"O problema do amor parece-me uma montanha imensa."
Essas palavras de Carl Gustav Jung, escritas pelo psicoterapeuta e psiquiatra em 1922, mostram que até mesmo um dos maiores pensadores da psicologia moderna via no amor um mistério que cresce com o tempo.
Jung tentou, mas nunca encontrou em sua trajetória profissional como médico e como um ser humano questionador uma resposta definitiva para essa força tão central na vida humana.
O livro “Sobre o Amor”, da Editora Ideias & Letras, feita a partir de trechos de suas reflexões selecionadas e editadas por Marianne Schiess, oferece uma seleção de pensamentos sobre amor, eros e relacionamentos.
A obra vai além de falar apenas sobre o amor mais conhecido por todos, o amor romântico: mergulha em questões existenciais, espirituais e sociais que afligem o ser humano. Para quem procura uma leitura para compreender melhor a si mesmo e aos outros, é uma boa escolha que ajudará a construir vínculos ao longo da vida.
Confira 3 trechos de cada força indicada pelos pensamentos do psiquiatra:
Sobre o Amor
“O amor é como Deus: ambos só se oferecem a seus serviçais mais corajosos.”
GW 10, 232
Sobre o Eros
“É uma ideia tola, que os homens têm. Eles acreditam que eros seja sexo, mas está errado. Eros é relacionamento.”
Traumanalyse, 203
Reprodução
Sobre o Casamento
“Raramente, ou melhor, nunca um casamento evolui a um relacionamento individual de forma serena e sem crises. Não há conscientização sem dores”.
GW 17, 331
Sobre a Sociedade
“Como quer que seja, de qualquer modo é uma sorte que o ser humano traga dentro de si seu regulamento social, como uma necessidade inata”.
GW 4, 655
Sobre o Relacionamento que Cura
“Basicamente a psicoterapia é um relacionamento dialético entre médico e paciente. É um confronto entre duas totalidades anímicas, no qual todo conhecimento é apenas ferramenta”.
GW 11, 904
No prefácio do livro, Marianne traz um lembrete:
“Vale lembrar que os textos reunidos foram escritos ao longo de mais de 40 anos de análise de Jung. Alguns carregam o tom e as crenças de seu tempo. Outros já mostram a evolução do pensamento junguiano. Mesmo com contradições, o que permanece atual é a proposta de que amar exige consciência, escuta e entrega verdadeira.”
Sem fórmulas prontas, Jung preferia observar e aprender com a experiência. Suas palavras continuam ecoando entre aqueles que buscam, no amor, algo que transcenda a lógica e toque a alma.
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