Durante o 12º Seminário de Comunicação da Arquidiocese do Rio, Dr. Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, destacou o papel ético dos comunicadores diante dos desafios da era digital, como a desinformação e o isolamento, defendendo uma comunicação baseada na verdade, no pluralismo e no diálogo.
O Seminário começou na última terça-feira (28) e seguiu até sexta-feira, 31 de outubro. O tema deste ano é “Lançai as redes! (Lc 5,4) – A construção da voz e da presença nas estratégias da assessoria de comunicação e gestão de redes sociais.”
O prefeito do Dicastério participou de uma mesa-redonda com o tema “Educação, Política, Jornalismo e Saúde: pontes para o diálogo social”. Também estiveram presentes a médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo; o jornalista Gerson Camarotti; e a educadora Cláudia Sabino, reconhecida por sua atuação na formação cidadã e na articulação entre educação e comunicação.
O encontro integrou a programação do evento cultural “Diálogo com a Sociedade”, realizado durante o Seminário.
Durante sua fala, Ruffini destacou a importância de uma comunicação voltada à construção de pontes, um espaço de partilha de ideias, sonhos, desafios e esperanças, como forma de enfrentar os discursos de ódio, a intolerância, a desconfiança, a divisão e a resignação.
“Precisamos ouvir histórias, histórias de bem, e também histórias equivocadas, nas quais sempre há uma possibilidade de mudança e de redenção; precisamos redescobrir, ao nos escutarmos, a beleza da nossa humanidade.”
Abraçar o pluralismo é um passo essencial para promover uma comunicação respeitosa entre as pessoas. Durante sua fala, Ruffini citou o Papa Paulo VI, que afirmou: “Somos pluralistas justamente porque somos católicos, ou seja, universais.” Para ele, o respeito à realidade e à verdade não deve ser limitado, pois é a partir da diversidade que se constrói o diálogo genuíno e inclusivo.
O seminário reuniu palestras, painéis e oficinas. De acordo com o organizador do evento e também assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Arnaldo Rodrigues, o encontro teve o intuito de fomentar o encontro entre a fé, a cultura e a cidadania no contexto da comunicação e os desafios atuais.
"O evento propôs a ser mais do que uma palestra: é um espaço plural de escuta, reflexão e ação conjunta para responder aos desafios contemporâneos da comunicação, da tecnologia, da ética e da vida pública. O evento reuniu os maiores representantes de cada área, como Dr. Paolo Ruffini, Dra. Margareth Dalcomo, Sr. Gerson Camarotti entre outros."
Durante a pandemia de Covid-19, a disseminação de notícias falsas se intensificou, desafiando não apenas a ciência e a saúde, mas também o jornalismo. Segundo Ruffini, informações sem base científica circularam amplamente, inclusive entre profissionais da área médica, gerando confusão, perda de confiança e dependência de fontes alternativas pouco confiáveis. A população passou a desconfiar da verdade e, muitas vezes, acreditar em mentiras.
Ruffini destacou que, embora todos busquem a verdade, nem sempre confiam em quem realmente a transmite.
“Todos buscam a verdade — mas não confiam. Ou, no fim, confiam em quem não merece essa confiança”.
Nos últimos anos, a inteligência artificial tem gerado intensos debates no campo da comunicação. Embora ofereça acesso amplo ao conhecimento e praticidade, ela também opera por meio de algoritmos que filtram conteúdos com base em cliques, podendo induzir a sociedade a acreditar em informações falsas ou manipuladas.
Ruffini alertou que essas plataformas, aparentemente públicas e neutras, são regidas por regras invisíveis e não negociadas, o que representa um risco. Ele destacou ainda um problema pertinente:
“Pela primeira vez na história, a humanidade se pergunta se o que vê e ouve é real ou falso”.
A comunicação, quando usada de forma irresponsável, pode se tornar um instrumento de divisão, polarização e partidarismo. Ruffini destacou o risco do uso da comunicação por aqueles que exploram o medo e necessidades reais com fins ideológicos ou pessoais, criando inimigos fictícios e se posicionando como líderes salvadores.
Diante disso, ele convocou os profissionais comprometidos com a verdade a serem agentes ativos contra esse ciclo de intolerância e manipulação. “Não devemos ter medo, e, sobretudo, não podemos ser protagonistas passivos do nosso tempo”, afirmou.
A Igreja exerce um papel essencial na formação da opinião pública, pois alcança corações e mentes. Segundo Ruffini, ela tem promovido a urgência do diálogo e do encontro presencial como caminhos para reconstruir vínculos sociais.
A sinodalidade, conceito central nos últimos anos, representa esse compromisso com o “caminhar juntos”, mas precisa se transformar em ação concreta. Ruffini propôs uma reflexão: cada pessoa deve escolher entre servir ao próprio egoísmo ou contribuir com o diálogo e a vida comunitária na esfera pública.
add Leia também: Impactos da inteligência artificial em nossa realidade
Fonte: Vatican News
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