Um jovem brasileiro de 28 anos, que só descobriu a música como profissão aos 19, tem hoje a oportunidade de aprender e tocar com grandes nomes da música clássica internacional. Apaixonado pelo contrabaixo, Marcos Ramos Lemes (à esquerda na foto) é bolsista há 3 anos na Tel Aviv University -The Buchmann Mehta School of Music, que atua em parceria com a Orquestra Filarmônica de Israel, onde vai concluir o bacharelado em 2014.
Mas o jovem, que sonha com um mestrado na Europa, não se esquece de que sua trajetória teve início na pequena cidade de Aparecida, interior de São Paulo. Marcos teve o primeiro contato com uma partitura quando se tornou aluno do PEMSA, Projeto de Música do Santuário de Aparecida. “Antes do Pemsa, eu só tocava um pouco de violão, mas lá aprendi muito sobre teoria e prática, e tudo o que me serviu de base para me aperfeiçoar no contrabaixo. Tenho muito carinho pelo professor Luis Humberto Beltrame, que tanto me orientou”, conta.
Marcos ficou no projeto por dois anos e decidiu buscar outras oportunidades na capital paulista. Em 2009, o sonho começou a se tornar realidade quando um amigo que estudava em Israel o indicou para ocupar a vaga dele na universidade. Mas não foi fácil. Marcos enviou um portifolio e torceu muito para ser selecionado. Em 2010, finalmente, a oportunidade que esperava chegou. O jovem músico conseguiu a bolsa de estudos, com moradia e outras despesas incluídas. Mas não tinha dinheiro para o mais importante: a passagem de avião. “Eu fiquei muito preocupado, mas foi então que o pessoal do Pemsa me surpreendeu. Eles fizeram uma ‘vaquinha’ e eu consegui viajar”, explica.
Agora, prestes a se formar, Marcos tem no currículo parcerias com grandes nomes da música internacional, como Teddy Kling, que há mais de 35 anos é primeiro contrabaixo da Filarmônica de Israel. “Para mim, o ápice da minha carreira foi tocar na Filarmônica de Israel. Não tenho palavras para descrever. Eu sou muito grato pela oportunidade que recebi no Pemsa, de ver a música como profissão. Estou muito feliz.” Hoje, Marcos já está adaptado à cultura daquela região, mas sente falta de sua terra natal: “As coisas são muito diferentes, como a comida e a religião. Eu que sempre fui à missa com meus pais, mas em Tel Aviv não há igrejas católicas. A mais próxima fica a quase 100 quilômetros de distância”.
Durante os meses de férias da universidade, Marcos volta para Brasil, onde trabalha na Sinfônica de Heliópolis, em São Paulo. “Eu preciso trabalhar aqui porque eles não pagam as passagens aéreas. Então não dá para parar. Fico pouco tempo com minha família, e eles se preocupam comigo sempre longe, mas quero que eles tenham orgulho de mim”, finaliza o jovem.
Fotos: Arquivo pessoal
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