Eutanásia: como a Igreja vê a prática
Procedimento visa provocar a morte da pessoa por conta de seu sofrimento com uma doença terminal

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Nos últimos anos, o termo “eutanásia” ficou mais presente em discussões na mídia. De acordo com o dicionário, na visão médica, a prática é a “ação de provocar morte (indolor) a um paciente atingido por uma doença sem cura, que cause sofrimento e/ou dores insuportáveis”.
Partindo do princípio que a Igreja Católica defende a vida, de forma que a única coisa que acabe com a mesma seja a morte natural, pode-se imaginar que a prática não receba seu apoio.
Para a "Gaudium et Spes", constituição pastoral e a 4ª das constituições do Concílio Vaticano II, a eutanásia se enquadra na lista de violações do respeito à pessoa humana.
"Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho; em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis”. (GS 27).
Vale lembrar que, para além da Igreja, no Brasil a prática se enquadra como homicídio ou auxílio a suicídio, caso o paciente peça ajuda para morrer e no âmbito da medicina é considerado antiético.
Entretanto, em países como Colômbia, Espanha, Nova Zelândia e partes dos Estados Unidos e da Austrália, a prática é legal.

Para o Papa Francisco, tal questão está associada à “cultura do descarte”, que em muitas vazes acarreta o sentimento de "falsa compaixão”.
De acordo com o Vatican News, no ano de 2014, o Papa Francisco, ao se dirigir aos participantes da conferência promovida pela Associação Médica Católica Italiana, explicou:
“O pensamento dominante propõe por vezes uma ‘falsa compaixão’, que considera uma ajuda para a mulher favorecer o aborto, um ato de dignidade proporcionar a eutanásia, uma conquista científica ‘produzir’ um filho considerado um direito em vez de o acolher como dom; ou usar vidas humanas como cobaias de laboratório presumivelmente para salvar outras. Ao contrário, a compaixão evangélica é aquela que acompanha no momento da necessidade, ou seja, do Bom Samaritano, que ‘vê’, ‘tem compaixão’, se aproxima e oferece ajuda concreta”.
Em 2020 foi publicada, após aprovação do Pontífice, a Carta "Samaritanus bonus", que trata sobre o cuidado com pessoas que estão em fase crítica e terminal da vida.
"Incurável nunca é sinônimo de incuidável": aqueles que são afetados por uma doença em fase terminal, bem como aqueles nascidos com uma expectativa limitada de sobrevivência, têm o direito de serem acolhidos, cuidados, rodeados de afeto. A Igreja se opõe à obstinação terapêutica, mas reitera como um "ensinamento definitivo" que "a eutanásia é um crime contra a vida humana". – Congregação para a Doutrina da Fé.

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