No dia 20 de dezembro de 2025 o Santo Padre convocou para Roma o primeiro Consistório Extraordinário de seu pontificado com a finalidade de tratar temas pertinentes à vida e administração da Igreja, buscando fortalecer a comunhão entre o Bispo de Roma e os Cardeais que, desta forma, são chamados a colaborar de modo especial com o bem da Igreja universal.
Com sua origem no latim, a palavra “consistorium” pode ser traduzida literalmente como “ficar junto” ou “reunir-se” para uma finalidade comum. Nos tempos da Roma imperial, a palavra indicava um espaço físico, significando “Local de reunião do conselho imperial”. Mais tarde, a mesma palavra passou a designar a reunião do Papa com seu conselho formado pelo clero de Roma que mais tarde passaram a ser chamados de cardeais.
Desde os tempos mais antigos da cristandade, veio o costume de os papas conversarem com o seu presbitério sobre questões importantes da vida e da caminhada da Igreja, sobretudo, em momentos de crise ou de tomada de grandes decisões.
Com o aumento das questões teológicas ou organizacionais que precisavam ser abordadas e debatidas, ficou bem difícil organizar concílios regionais ou ecumênicos pela dificuldade de reunir tantos bispos que não residiam em Roma. Hoje são cerca de 5,5 mil bispos presentes nos 05 continentes. Com isso, o papa passou a tratar de assuntos relevantes exclusivamente com o seu clero, ou seja, os cardeais, nos consistórios.
Até o século XV, os consistórios atuavam como o conselho supremo dos papas, porém, como as questões a serem tratadas nessas reuniões não paravam de aumentar, chegou a hora da Igreja delimitar a temática a ser debatida para não diminuir a importância dos consistórios, que passaram então por uma nova estruturação.
Consistórios públicos e extraordinários
Com o passar dos tempos, mudou a organização e o modo de funcionamento do consistório, divididos então em consistórios ordinários e os extraordinários.
Os consistórios ordinários contam com a participação dos cardeais residentes em Roma, como os que atuam nos diversos organismos da Cúria Pontifícia, enquanto os extraordinários devem ter a participação de todos os cardeais, mesmo dos que já completaram a idade de 80 anos e já não participam dos conclaves. Até padres e outros convidados podem participar como assessores e experts. O Consistório para a criação de cardeais, por exemplo, bem como o que é convocado para deliberar sobre novas canonizações, é ordinário e público.
Normalmente, nos consistórios, se dialoga sobre a situação da Igreja, se trata sobre algum tema específico e importante na Igreja, se discute a causa de canonização e se criam novos cardeais.
Ordinário: São reuniões mais rotineiras, às vezes públicas, para assuntos como canonizações ou criação de novos cardeais (Consistório Público).
Extraordinário: Convocado para debater situações emergenciais ou questões de grande importância, reunindo todos os cardeais.
Eventos: Criação de cardeais (quando os nomeados recebem o barrete vermelho, anel e um título de igreja).
Os cardeais da Igreja integram o chamado “Colégio cardinalício”, órgão que reúne todos os que foram criados pelo papa, e sua principal missão é aquela de fazer a eleição de um novo papa em um conclave.
Nos tempos da Igreja antiga, nos primeiros séculos, o Papa tinha como colaboradores os responsáveis pelo cuidado das mais antigas igrejas de Roma, os diáconos que administravam o Palácio de Latrão, os sete departamentos de Roma e os chamados bispos suburbicários responsáveis pelas dioceses próximas de Roma.
A partir desses colaboradores, mais tarde nasceriam o grupo ou colégio dos cardeais, distribuídos em três ordens: cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos.
Os cardeais nasceram, portanto, do grupo de 25 presbíteros das comunidades primitivas em Roma, nomeados pelo Papa Cleto, no século I, e dos 7 e mais tarde 14 diáconos que cuidavam dos pobres nas várias regiões da cidade.
Com o caminhar da Igreja pelos séculos, novas disposições foram sendo acrescentadas e hoje o Colégio dos Cardeais forma o principal grupo de colaboradores do Papa.
Como prescreve o Código de Direito Canônico (CIC), os cardeais devem auxiliar o papa “colegialmente, quando são convocados juntos para tratar de assuntos de mais importância”.
Devem fazê-lo também pessoalmente, “através dos diversos ofícios que exercem ajudando, sobretudo, o papa no seu governo cotidiano da Igreja universal”.
O papa atribui a cada cardeal uma igreja de Roma que é conhecida como "Título" ou "Diaconia", como símbolo de sua participação no cuidado pastoral do papa pela cidade. A Igreja de santo Afonso em Roma, por exemplo, é uma igreja titular e no momento o seu cardeal titular é Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster de 2009 a 2025, criado cardeal em 2014, que em dezembro de 2025 renunciou ao cargo de arcebispo, mas continuou como cardeal.
Atualmente, a Igreja Católica conta com 252 cardeais, e destes 135 são eleitores, ou seja, aqueles que têm menos de 80 anos de idade. Com a internacionalização da Igreja e do Colégio dos Cardeais, esses são provenientes de 70 nações, sendo a Itália, o Brasil e os Estados Unidos os países que contam com o maior número de cardeais.
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