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Parolin pede ao mundo que defenda a liberdade de crer

A liberdade religiosa é um direito essencial para a dignidade humana, alerta o cardeal Parolin, ao destacar que bilhões vivem sob restrições à fé.

Escrito por Redação A12

21 OUT 2025 - 14H18 (Atualizada em 22 OUT 2025 - 16H34)

Vatican Media

O Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, reforçou que a liberdade religiosa é um “baluarte essencial” para garantir a busca pela verdade e a construção de sociedades justas.

Ele falou durante a apresentação do Relatório 2025 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, promovido pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum, em Roma.

Segundo o Cardeal, 62 países do mundo impõem fortes restrições à liberdade de fé, afetando mais de cinco bilhões de pessoas. “Quase dois terços da população mundial vivem onde ocorrem graves violações desse direito”, afirmou. Parolin destacou que a nova edição do relatório é a mais robusta desde sua criação e revela um cenário preocupante: a liberdade religiosa segue em declínio.

Parolin lembrou que a liberdade religiosa não diz respeito apenas aos fiéis ou à Igreja, mas a toda a sociedade. “Sem essa liberdade, o tecido ético da sociedade inevitavelmente se desfaz, levando a ciclos de submissão e conflito”, alertou.

O Cardeal fez referência à declaração conciliar Dignitatis humanae, que completa 60 anos, e ao artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ambos pilares da defesa da liberdade de consciência. “A Dignitatis humanae é um marco na promoção da liberdade religiosa como parte essencial da existência humana”, recordou.

Ele também citou palavras de São Paulo VI, que resumem o espírito cristão diante da fé: “Cristo chama, convida à fé, mas não obriga. O cristianismo é amor.”

Limites e responsabilidades da liberdade religiosa

O Cardeal Parolin destacou que toda liberdade exige responsabilidade e prudência política. A fé deve ser vivida sem prejudicar a liberdade do outro, para uma promoção à paz pública e o respeito mútuo. “A verdadeira harmonia não surge da uniformidade, mas de uma liberdade ordenada, onde as pessoas vivem com justiça e boa vontade”, explicou.

Para o secretário de Estado, essa liberdade concedida por Deus não pode ser bloqueada por barreiras pessoais, sociais ou governamentais. “Homens e mulheres, em toda parte, merecem viver sem coerção em matéria de fé. Cabe aos governos garantir que ninguém seja forçado a agir contra suas convicções mais profundas.”

O artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos é, segundo Parolin, a “contraparte laica da Dignitatis humanae”. Ele recordou que esse artigo surgiu após as atrocidades da Segunda Guerra Mundial e continua a afirmar a dignidade intrínseca e a autonomia do espírito humano.

A liberdade religiosa não é um privilégio contingente, mas um direito inalienável, indispensável à plena realização do ser humano”, afirmou o Cardeal.

Apesar disso, lamentou que esse direito “continue sendo sistematicamente violado em muitas partes do mundo”.

Arshadul/Adobe Stock Arshadul/Adobe Stock

Preocupação com Gaza, a Nigéria e a imprensa livre

Durante o evento, Parolin também comentou sobre a situação em Gaza e as tensões no Oriente Médio. Ele afirmou que a Santa Sé está “cheia de esperança de que o plano de paz possa funcionar”, mesmo diante da recente onda de violência.

Sobre as perseguições na Cisjordânia, o Cardeal expressou perplexidade: “Não conseguimos entender como cristãos que vivem normalmente possam ser alvo de tanta perseguição.”

Questionado sobre os ataques contra cristãos na Nigéria, Parolin destacou que “não se trata apenas de um conflito religioso, mas social, entre grupos com interesses diversos”. Ele lamentou a ação de extremistas que “usam a violência contra todos os que consideram opositores”.

Por fim, o secretário de Estado também manifestou preocupação com os atos de intimidação contra a imprensa livre, após o atentado ao jornalista italiano Sigfrido Ranucci. “Corremos o risco de viver em um clima de intolerância, onde as expressões livres já não são aceitas”, advertiu.

Ao longo de sua fala, o Cardeal Parolin reforçou que defender a liberdade religiosa é defender a dignidade humana. Esse direito, quando respeitado, favorece a convivência pacífica entre diferentes crenças e culturas. E quando é violado, enfraquece o próprio fundamento da sociedade. “A liberdade religiosa é a pedra angular dos direitos humanos contemporâneos”, encerrou.

:: A relação entre o Estado laico e os símbolos religiosos

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