“Muitos irmãos e irmãs, ainda hoje, por causa do seu testemunho de fé em situações difíceis e contextos hostis, carregam a mesma cruz do Senhor: como Ele, são perseguidos, condenados, mortos. [...]. São mulheres e homens, religiosos e religiosas, leigos e sacerdotes, que pagam com a vida a fidelidade ao Evangelho, o compromisso com a justiça, a luta pela liberdade religiosa onde ela ainda é violada, a solidariedade com os mais pobres.” — Papa Leão XIV
Recentemente a comissão instituída pelo Papa Francisco em 2023, para identificar os novos mártires do século XXI, apresentou um relatório no qual consta uma lista com o nome de 1,6 mil pessoas martirizadas e delas cerca de 600 são do continente africano.
Um lugar onde a Igreja católica enfrenta mais dificuldades na atualidade é a Nigéria, porque desde 2009, o país sofre com uma grave perseguição religiosa.
Os números indicam que mais de 125 mil cristãos já foram mortos, milhões de pessoas foram desalojadas por causa da ação de grupos guerrilheiros, cerca de 19 mil igrejas foram destruídas e centenas de líderes sequestrados por grupos extremistas, deixando um cenário de dor, mas de resistência e fé entre os cristãos. Desde 2012, 39 padres católicos foram mortos e outros 30 sequestrados; além disso, 17 catequistas foram mortos.
A Nigéria, chamada de “Gigante da África”, localiza-se no Golfo da Guiné. O país tem quase 01 milhão de km², onde vivem cerca de 210 milhões de pessoas, das quais 21 milhões na capital Lagos. Sua população corresponde a do Brasil e a capital corresponde à grande São Paulo.
A população nigeriana, formada por vários grupos étnicos originários da região e por um grupo de descendentes dos colonizadores europeus, fala aproximadamente 527 línguas, mas tem o inglês como a língua oficial.
add_box O que é a “cristofobia”?
A história da Nigéria é marcada pela existência de antigas civilizações como a Nok, pela formação do antigo Império do Benim que não pode ser confundido com o país de mesmo nome e com o Império Edo (1440–1897) que se constituiu num grande estado africano pré-colonial e pela posterior colonização britânica, que uniu o território como uma única colônia a partir de 1914.
Depois de mais de 05 décadas de dominação britânica a independência foi conquistada em 1960, mas isso não significou o fim dos desafios, porque o país enfrentou guerras civis e grande instabilidade política que persistem até hoje devido à presença de grupos terroristas como o grupo de formação islâmica Boko Haram, um dos principais mentores da violência especialmente nas regiões norte e nordeste do país.
Entre 1970 e 1999 o país enfrentou golpes de estado e foi governado por Juntas Militares que não aproveitaram a grande riqueza proveniente do petróleo em benefício da população. Uma das marcas do passado e do presente é a corrupção que grassa nas atividades públicas.
Desde a independência, o país vivenciou disputas internas entre etnias diversas, o que culminou em uma guerra civil entre 1967 e 1970.
Um dos mais conhecidos conflitos internos foi a Guerra de Biafra, quando 03 estados do leste decidiram se separar do país, formando a República de Biafra e iniciando a guerra civil que somente terminou três anos depois, marcada pela grande violência de ambos os lados.
Um dos episódios marcantes deste conflito foi a interrupção das hostilidades por um curto período por causa do futebol do Brasil. O país estava sendo visitado pelo Santos de Pelé e os beligerantes de ambos os lados interromperam os conflitos para que todos pudessem acompanhar a partida.
Nesse conflito morreram aproximadamente 01 milhão de pessoas, em sua maioria da etnia ibos. Biafra se rendeu, sendo anexada novamente ao território da Nigéria.
O grupo popularmente conhecido como Boko Haram, o grupo extremista islâmico Jama'atu Ahlus Sunnah Lidda Awati Wal Jihad, tem chamado a atenção da mídia mundial. O grupo é o responsável pelo sequestro de centenas de pessoas, sobretudo, do sexo feminino. Pela proximidade geográfica, os ataques promovidos pelo grupo vão além das fronteiras nigerianas, atingindo regiões do Níger e de Camarões.
O grupo tem seguido uma trajetória ascendente, adotando metas cada vez mais ambiciosas, como a de transformar a Nigéria em um estado islâmico. Para isso, tem incentivado os muçulmanos a viverem de modo parecido às civilizações muçulmanas mais antigas e vem ampliando sua área de atuação, chegando a até mesmo atacar alvos em cidades da região.
A Igreja na Nigéria
A Nigéria é bem diversificada do ponto de vista religioso. A maioria da população se divide entre muçulmanos e cristãos com uma minoria de outras religiões. O Islamismo é mais predominante no Norte, enquanto o Cristianismo tem a sua concentração mais ao Sul.
Os conflitos religiosos entre muçulmanos e cristãos acontecem desde 2000, sendo marcado pelas ações violentas e extremistas e uma das dioceses mais atingidas é a de Makurdi, situada no estado de Benue onde 95% da população é cristã. Ali, além das atitudes extremas e violências, os agressores mudam os nomes tradicionais ou cristãos das aldeias para nomes próprios dos muçulmanos e obrigam a população a seguir os seus costumes.
Hoje a Igreja da Nigéria está dividida em 60 dioceses organizadas em 09 províncias eclesiásticas. No ano 2000, havia 1.528 paróquias atendidas por 2.494 padres diocesanos e 640 padres religiosos. Havia também 428 irmãos e 2.968 irmãs religiosos dedicadas aos esforços humanitários e ao cuidado de 2.870 escolas primárias e 244 secundárias do país.
Na recente celebração presidida pelo Papa Leão XIV, no dia 14 de setembro, na Basílica São Paulo fora dos Muros, o Papa concluiu falando da esperança que sustenta os mártires:
“É uma esperança cheia de imortalidade, porque o seu martírio continua a difundir o Evangelho num mundo marcado pelo ódio, pela violência e pela guerra; é uma esperança cheia de imortalidade, porque, apesar de terem sido mortos no corpo, ninguém poderá silenciar a sua voz ou apagar o amor que deram; é uma esperança cheia de imortalidade, porque o seu testemunho permanece como profecia da vitória do bem sobre o mal. Sim, a deles é uma ‘esperança desarmada’. Eles testemunharam a fé sem nunca usar as armas da força e da violência, mas abraçando a força frágil e mansa do Evangelho.”
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