Por iconográfica pode se entender o repertório de imagens próprias de uma obra, de um gênero de arte, artista ou de um determinado período artístico.
Pode se definir também como o estudo descritivo da representação visual de símbolos e imagens, sem levar em conta o valor estético que possam ter.
Por isso mesmo, a interpretação iconográfica vai além dos dados visuais, sintetizando o significado cultural e religioso mais profundo de uma imagem.
Quando falamos em iconografia afonsiana estamos nos referindo às muitas imagens já feitas sobre o fundador da congregação Redentorista, algumas bem próximas da realidade de sua pessoa, outras como interpretações ou estudos que necessariamente correspondem à realidade.
Entre as muitas imagens da iconografia afonsiana chama atenção o meio-busto existente na igreja redentorista de Marianella, marcando o lugar onde ele nasceu.
Informações histórico-iconográficas
Por ocasião da comemoração anual do nascimento de Santo Afonso Maria de Ligório, no dia 27 de setembro, chama atenção um de seus simulacros mais antigos que é mantido na igreja paroquial de Marianella.
Aqui estão alguns fatos históricos interessantes sobre o precioso artefato de madeira. A iconografia de meio-corpo ou meio-busto era um dos modos de representação muito usados na época.
Essa representação privilegiava o aspecto contemplativo da vida do santo, proposto para a veneração dos fiéis como modelo de piedade cristã.
Isso se pode perceber pela forma como é expresso, pela posição reclinada de sua cabeça e pelo olhar intenso.
A primeira representação do “Bem-aventurado” Afonso Maria de Ligório, colocada no primeiro altar a ele dedicado em Roma, na igreja de Santa Maria in Monterone, adjacente à casa dos Redentoristas.
Essa representação o retrata de joelhos, em atitude de oração, assim como algumas gravuras impressas do mesmo período, colocadas no frontispício interno de algumas de suas biografias. O meio-busto do qual falamos foi feito com os mesmos critérios iconográficos.
A descrição feita pelo historiador e teólogo redentorista, padre Domenico Capone, primeiro estudioso da iconografia afonsiana, nos remete à importância que o simulacro, destinado à igreja paroquial de Marianella, teve na produção de imagens afonsianas, destinadas à veneração pública:
“O santo leva a mão direita ao peito, naturalmente, enquanto a esquerda segura uma aba da mozzetta. A tradição, que me foi comunicada pelo pároco Dom Ernesto Contegno, afirma que este busto foi feito pelo escultor Citarella, de Nápoles, por ocasião da beatificação de Afonso; e acrescenta que, ao carregá-lo em procissão para a paróquia, ele foi acompanhado pelo sobrinho do Santo, o príncipe Don Giuseppe de Liguorio”. (DOMENICO CAPONE, Il volto di Sant'Alfonso, Roma, 1954, p.164).
Homenagem pela beatificação de nosso santo fundador
Era natural que após a beatificação de nosso santo fundador em 1816, lhe fosse dedicado um altar na igreja paroquial, contíguo ao palácio da sua família, local do seu nascimento. De fato, os habitantes do bairro queriam homenagear o “mais napolitano dos santos”.
Isso o atribuiu um lugar de honra entre os protetores de sua paróquia e destinando-lhe celebrações solenes, como ainda hoje acontece, perpetuando uma tradição com mais de duzentos anos.
O simulacro artístico, encomendado pelo clero e pelo povo de Marianella, foi objeto de veneração popular desde a sua criação.
Segundo uma tradição que ainda hoje está em vigor, o meio-busto é carregado em procissão e exibido no altar-mor da igreja nos dias anteriores à festa e também permanece visível durante todo o ano, num altar lateral a ele dedicado, permitindo que os devotos possam satisfazer a sua devoção.
A expressão do rosto, muito semelhante à da imagem, venerada na igreja redentorista de Ciorani, reproduz os traços somáticos do santo, como se pode ver em sua máscara mortuária. O que chama atenção é o olhar penetrante, sobre o qual brilha uma calma e uma intensidade de sentimentos que o tornam revivido aos olhos de quem vê.
Esta foi a imagem do santo que o povo de Marianella, de geração em geração, fixou em sua memória coletiva. Ele é seu Santo Afonso, um sujeito de veneração e orgulho local.
O busto permanece um instrumento eficaz de mediação entre os fiéis e a realidade nele retratada, uma memória plástica de um santo vivo e ativo, pronto a interceder pelo seu povo, modelo incomparável de vida cristã.
Pe. Ciro Avella C.Ss.R.
Fonte: Tradução livre: Pe. Inácio Medeiros, C.Ss.R.
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