Em mais uma quarta-feira de Audiência Geral, o povo de Deus reunido presencialmente na Sala Paulo VI e também pelos meios de comunicação do Vaticano, ficou bem atento aos ensinamentos do Papa sobre vícios e virtudes.
A reflexão do Santo Padre neste dia 10 de janeiro foi sobre a gula, meditando inicialmente a passagem do primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná (Jo 2,1-12).
"Ele revela a sua simpatia pelas alegrias humanas, se preocupa para que a festa termine bem e dá aos noivos uma grande quantidade de um vinho muito bom, diferente de João Batista".
O pontífice ainda ressaltou que o comportamento de Jesus causa escândalo, “porque Ele não só é benevolente para com os pecadores, mas até mesmo come com eles; e este gesto demonstrava o seu desejo de comunhão e proximidade com todos”.
A boa relação com os alimentos
Francisco orienta que Jesus põe fim à distinção entre alimentos puros e impuros, que era uma das pedras angulares de certas culturas do mundo antigo. O cristianismo não contempla alimentos impuros. Mas a atenção que devemos ter é interior: não sobre o alimento em si, mas sobre a nossa relação com ele.
"Vemos isto quando uma pessoa tem uma relação desordenada com a comida, olhamos para como ela come, come apressadamente, como se tivesse vontade de se saciar e nunca se sacia, não tem uma boa relação com o alimento, é escrava da comida".
Doenças e distúrbios
Durante a catequese, aprendemos que a serenidade que Jesus estabeleceu com a alimentação deveria ser redescoberta e valorizada, principalmente para o nosso bem-estar, pois acontecem muitos desequilíbrios e patologias pelo exagero ou escassez de comida que consumimos.
"Comemos demasiado, ou demasiado pouco. Muitas vezes comemos sozinhos. Os distúrbios alimentares estão a espalhar-se: anorexia, bulimia, obesidade... E a medicina e a psicologia tentam resolver a má relação com a comida, a raiz de muitas doenças... procuram abordar a má relação com a comida. Uma má relação com a comida produz estas enfermidades".
Gula é um pecado pessoal e social
A alimentação é a manifestação de algo interior: a predisposição para o equilíbrio, ou para o exagero, a capacidade de dar graças, ou a arrogante pretensão de autonomia, como também a empatia de quem sabe partilhar a comida com os necessitados, ou até mesmo o egoísmo de quem acumula tudo para si.
"Esta questão é muito importante: diz-me como comes e te direi que alma tens. No modo de comer se revela a nossa interioridade, os nossos hábitos, as nossas atitudes psíquicas", ensina o Papa.
Antigos Padres chamavam o vício da gula de “gastrimargia”, termo que podemos traduzir como “loucura do ventre”. Francisco relembrou um antigo provérbio "Devemos comer para viver, não viver para comer". A gula é um vício que se insere precisamente numa das nossas necessidades vitais, como a alimentação.
Buscar a sobriedade e ser vigilante
Encerrando a reflexão, o Santo Padre diz que se observarmos de um ponto de vista social, a gula seja o vício mais perigoso, que mata o planeta. Pois o pecado de quem cede diante de uma fatia de bolo, considerando bem, não causa grandes danos, mas a voracidade com que nos desencadeamos, há alguns séculos, sobre os bens do planeta compromete o futuro de todos.
"Fomos feitos para ser homens e mulheres 'eucarísticos', capazes de dar graças, discretos no uso da terra e, ao contrário, transformamo-nos, o perigo é de nos transformarmos em predadores, e agora nos damos conta de que esta forma de 'gula' nos fez muito mal, a nós e ao ambiente em que vivemos. Deixemos que o Evangelho nos cure da gula pessoal e da gula social no mundo. Peçamos ao Senhor que nos ajude no caminho da sobriedade que os vários tipos de gula não se apoderem da nossa vida", ensina o Papa.
Acompanhe a Audiência Geral do Papa desta quarta-feira
Fonte: Vatican News
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