De 11 a 14 de setembro de 2025, acontecerá em Recife (PE) um evento que articula fé e assuntos econômicos no Brasil. O III Encontro Nacional da Economia de Francisco e Clara (III ENEFC) reunirá na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) pessoas de todo o país que acreditam ser possível construir uma economia mais justa e solidária.
Inspirado no apelo do Papa Francisco por uma nova economia, o encontro nacional dá continuidade a uma mobilização iniciada em 2019, que ganhou ainda mais força com o anúncio do novo evento mundial da Economia de Francisco, previsto para novembro, em Castel Gandolfo, já convocado pelo Papa Leão XIV.
Com o tema “A economia pode ser justa para todas as vidas, já”, o evento terá mesas de debate, oficinas e rodas de conversa em diversos locais das cidades de Recife e Olinda. Os temas incluem desigualdade social, transição ecológica, políticas públicas e o legado do Papa Francisco para a América Latina.
O encontro dispõe de hospedagem solidária, almoço garantido aos participantes e inscrições a R$50,00, priorizando a participação da juventude engajada em pastorais, movimentos sociais e universidades.
A realização é da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC), com apoio da UNICAP, Arquidiocese de Olinda e Recife, CNBB, Cáritas NE2, CELAM, Cofecon dentre outras organizações.
Segundo a ABEFC, o movimento nasceu ainda em 2019 com o I Encontro Nacional, ocorrido na PUC São Paulo.
Nesta ocasião, os membros buscavam compreender o que era a proposta do Papa Francisco e o que o Brasil poderia investir nesse processo. A partir daí, nasceu a Articulação Brasileira com 10 princípios orientadores e grupos de trabalho reunindo movimentos populares e universidades de todo o país.
Já o II Encontro Nacional, aconteceu no formato virtual, devido à Pandemia da Covid-19, dessa vez na PUC Minas, com o objetivo de apresentar os rostos concretos da Economia de Francisco e Clara em nosso país.
“Por meio do projeto Casas de Francisco e Clara, estavam florescendo em diversos territórios experiências reais de outras economias, conectadas em rede e enraizadas nas periferias e nos sonhos do povo.”, afirmou a ABEFC.
Agora, em 2025, foi convocado o III Encontro em Recife que marcará uma nova etapa segundo a ABEFC:
“Com a ausência física do Papa Francisco, mas com a acolhida fraterna e profética do Papa Leão XIV, assumimos o desafio de que a Economia de Francisco e Clara se afirme não apenas como uma rede, mas como um movimento vivo da sociedade brasileira”, acrescentou.
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O órgão responsável pela organização do evento explicou ainda o significado do tema “A economia pode ser justa para todas as vidas, já”: refere-se a urgência de integrar saberes, práticas e modos de vida que reconstruam a economia com base na dignidade, solidariedade e no cuidado com a Casa Comum.
“O tema do nosso encontro carrega uma força profundamente transformadora: reposicionar o debate econômico no centro da vida das pessoas. Trata-se de afirmar que é possível, sim, construir ferramentas coletivas e comunitárias que reorganizem a economia a serviço da vida.”, afirmou.
Segundo a ABEFC, o desejo é de uma economia que devolva sentido à vida, oportunizando o suficiente para viver com dignidade, sonhar e criar. Para isso, é necessário: “redesenhar arquiteturas financeiras, a partir da escuta e da participação popular, construindo o futuro da economia desde as comunidades.”.
Com esse intuito, a Articulação convocou as universidades para unirem-se no propósito, entendendo que se trata de uma tarefa a ser compartilhada entre a universidade e a sociedade.
“Precisamos formar economistas e profissionais que compreendam a política como serviço ao povo, e que orientem seus estudos para uma economia a serviço da vida.”, disse.
Dessa forma, é possível abrir caminhos para uma formação que não seja voltada inteiramente para o mercado financeiro, para a acumulação individual. Por isso o compromisso da ABEFC é de “tecer um novo horizonte, onde a economia seja instrumento de justiça, cuidado e esperança.”.
Uma característica presente na ABEFC é a atuação de jovens. O órgão afirmou que a juventude não está apenas presente, mas à frente liderando a Articulação. Embora exista o apoio de adultos com a experiência e disponibilidade, são jovens que ocupam os espaços centrais na formulação e execução dos projetos que sustentam o movimento.
“A presença da juventude nesse processo também carrega uma dimensão pedagógica e política: formar lideranças populares que compreendam a economia não como um fim em si mesma, mas como um instrumento a serviço do bem comum.”, reiterou.
add Incentivados pelo Papa, uma nova economia
O que se espera do III ENEFC é o surgimento de um núcleo da Economia de Francisco e Clara em cada Arquidiocese e Diocese do Brasil. Segundo a Articulação, é importante dar os primeiros passos como com uma formação, uma horta comunitária ou uma outra experiência de economia solidária.
Conforme a ABEFC, com a multiplicação desses núcleos pelo país será possível gerar uma rede de escuta, partilha e aprendizado, além do “cultivo de práticas comunitárias, experiências transformadoras e agenda política de compromissos a serem alastrados na consciência comunitária e na pressão política.”.
Se você deseja conhecer mais sobre a Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC) e sobre o III Encontro Nacional da Economia de Francisco e Clara ENEFC, acesse aqui o site.
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