Cardeal Mykola Bychok: “Pedi ao novo Papa que rezasse pela Ucrânia”

O cardeal Mykoła Bychok, missionário redentorista que participou do conclave, compartilhou suas impressões sobre este evento histórico e falou sobre sua conversa com o recém-eleito Papa Leão XIV em uma entrevista ao canal greco-católico ucraniano Žyve TV.

Segundo o bispo da Eparquia Greco-Católica Ucraniana dos Santos Pedro e Paulo, em Melbourne, Austrália, a experiência de participar do conclave foi extraordinária:

"Emoções difíceis de transmitir, porque é algo incrível, um evento que atrai a atenção do mundo inteiro – tanto crentes quanto não crentes"

Dois momentos foram particularmente emocionantes para ele - quando os cardeais entraram em procissão na Capela Sistina e quando todos se encontraram nas sacadas da Basílica de São Pedro, aguardando o anúncio do novo papa.

Conversa pessoal com o Papa recém-eleito

O Cardeal Bychok falou sobre sua breve conversa pessoal com o Papa recém-eleito logo após sua eleição:

“Quando me aproximei dele, disse-lhe que sou bispo dos ucranianos na Austrália, Nova Zelândia e Oceania. Assegurei-lhe minhas orações e que a Ucrânia e a Austrália também rezarão por seu serviço a Deus, à Igreja e à humanidade. Também lhe pedi que se lembrasse da Ucrânia em suas orações por uma paz justa e pelo fim da guerra.”

Clima de oração durante o conclave

O Cardeal Bychok enfatizou que o conclave ocorreu em um clima de profunda oração:

“Há muito tempo durante a contagem dos votos. E não é como mostrado no filme Conclave. É completamente diferente, há muita oração. Acima de tudo, é um apelo ao Espírito Santo, um apelo ao Espírito Santo para guiar nosso voto e nossas ações, para que a pessoa que for a melhor entre todas seja verdadeiramente escolhida.”

O tema da Ucrânia e o apelo à paz

O Cardeal Bychok enfatizou que o tema da Ucrânia foi importante durante as discussões dos cardeais, especialmente antes do conclave. Segundo ele, o tema da Ucrânia foi levantado com bastante frequência, especialmente nas congregações gerais. O tema da Ucrânia, o tema das guerras, o tema das vítimas dessas guerras, o tema da paz, mesmo antes da eleição do Santo Padre, foi notado que seriam muito importantes para o ministério do próximo Papa.

Ele ainda chamou atenção especial para a mensagem comum dos cardeais, que não foi amplamente divulgada na mídia secular:

“Na última congregação de cardeais (...) foi feito um apelo a todos os líderes do mundo em nome de 180 cardeais. É algo incrível. Não é só o Papa que está abordando isso. São praticamente os cardeais que assinaram o apelo e o apelo pela paz, pelo fim das guerras na Ucrânia, na Terra Santa ou em qualquer outro lugar, em última análise, não apenas em palavras, mas em ações, pelo fim das guerras.”

As primeiras palavras e a esperança do novo Papa para a Ucrânia

O cardeal expressou a esperança de que o novo papa apoie a Ucrânia:

“Fiquei fascinado com seu discurso na galeria central da Basílica de São Pedro. Ele abordou o tema da paz, dizendo: A paz esteja convosco, e, além disso, que esta é uma paz que não é alcançada apenas pelos poderosos, mas que é dada pelo próprio Cristo, estas são verdadeiramente palavras que nos dão, a nós, ucranianos, grande esperança.”

O novo papa adotou o nome Leão XIV. Segundo o Cardeal Bychok, a escolha do nome papal poderia indicar o desejo do novo papa de dar continuidade à tradição do Papa Leão XIII, conhecido por sua doutrina social e compromisso com a paz.

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Fonte: Scala News