Mundo

O extremismo religioso e a situação das mulheres no Século XXI

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

24 AGO 2021 - 11H39 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 12H01)

Temos acompanhado a questão da tomada de poder de um grupo extremista religioso no Afeganistão e a repercussão em relação tanto aos direitos humanos, em especial, o direito da mulher, que em pouco tempo mudou radicalmente. E, a partir disso, percebemos que o radicalismo religioso, independentemente de qual seja a religião, acaba por prejudicar os direitos de todos, mas principalmente das mulheres.

Leia MaisO domínio do grupo Talibã sobre o AfeganistãoQual é a presença da Igreja Católica no Afeganistão?O termo religião, vem do latim “religare”, que significa “religar”, ou seja, a religião é o caminho que o ser humano percorre para “religar”, se reaproximar do Sagrado. Desde as origens do ser humano, como ser construtivamente pensante, ele também se torna um ser religioso, um homo religiosus.

A busca do ser humano em compreender as questões do mundo e da própria sociedade, levaram-no a buscar resposta no Sagrado, naquilo que não é explicado a partir da razão, mas é explicado pela fé, como a questão da morte, da vida, o tempo, entre outras que o ser humano busca solucionar.

Photographer RM/ Shutterstock
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A presença do Sagrado dentro da sociedade ajuda a estruturar questões de organização. Mas muitas vezes, a religião acaba por oprimir a sociedade em nome do Sagrado. Daí vemos o extremismo religioso, quando o homem utiliza da religião para subjugar a população, de modo mais claro, as mulheres.

O extremismo religioso, ao invés de ajudar o ser humano a se aproximar mais de Deus, acaba por distanciar Deus dos homens e mulheres. Utilizar da religião para escravizar, subjugar, oprimir a mulher revela a falta, tanto de fé, quanto de humanidade, pois os mesmos direitos que o homem possui, a mulher - como sua igual - também deve ter.

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Portanto, em pleno Século XXI, onde os direitos da mulher já caminham para equiparar-se aos direitos do homem, a misoginia justificada pelo extremismo religioso não tem espaço. Numa sociedade crítica e reflexiva, o radicalismo de certos grupos religiosos acaba por desviar-se de questões humanitárias, de direito, e expõem uma fragilidade do ser humano, pois ele necessita perceber-se como um ser no mundo que compartilha direitos e deveres entre homens e mulheres, sem diferença, mas com igualdade para ambos.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Mundo

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