Opinião

A problemática moral da “animalização do ser humano”

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

07 MAR 2024 - 16H32 (Atualizada em 07 MAR 2024 - 16H54)

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O que vemos na sociedade contemporânea são problemáticas morais que surgem a cada dia. Leia MaisQual a relação da Igreja com os Direitos Humanos?

Focalizando em uma delas, encontramos a questão da “animalização do ser humano”, ou seja, já não nos importamos mais com o outro, enquanto nosso semelhante, mas humanizamos os animais, por exemplo: carregar cachorros em carrinho de bebês, chamar os animais de estimação de “filhos” ou “filhas”, se relacionar com o animal como a um ser humano.

Não podemos desprezar o momento crítico em que vivemos na atualidade, onde os valores morais e éticos da sociedade são colocados em xeque, e com isso a inversão de valores ocorre e acaba por deixar a sociedade mergulhada no caos.

Valores como matrimônio, família, religião, o próprio ser humano hoje é desvalorizado, colocado como um simples instrumento de empresas e de outras pessoas, fazendo com que ocorra uma “animalização” do homem e da mulher.

São inúmeros fatores que causam estes problemas. O fato é, como estamos lidando com estes problemas? A Igreja busca levar estas questões aos debates públicas, mas em muitos casos é colocada como “conservadora”, “retrógrada”, “atrasada”, entre tantos outros adjetivos pejorativos colocados à Igreja.

Aqui podemos fazer um adendo, pois aqueles que se dizem “defensores” da causa animal, “defensores” do bem-comum, “defensores” da família, da pátria e de uma sociedade “igualitária”, são os mesmos que passam diante de um morador de rua e o desprezam; são os mesmos que ao verem um pedinte em busca de comida, o chamam de ladrão e/ou de preguiçoso, negando ajuda.

 A problemática da “animalização” do ser humano, vem a tona num momento em que a sociedade luta por “direitos” iguais para todos, mas não é capaz de estender a mão para o irmão e para a irmã que está na sarjeta das ruas.

Oferecer a melhor comida, o melhor acento, a melhor roupa, o melhor tratamento para um animal e esquecer daquele ser humano que está ao lado, é perder a própria humanidade, pois ao humanizar o animal, o próprio ser humano coloca-se abaixo de um cachorro, de um gato, etc.

O questionamento que surge para nós: até quando iremos tapar os olhos para estas realidades?

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Opinião

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