deixar o país. No Afeganistão só há uma igreja católica, localizada dentro da embaixada italiana. Ela foi construída em 1921 e confiada aos missionários barnabitas pelo papa Pio XI, em 1932. A atual capela foi construída em 1960.

Ao que tudo indica, o Afeganistão deve se tornar no primeiro país do mundo a não ter nenhuma representação da Igreja Católica.

Photographer RM/ Shutterstock
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Grupo Talibã volta ao poder

O Grupo Talibã governou o Afeganistão até 2001, derrubado pela invasão norte-americana após os atentados de 11 de setembro de 2001 e as tropas dos Estados Unidos permaneceram no país até agora.

Cumprindo uma promessa de campanha, no dia 8 de julho de 2021, o atual presidente norte-americano Joe Biden confirmou que a retirada dos americanos aconteceria até 31 de agosto.

Apesar dos 20 anos de ocupação e dos mais de US$ 2 trilhões gastos na guerra, os Estados Unidos não conseguiram derrotar o Talibã, que varreu o Afeganistão em menos de um mês.

Agora, o mundo olha estupefato as cenas da retirada dos diplomatas, de seus auxiliares, bem como o medo dos que ficam. Todos puderam presenciar cenas semelhantes às que ocorreram em 1975, quando os Estados Unidos saíram do Vietnã.

E ninguém sabe o que vai agora acontecer!

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida

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