Neste domingo, 24, as Províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e a Vice-Província da Bahia no espírito da reestruturação assumem a Paróquia de Santo Antônio, em Juazeiro (BA) para ali continuar a presença redentorista após quase 71 anos.
A primeira equipe missionária é formada pelo padre Marcos da Silva Santos (BA), que será o pároco, e padre Gilson da Silva (BA) e padre José Pereira (SP), como vigários. Os religiosos foram acolhidos pela comunidade paroquial nesta semana e a celebração de apresentação e posse da primeira comunidade acontece às 17h deste domingo.
Presença histórica
Depois de estarem organizados no sul e sudeste do Brasil desde 1894, com a Missão Holando-Brasileira, com sede em Juiz de Fora (MG) e com a Missão Baváro-Brasileira, com sede em Aparecida (SP), chegou a vez do Nordeste receber a presença dos redentoristas. Isto aconteceu em 1947, com a constituição de uma primeira comunidade em Garanhuns (PE), formada por 04 pioneiros redentoristas holandeses.
A localização geográfica e o clima ameno favoreceram a escolha da cidade de Garanhuns para a nova fundação, como ponto de partida para extensão para outros estados: Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Antes de constituírem uma comunidade estável, os missionários já haviam realizado várias missões em Pernambuco, nas cidades de Arcoverde, Serra Talhada (1929) e Recife (1939).
Além do ardor missionário, a Vice-Província, hoje Província do Rio de Janeiro, contava com número suficiente de religiosos para expandir sua missão para o Nordeste. Com isso, novas comunidades foram sendo constituídas.
Em 1950, deu-se a fundação da segunda comunidade redentorista em Juazeiro (BA). Para a missão desta comunidade foi dada prioridade à catequese, visitas domiciliares, pregação de missões, contribuindo assim para a renovação espiritual de toda aquela região. Juazeiro fazia parte da Diocese da Barra que cobria todo o sertão baiano.
No ano de 1956, o Santuário de Bom Jesus da Lapa (BA) foi entregue aos redentoristas holandeses que cuidaram do santuário e de uma vasta região do interior até que em 1972, chegaram os primeiros redentoristas poloneses, sendo criada a Missão Redentorista, depois Vice-Província da Bahia.
Mas num processo de concentração, os redentoristas da Missão de Pernambuco decidiram por abandonar a região.
Uma cidade com marcas redentoristas
Mesmo depois de deixarem a comunidade a cidade de Juazeiro continuou com marcas redentoristas. Em 21 de julho de 1962, no alvorecer do Concílio Vaticano II foi criada a Diocese de Juazeiro e Dom Tomás Guilherme Murphy, redentorista norte-americano que havia trabalhado na Vice-Província de Manaus (AM) foi nomeado como seu primeiro bispo, dirigindo aquela Igreja particular por 12 anos. Em seu período de governo pastoral alguns missionários canadenses atuaram na região.
Seu trabalho em Juazeiro foi baseado nas seguintes prioridades: evangelização e catequese (anúncio da Palavra), liturgia (relacionamento com Deus) e ação social (dimensão da Caridade e da Promoção humana).
Muitos o consideram santo e, após sua morte, em 1995, foi iniciada a causa de beatificação pela Arquidiocese de Salvador, ainda em andamento no Vaticano.
Depois dele, em 1974, Dom José Rodrigues foi nomeado pelo Papa Paulo VI, como bispo da Diocese de Juazeiro, ali ficando até sua renúncia em 2003, em quase 30 anos de pastoreio. Ele era da Vice-Província de Goiás e teve seu pastoreio marcado pela sua ação pastoral e social.
Diocese de Juazeiro
Possui área 56,269 mil km², sendo formada por 9 municípios: Casa Nova, Campo Alegre de Lourdes, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá. A área original da diocese foi desmembrada da Diocese da Barra, e o município de Curaçá, foi desligado da Diocese de Bonfim. A cidade de Juazeiro passa de 200 mil habitantes, mas a região é fortemente marcada pelos desafios sociais oriundos da seca e de outros desafios.
Hoje a diocese está organizada em 17 paróquias e mais duas áreas pastorais, sendo o clero diocesano formado por 28 sacerdotes.
Rezemos por esta nova missão assumida pelas províncias.
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