Santo Padre

A despedida do Papa: Francisco é sepultado em Roma

O sepultamento de Francisco foi realizado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, após uma cerimônia marcada por simplicidade e respeito

Escrito por Letícia Dias

26 ABR 2025 - 08H50 (Atualizada em 30 ABR 2025 - 09H28)

Vatican Media

Na manhã deste sábado (26), o mundo se despediu do Papa Francisco em uma celebração repleta de orações e demonstração de afeto.

O adro da Basílica de São Pedro acolheu milhares de fiéis, autoridades e religiosos que se reuniram para a Missa exequial do Pontífice, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re. 

Com 980 concelebrantes, entre cardeais, bispos e sacerdotes, a cerimônia, celebrada segundo o novo rito simplificado desejado pelo próprio Papa Francisco, foi marcada pela emoção e pela esperança no Cristo Ressuscitado.

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Diante do altar, o ícone da Salus Populi Romani, tão querido ao Papa, devido à sua forte devoção mariana, chamava a atenção na celebração. 

Mais de quatro mil presbíteros participaram do lado direito da praça, onde também foram preparados mais de 225 âmbulas para a distribuição da comunhão aos fiéis. A celebração contou ainda com a leitura das preces em seis idiomas: francês, árabe, português, polonês, alemão e chinês.

Em seguida, o cardeal Re aspergiu com água benta e incensa o caixão, levado para a Basílica de São Pedro e de lá, com um cortejo fúnebre, até a Basílica de Santa Maria Maior para o sepultamento.

Já na cerimônia de sepultamento, presidida pelo cardeal Farrell, camerlengo da Santa Igreja, o caixão foi colocado no túmulo, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, no nicho no corredor lateral da basílica liberiana, e aspergido com água benta enquanto o Regina Coeli era entoado. Flores e arranjos foram levados até o local por quatro crianças. 

Uma vida entregue

Durante a homilia, na Missa das Exéquias, o cardeal Giovanni Battista Re destacou a dimensão espiritual e humana do Papa Francisco, confira alguns pontos:

A certeza da vida eterna:

“Encontramo-nos reunidos com o coração triste, mas sustentados pela certeza da fé, que nos garante que a existência humana não termina no túmulo, mas na casa do Pai.”

Um servo de Deus até o fim:

“Apesar da sua fragilidade e do sofrimento, Papa Francisco escolheu percorrer até o último dia o caminho de entrega e serviço, seguindo as pegadas de Cristo, que veio para servir e dar a vida.”

Um Papa próximo dos últimos:

“Com seu temperamento simples e acolhedor, foi um Papa no meio do povo, com o coração aberto a todos, sobretudo aos marginalizados e pobres, gastando-se sem medida para cuidar das feridas do mundo.”

Um coração movido pela compaixão:

“Em cada gesto, em cada palavra, transparecia a compaixão de Cristo, que acolhe, perdoa e levanta.”

Uma voz que chamava à esperança:

“Em tempos de incerteza, sua voz foi para muitos um chamado à esperança, um convite a manter os olhos fixos no amor de Deus que jamais decepciona.”

O cortejo fúnebre e a última homenagem

Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram novamente no final da Missa das Exéquias do Papa Francisco neste sábado (26), ecoando por toda a região do Vaticano que recebeu milhares de peregrinos vindos para se despedir do Pontífice. 

Só a Praça São Pedro reuniu 50 mil pessoas em sua capacidade máxima. Nos arredores, segundo as autoridades, outras 200 mil acompanharam a celebração pelos telões espalhados em vários pontos, inclusive na Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco foi sepultado.

Durante a missa e ao longo do cortejo fúnebre pelas principais ruas de Roma, a cidade contou com um forte esquema de segurança, incluindo drones de vigilância, atiradores de elite e o controle do espaço aéreo.

O caixão com o corpo do Papa Francisco saiu da Basílica de São Pedro por volta das 12h30 (horário de Roma) em direção à Basílica de Santa Maria Maior. 

No adro da basílica, um grupo formado por pessoas necessitadas, pobres, refugiados e indigentes aguardava a chegada do Pontífice. O caixão foi levado até o local do sepultamento em um papamóvel, enquanto peregrinos aplaudiam e se reuniam em diferentes pontos do trajeto de mais de 4 km. 

Cerca de 150 pessoas ao longo do caminho gritavam emocionadas: “Viva Francisco! Viva Francisco!”.

A herança permanece

Desde a sua eleição em 2013, Francisco imprimiu à Igreja um novo jeito de ser: mais próximo, mais simples, mais atento às dores dos tempos atuais. Escolheu o nome inspirado em São Francisco de Assis, e fez jus a ele, defendeu a paz, o cuidado com os pobres e com a criação.

Hoje, a voz que tantas vezes encorajou a esperança silencia entre nós. Mas o testemunho da sua vida e tudo o que fez pela Igreja fica como herança e tesouro para nossos caminhos.

add_circle  Leia também: Como a Igreja vive os nove dias de luto por um Papa

Fonte: Vatican News

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