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Padre Redentorista se salvou de naufrágio nos Estados Unidos

Joseph Oppitz se tornou um missionário de múltiplas atividades, como pároco, professor e escritor, deixando obras no campo da espiritualidade Redentorista

Escrito por Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

19 AGO 2025 - 17H05 (Atualizada em 20 AGO 2025 - 10H56)

Nantucket Historical Association

O naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia ocorrido em 13 de janeiro de 2012, ao largo da costa da ilha de Giglio, na Itália, trouxe à lembrança outros conhecidos naufrágios como o do Titanic, ocorrido em abril de 1912, quando o poderoso navio fazia sua primeira viagem ou ainda o naufrágio do navio italiano Andrea Doria, ocorrido em 1956.

A lembrança mais recente vem do Costa Concórdia, cujas imagens se espalharam pelas redes sociais à época. O cruzeiro colidiu com um recife submarino, devido a uma manobra inadequada de seu capitão Francesco Schettino, resultando no naufrágio que provocou 32 mortes.

Reuters Reuters Costa Concordia parcialmente submerso em 2012


Posteriormente, o navio, que havia virado de lado, foi resgatado e desmontado como sucata. Seu capitão foi condenado a 16 anos e um mês de prisão pela sua negligência porque, ao contrário do que as regras náuticas determinam, deixou o navio às escondidas, abandonando os passageiros e tripulação à própria sorte.

O Titanic, por sua vez, colidiu com um grande iceberg, indo ao fundo do mar depois de duas horas, provocando a morte de aproximadamente 1.500 pessoas, entre passageiros e tripulantes, no que é considerado um dos piores naufrágios da história.

Já o naufrágio do navio italiano Andrea Doria ocorreu em 25 de julho de 1956, quando colidiu com o navio sueco MS Stockholm perto de Nantucket, Massachussets. O Andrea Doria, um navio de luxo, navegava de Gênova para Nova Iorque quando foi atingido em meio a um espesso nevoeiro. Seu naufrágio é também considerado um dos piores desastres marítimos do século XX.

Dos 1200 passageiros e 500 tripulantes a bordo do Andrea Doria, morreram 46 pessoas, a maioria das quais ocupavam cabines que foram atingidas diretamente pelo choque dos dois navios, além de cinco tripulantes do MS Stockholm. O casco do Andrea Doria foi atravessado e o navio pendeu para o lado. O desastre só não foi pior porque logo chegaram outros navios em socorro.

O curioso é que entre os passageiros deste navio estava um jovem Missionário Redentorista, Pe. Joseph W. Oppitz, que acabara de se formar na faculdade em Roma e estava retornando para os Estados Unidos. Posteriormente, o naufrágio do navio italiano tornou-se tema das conversas em vários níveis e em diferentes partes de seu país. Por isso, recortamos aqui algumas passagens de sua narrativa.

Uma noite “cabulosa”

Assim começa a narrativa de Pe. J. Oppitz: “Depois de defender minha tese em Roma, viajei para Gênova para embarcar no Andrea Doria e voltar para casa. O navio tinha 213 metros de comprimento, contando com os mais recentes dispositivos de segurança e sofisticados equipamentos de radar, de rádio, vários compartimentos de segurança, de modo que seria impossível o navio afundar. Saímos de Gênova em 17 de julho, mas antes de entrar no oceano atracamos em Nápoles para receber o último dos 1.706 passageiros a bordo”.

Depois disso a viagem prosseguiu com os incidentes corriqueiros e com as diferenças entre pessoas que acontecem numa viagem, mas nada que pudesse afetar a segurança da viagem, mesmo em alto mar.

O desastre aconteceu quando o navio já estava a cerca de 200 km de Nova Iorque. E Pe. Oppitz narra o acidente ocorrido debaixo de forte nevoeiro:

“A colisão ocorreu às 23h20. A proa do Stockholm (Navio que se chocou com o Andrea Doria) amassou com o impacto, fazendo um enorme buraco no Andrea Doria e abriu a estibordo como um abridor de latas. Quando o Stockholm cortado flutuou livre novamente, a água do oceano entrou na ferida aberta do Doria, fazendo com que nos inclinássemos pesadamente para a direita. Tudo aconteceu tão rapidamente que os botes salva-vidas do lado contrário se tornaram absolutamente inúteis.

Quando o Stockholm recuou, saindo do corte, parecia que ele havia perdido 75 pés de sua proa. Outro problema sério foi que, após o impacto, o Stockholm não pôde ser estabilizado porque seu sistema de ancoragem havia afundado. Sugado para o círculo de turbulência, ele veio nos bater mais uma vez!"

Fonte US Navy Institute Fonte US Navy Institute 46 pessoas, entre passageiros e tripulantes, morreram na colisão entre os navios Andrea Doria e MS Stockholm


Além da escuridão da noite no mar aberto, havia a questão do nevoeiro. Em sua narrativa posterior, Pe. Opptiz fala dos vários milagres que ocorreram durante e depois do acidente:

“Meu milagre pessoal aconteceu no dia em que saímos de Gênova, quando fui forçado a mudar de cabine. Se eu não tivesse mudado de lugar, teria sido morto em uma das cabines que foram completamente destruídas. O comprimento real do corte era de 40 metros de largura, atingindo sete dos onze conveses do Doria Andrea, justamente onde estaria a minha cabine”.

Diferentemente do que aconteceu com o capitão do Costa Concordia, Pe. Oppitz (1926-2011) reconhece a capacidade do comandante do Andrea Doria. O capitão deste soberbo transatlântico era Piero Calamai, o mais jovem comandante da Companhia Italiana que se viu diante da trágica situação, na noite de julho de 1956, quando o lado direito do transatlântico foi rasgado pela proa do quebra-gelo sueco Estocolmo:

“Ninguém pode contestar o trabalho deste comandante, que é o único que pagou tantas consequências negativas. Decisões rápidas e corretas, que levaram ao resgate de todos, exceto apenas das pessoas que morreram imediatamente devido à colisão. Uma grande operação de resgate que o vê em seu navio até o fim, encostado na parte de trás do convés, firme e determinado a não abandonar seu navio, até que sua própria tripulação, já resgatada, voltasse para buscá-lo”.

Professor e escritor

Depois de ordenado, Pe. Joseph Opptiz se tornou um redentorista de múltiplas atividades como missionário, pároco, professor e escritor, deixando várias obras no campo da espiritualidade Redentorista.

Divulgação Divulgação Opptiz ensinou, pregou e dirigiu as consciências de milhares de pessoas pelo resto de sua vida

Ele nasceu em 12 de agosto de 1926, em Baltimore, estado de Maryland, região leste dos Estados Unidos.

Entrando para a Congregação, professou os primeiros votos religiosos em 2 de agosto de 1948.

Os votos perpétuos foram celebrados em 2 de setembro de 1951, sendo ordenado sacerdote em 21 de junho de 1953, no grande seminário de Esopus, Nova Iorque.

Entre 1954 e 1956 estudou no Instituto Angelicum, em Roma, onde completou seu doutorado em filosofia. E foi justamente em sua viagem de retorno ao seu país, que aconteceu o acidente com o navio onde viajava.

Sobrevivente, Pe. Opptiz ensinou, pregou e dirigiu as consciências de milhares de pessoas pelo resto de sua vida.

Dotado de uma boa oratória, o entusiasmo quando pregava e ensinava tinha um efeito bastante convincente sobre seus ouvintes e conta-se que “ninguém conseguia adormecer quando o padre Oppitz subia ao púlpito ou fazia suas aulas”. Ele faleceu em 2011, aos 85 anos.

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Fonte: Instituto Histórico Redentorista

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