Universidade inaugura Cátedra Cardeal Cláudio Hummes

A sessão de abertura da Cátedra Universitária Pan-Amazônica: cardeal Cláudio Hummes, aconteceu na quarta-feira, dia 24 de agosto, pela Pontifícia Universidade Católica do Equador, por meio do Programa Universitário Amazônico (PUAM).Leia MaisDom Cláudio Hummes é homenageado pela Comissão para a AmazôniaBispos da Amazônia trabalham por direitos dos povos indígenas

Mauricio López, vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) e coordenador do Programa Universitário da Amazônia, foi um dos colaboradores mais próximos do cardeal brasileiro nos últimos anos, especialmente em todo o processo do Sínodo para a Amazônia e apresentou a figura de Cláudio Hummes na reunião.

Ele lembrou que essa proposta educacional amazônica, se estabelece como mandato no documento final do Sínodo para Amazônia, quando os cardeais Hummes e Barreto visaram definir a criação do órgão eclesial para a Amazônia, que hoje é a Ceama, destacando o mesmo nível de importância que era a necessidade de avançar na proposta desta iniciativa universitária para a Amazônia.

“O Programa Universitário da Amazônia (PUAM), é um caminho de implementação institucional com recorte universitário educacional, articulado no Ceama”.

A proposta também visa promover o diálogo com os povos indígenas, e o “fortalecimento das capacidades dos professores, lideranças, agentes pastorais e sobretudo, com um convite para acolher e abraçar os costumes e tradições dos povos indígenas, buscando ter uma abrangência e perspectiva de extensão inculturada e intercultural em toda a região amazônica”.

De acordo com Maurício, um dos maiores desafios da proposta da Puam, foi pensar qual deveria ser a fisionomia e o tipo de resposta desse novo projeto. E uma decisão clara foi criar um programa universitário, que se baseia nas iniciativas que já existem no território, muitas delas que já começaram com a própria Repam.

Finalizou afirmando que o Puam, é um caminho de implementação institucional com recorte universitário educacional, articulado com a Ceama. Com alguns temas prioritários: direitos humanos e incidência, alternativas ao desenvolvimento, área social, ecologia, formação em ecologia integral, espiritualidade e uma série de outras ações de cuidado, gestão formação, diálogo e teologia.

O legado de Dom Hummes

Luis Liberman, fundador do Instituto para o Diálogo e a Cultura do Encontro disse que em dom Cláudio, via um homem de alegria, uma voz potente que lutava em defesa da Casa Comum.

"Esta Cátedra é um espaço inspirador, é um espaço que nos permitirá germinar o legado de dom Cláudio, o legado de uma Igreja latino-americana que, junto com o Papa Francisco, ousou desafiar o poder real, que nunca esteve em uma zona de conforto".

Thiago Leon

Cardeal Dom Cláudio Hummes

E completou, ressaltando a inspiração que foi o legado de Dom Cláudio Hummes, explicando que ele foi "alguém que nos ensinou a ser melhor, e ser melhor é compreender o outro, compreender o próximo, estender a mão, perceber, aprender a ouvir, assumir que o futuro é nossa responsabilidade".

Patrícia Gualinga, liderança da Vila Sarayaku, contou que conhecer o cardeal Hummes, foi transformador para a relação entre Igreja Católica e os povos indígenas, pois ele acreditava no conhecimento dos índios, no acompanhamento, na escuta e na parceria.

Gualinga afirmou que o ensinamento e contribuição que Hummes deixou, foi que “a transformação tem que vir da Amazônia, a luta pela conservação do ecossistema amazônico, o acompanhamento dos povos indígenas, a compreensão dos que são diferentes". E destacou que "para nós é um prazer ter podido ter esta presença e esta luz, porque ela nos permite avançar".

O cardeal Pedro Barreto, vice-presidente da REPAM e da CEAMA esteve presente na reunião e contribuiu com elogios sobre dom Cláudio, exemplificando os pontos de vistas do espírito, atitude e ação pastoral, que o cardeal brasileiro seguia, além de sua espiritualidade franciscana, seguindo sobretudo as ações Jesus na Igreja. Destacando como Dom Cláudio inspirou o nome do atual Papa com a frase “não esqueça dos pobres”. Para ele, “Dom Cláudio é o Francisco da Amazônia”.