Quando se estabeleceram na Polônia, os Redentoristas receberam uma pequena igreja localizada na Cidade Nova para ser o seu centro permanente de missão. Era uma igreja pequena e em sua fachada havia uma pintura retratando o padroeiro São Beno.
Apesar de sua singeleza, o interior era enriquecido com altares bem elaborados, com bancos e confessionários e, como era próprio desse tempo, possuía cerca de 200 relíquias e uma boa coleção de preciosos vasos sagrados, paramentos e uma coleção de livros litúrgicos como missais e livros de orações. Havia também os livros das crônicas da confraria de São Beno.
Em 1802, o edifício foi modificado com a ampliação do coro e construção de novas capelas dedicadas ao Salvador do Mundo e à Nossa Senhora das Dores, que foram consagradas em 9 de abril de 1802.
Um edifício de dois pisos construído entre 1787 e 1788 foi destinado para ser a moradia da comunidade redentorista. Logo, porém, se tornaria pequena para atender às necessidades dos redentoristas, porque ali passou a funcionar um orfanato e duas salas de aulas para meninos. Por alguns anos, até 70 pessoas viviam e transitavam por este apertado espaço.
Placa com a imagem de São Clemente fala sobre o trabalho pastoral realizado pelos Redentoristas
O Reitor-Mór da Congregação, Padre Blasucci, determinou que São Clemente M. Hofbauer realizasse algumas adaptações, porém, a complicada situação política de Varsóvia não permitiu que a estrutura existente fosse ampliada ou que se construísse uma nova casa.
A promessa de ajuda feita pelo rei Estanislau nunca chegou a se concretizar por causa das guerras, da repartição da Polônia e, finalmente, da ocupação de Varsóvia pelo exército prussiano, parte da atual Alemanha.
"Quem sabe o porquê da Providência nos fazer sofrer em uma casa tão pequena há quatorze anos, e porquê as iniciativas para receber uma casa maior não tiveram um resultado positivo?", escreveu São Clemente ao Pe. Blasucci em 12 de junho de 1800.
.:: O Venerável redentorista Domingos Blasucci
A partir dela é que São Clemente saía a percorrer as casas e tabernas da cidade em busca de doações para o orfanato.
Além da igreja e do convento colocado à disposição dos redentoristas, outras instalações aos poucos foram sendo acrescentadas, com a adaptação de algumas áreas já existentes.
Edifícios escolares - Na escola para os meninos, que funcionava no convento, estudavam as crianças da segunda e terceira séries; lá também estava o orfanato que, desde 1795, era mantido pelos redentoristas.
Novos edifícios - Para melhorar as precárias condições em que viviam em 1804, conseguiram adquirir uma casa de dois andares. Depois compraram uma velha casa que foi transformada numa residência de dois andares destinada à formação dos futuros candidatos da Congregação. Aos poucos foram montando novas instalações usadas como celeiro, padaria, estábulo, galpão e carpintaria.
Durante o período do Ducado de Varsóvia, com a invasão da cidade, os soldados ocuparam várias instalações usadas então como depósito dos hospitais militares. Com isso, as dificuldades foram se acumulando e as dívidas aumentando, porque a ajuda quase não chegava e, apenas em meados de 1807, a comunidade conseguiu reaver as instalações onde estavam os soldados que as deixaram em péssimas condições.
.:: A Varsóvia de São Clemente e a ocupação estrangeira
Os redentoristas também receberam da confraria de São Beno, um jardim localizado atrás da igreja que foi dividido em terraços, onde plantaram árvores frutíferas, produziram verduras e cavaram um poço. Em dois jardins alugados aos Cônegos Regulares de São Jorge, ampliaram o cultivo de frutas, vegetais e trigo.
Talvez as pessoas possam estranhar essa busca por novos terrenos e instalações, mas, como era costume da época, cada casa religiosa, a exemplo do que acontecia nos mosteiros desde a Idade Média, procurava ser autossuficiente, produzindo quase tudo o que precisava.
Desta forma a comunidade podia se manter mesmo em época de dificuldades, tendo mais recursos para socorrer aos necessitados que sempre batiam à sua porta. E a época era de calamidade por causa da guerra e da invasão!
Pintura reproduz a imagem de São Beno
Em 1793, o parlamento polonês permitiu que os redentoristas comprassem outras terras para serem usadas na produção dos alimentos, que garantiriam o sustento da comunidade e das instituições educacionais. Chegaram inclusive a planejar a construção de uma pequena fábrica de tecidos, mas a invasão dos prussianos impediu a iniciativa.
Ao chegar a Varsóvia, os redentoristas não tinham nenhuma fonte segura de manutenção e a Confraria de São Beno não conseguiu cumprir o que prometera, devido às dificuldades da época e, já em 1794, deixou de pagar a quantia fixa que havia sido estabelecida para o cuidado das obras assistencial e educacional.
A comunidade redentorista de São Beno levava uma vida bem regrada e pobre. As espórtulas recebidas pela celebração das missas que, felizmente, nunca faltava, solicitadas não apenas pelos habitantes de Varsóvia, como também por pessoas de outros lugares onde eram pregadas missões, exercícios e retiros espirituais, eram de grande valia. Uma parte ficava com a comunidade e outra era enviada para a Congregação na Itália.
Presentes recebidos de fiéis e benfeitores ou doações vindas de pessoas da aristocracia polonesa e de pessoas atendidas ajudavam a reforçar o fundo da comunidade.
No início da Congregação no Reino de Nápoles, não era permitido que ela tivesse escolas sob os seus cuidados e a regra nem permitia que isso acontecesse, porque os congregados deviam se dedicar especialmente à pregação das missões.
Mas como no coração da Europa a realidade era outra, aos poucos os redentoristas foram assumindo o cuidado de escolas que também funcionavam como centro de missão, atraindo pessoas de diferentes categorias sociais, sobretudo, as mais deserdadas da sociedade. O carisma precisa ser adaptado em cada circunstância, época ou realidade.
Interior da igrjea de São Beno, na Polônia
Em São Beno, a escola era mantida inicialmente com o valor repassado pela confraria e pelas doações de benfeitores, entre os quais estava o próprio rei Estanislau. Às vezes eram organizadas missões em escolas e orfanatos e parte das ofertas arrecadadas nessas ocasiões ajudava na manutenção das obras.
Alguns fundos fixos vinham ocasionalmente da Comissão de Educação Nacional e de organismos governamentais. Após a conquista da cidade pelos prussianos, o repasse de fundos governamentais e a contribuição prometida para a expansão da escola simplesmente desapareceram.
.:: 3 fatos sobre São Clemente para inspirar sua vocação! ::.
Fonte: Instituto Histórico Redentorista
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