Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco apresenta à Igreja e ao mundo a sua preocupação com a crise atual do Planeta.

Na “Laudato Si”, um de seus documentos mais lidos e o que é destaque na luta pela sustentabilidade do Planeta, Francisco o chama de “Casa Comum”, e faz um apelo profético a todo cristão para assumir a responsabilidade pela criação de Deus entregue a nós, seus filhos; aos líderes mundiais, a constante cobrança de atitudes concretas, antes que seja tarde.

Francisco afirma que religiões estão buscando fazer a sua parte

Falando para participantes de uma reunião interparlamentar, nos dias 8 e 9 de outubro passados, o Papa fez questão de mostrar que líderes de diferentes religiões assumiram, recentemente, um compromisso comum, assinando um ‘Apelo’ conjunto em vista da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a se realizar de 31 de outubro a 12 de novembro do ano em curso, em Glasgow, na Escócia.

Disse que as religiões comprometidas que assinaram o referido ‘acordo’, têm “consciência dos sérios desafios que ameaçam a humanidade e o planeta e pela necessidade de maior solidariedade diante da pandemia global”. Aqui, o pontífice faz uma ligação de duas prioridades, tanto a crise climática como a pandêmica.

E complementou: “De nossa parte, como representantes das religiões, estamos fortemente empenhados em trabalhar ‘no campo da ação e do exemplo’ em favor da educação para a ecologia, mas isto não é suficiente”,  mostrando aí a necessidade de grandes iniciativas a serem tomadas na próxima Conferência.

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Mudança da “cultura do descarte” para a “cultura do cuidado”

Para Francisco, a humanidade precisa passar por uma mudança radical e, para isso, faz-se necessário uma vontade firme de mudar. Esse querer leva a transformações na maneira de pensar e agir. A essa mudança, ele classifica como “verdadeira conversão, a começar por aqueles que ocupam cargos de responsabilidade”.

Leia MaisParaíso não é um lugar encantadoA Palavra de Deus guia o Sínodo, para que não seja uma convenção eclesial, diz PapaMês Missionário: Um Papa Missionário para a Igreja em Missão!Em meio à crise, o Papa enxerga luzes no processo, ao sentir “diferentes vozes ao expressar dois aspectos: por um lado, o pesar pelos graves danos causados à família humana e à sua casa comum; por outro, a necessidade urgente de iniciar uma mudança de rumo capaz de passar decisiva e convincentemente da cultura do descarte, prevalecente em nossa sociedade, para uma cultura do cuidado”.

Um apelo claro e decisivo às autoridades para a Conferência de novembro

A importante Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática não terá presencialmente o Papa Francisco, que será representado pelo secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin.

No entanto, parte de sua mensagem já foi passada aos participantes: “Apelamos aos governos para que adotem rapidamente um caminho que limite o aumento da temperatura média global e deem impulso a ações corajosas, reforçando também a cooperação internacional”.

E saindo “do genérico”, citou necessidades específicos: “Promover a transição para energia limpa; adotar práticas sustentáveis de uso da terra que preservem as florestas e a biodiversidade; promover sistemas alimentares que respeitem o meio ambiente e as culturas locais; continuar a luta contra a fome e a desnutrição; e a apoiar estilos de vida, consumo e produção sustentáveis”.