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Pastoral da Terra aponta aumento da violência em relatório

Conflitos por terra, trabalho escravo e assassinato puxam a lista

Escrito por Redação A12

25 OUT 2022 - 16H10 (Atualizada em 26 OUT 2022 - 08H17)

Arquivo / Andressa Zumpano - CPT Nacional

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou os dados parciais de conflitos no campo no Brasil em 2022 e, de acordo com o relatório, as ocorrências de conflitos por terra, de pessoas resgatadas do trabalho escravo e de assassinatos, aumentaram em 2022. A Amazônia Legal responde por mais da metade dos conflitos no campo, registrados neste período.

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No primeiro semestre de 2022, a CPT registrou 759 ocorrências de conflitos no campo por meio do centro de documentação Dom Tomás Balduíno, envolvendo 113.654 famílias. Já em 2021, foram documentadas 765, envolvendo 124.226 famílias.

Esses números de 2022 correspondem a 601 ocorrências de conflitos por terra, 105 de conflitos pela água, 42 de conflitos trabalhistas e desses, 41 casos foram de trabalho escravo e 1 caso de superexploração, 10 ocorrências de conflitos em tempos de seca e uma de conflitos em área de garimpo.

Os números de 2021 registraram 570 ocorrências de conflito por terra; 134 de conflitos pela água e 61 conflitos trabalhistas. O aumento no número de ocorrência de conflitos no Eixo Terra é de 5,44%, nos Eixos Água 21,64% e Trabalhistas 31,14%. É importante destacar que, desde 2013, não havia registros de Conflitos em Tempos de Seca, mas neste primeiro semestre de 2022 um novo caso foi registrado.

Além disso, a CPT registrou 33 assassinatos neste ano, 25 somente no primeiro semestre. Dentre eles, cinco mulheres foram assassinadas e esse é o maior número registrado desde 2016.

De janeiro a junho de 2022, das 601 ocorrências de conflitos por terra, 554 foram referentes a violências contra as famílias e contra as pessoas, 45 de ocupações e retomadas; e 2 ocorrências de acampamentos. Em 2021 foram 549 ocorrências de violências contra as famílias e contra as pessoas, 19 de ocupações e retomadas, além de 2 de acampamentos.

Em 2022 houve um aumento expressivo na ocorrência de ocupações e retomadas, de 136,84%. Com a queda dos números da pandemia, os povos do campo, das águas e das florestas retomaram, com intensidade, as ações de resistência e luta pela terra e pela permanência nela.

Os números preocupam já algum tempo, mas o acompanhamento do CPT é muito importante. Dom Ionilton, Presidente da Comissão da Pastoral da Terra, em sua passagem por Aparecida, na Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, concedeu uma entrevista ao Portal A12 e falou da importância do acompanhamento do CPT. 

“Nós acompanhamos a questão da terra, da água e hoje a questão do trabalho escravo, que está ligado tanto à terra quanto à água. A gente dá apoio ao homem do campo e incentivamos a permanecer no campo e a não perder a sua terra. Acompanhamos a questão da água, com a questão dos venenos que são jogados nos rios e nos igarapés, para preservar a qualidade da água e, consequentemente, a sobrevivência do trabalhador, do pescador e principalmente de quem depende de uma água em condições de tirar uma pesca que não esteja contaminada, para a saúde do próprio pescador e das pessoas que eles vendem os peixes. E trabalhamos nesta questão do acompanhamento do trabalho escravo, que infelizmente no campo é muito forte. E é muito importante a presença da CPT para dar apoio e acompanhar, para não deixar acontecer isso e para denunciar quando necessário o trabalho escravo”.

:: Confira o relatório na íntegra em: www.cptnacional.org.br

Fonte: CPT

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