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Pe. Luis Colin: um redentorista pregador de exercícios espirituais

Seus escritos espirituais alimentaram gerações de religiosos e não apenas redentoristas

Escrito por Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

14 JUN 2025 - 07H00 (Atualizada em 16 JUN 2025 - 15H03)

Instituto Histórico Redentorista

Os mais antigos seguramente ainda se recordarão das obras escritas pelo Pe. Ludovico (Luis) Colin e muitos de seus livros ainda são encontrados em nossas bibliotecas ou em livrarias e sebos que trabalham com edições mais antigas.

Ele nasceu em Bertrichamps, perto de Baccarat (Meurthe-et-Moselle) em 17 de janeiro de 1884. Em 1899, entrou para o seminário de Uvrier (Suíça). Em 8 de setembro de 1903, tomou o hábito redentorista em Attert (Luxemburgo).

Em 8 de setembro de 1904, por estar prestando o serviço militar, fez seus votos em particular.

Prosseguiu sua formação com os estudos filosóficos, dos quais o primeiro ano foi feito em Beauplateau, o segundo ano - em 1905 - foi feito em Attert. Em outubro de 1906, por causa do serviço militar, serviu em Nancy até setembro de 1907, data de seu retorno. Durante o segundo ano de teologia, no dia de Natal de 1907, fez sua profissão religiosa em 26 de julho de 1909, foi ordenado sacerdote e, já no dia seguinte, “cantou” sua Primeira Missa, assistido pelo Ven. M. Bédon, pároco de Bertrichamps, dando a comunhão a sua irmã e madrinha Maria.

Em setembro de 1910, o jovem sacerdote Ludovico Colin foi transferido para Uvrier como professor de literatura. Depois de dois anos, em 1912, ele chegou a Attert, como professor de dogmática.


Divulgação Divulgação Pe. Colin foi capelão durante a Primeira Guerra Mundial


De 1914 a 1918, foi capelão militar do 42º batalhão de Caçadores, enfrentando situações e lutas terríveis durante a Primeira Guerra Mundial
. Na frente de Verdun, seu heroísmo e autossacrifício sacerdotal impressionaram a todos. O relatório do dia 21 de abril de 1918 de sua brigada afirma: "Modelo de bravura e abnegação, ele se destacou especialmente no combate de 30 de março de 1918, ajudando os feridos em condições particularmente perigosas".

Dispensado do serviço no final de abril de 1919, Pe. L. Colin retornou a Attert e no verão do mesmo ano, foi nomeado prefeito dos estudantes. E no dia 15 de setembro pregou os exercícios sobre o tema "Amor a Jesus Cristo".

Em 1927, foi nomeado como reitor, ocupando este cargo em várias casas redentoristas até 1950. Em 1947, participou do Capítulo Geral como Delegado de sua província. O Superior Geral quis nomeá-lo como provincial (pois nesse tempo todos os superiores provinciais eram nomeados, não havendo eleição), mas ele renunciou.

Até 1963, continuou a pregar exercícios espirituais, sua atividade pastoral favorita. Em janeiro de 1964, ele escreveu: "Já tenho 80 anos! Se a Escritura deve ser acreditada; Depois dos 80 anos: ‘labor et dolor’”.

Em 1967, aos 83 anos, começou a escrever sua última obra: "A Espiritualidade de Santo Afonso". Anos depois, no final de janeiro de 1973, afirmou: "O médico me receitou repouso. O 90º aniversário não vem para festa, mas prova ser uma miséria digna de compaixão; apesar do fato de que eles são uma imensa graça de Deus”. Em 20 de julho de 1973 recebeu a Unção dos Enfermos, sendo conduzido para o hospital. Em 5 de agosto, entrou em coma e em 8 de agosto, por volta das 10 horas, sua vida mortal encerrou para esse mundo, renascendo para Deus.

Dedicação à espiritualidade Redentorista

Na maior parte de sua vida, Padre Ludovico (Luis) Colin foi quase que exclusivamente um pregador de exercícios espirituais, especialmente para religiosos e religiosas. Ele chegou a pregar algumas missões, no máximo umas vinte. Realizou também alguns exercícios para seminaristas maiores (8), um curso de exercícios para sacerdotes, outros 60 a 70 cursos de exercícios de 3 ou 4 dias para leigos.

Ele também pregou dois cursos de exercícios para a primeira comunhão ou para alguma circunstância especial, mas suas principais atividades foram os exercícios para religiosos(as) chegando ao impressionante número de 550 a 600 exercícios aos quais devem ser acrescentadas numerosas conferências e diálogos.

Por duas vezes na América: no Canadá, de janeiro até o final de agosto de 1948, onde realizou vinte e dois cursos de exercícios. Outra vez no Canadá e nos Estados Unidos, entre junho de 1951 a janeiro de 1953, pregou 42 exercícios para várias comunidades.

Padre Colin organizava os exercícios que pregava em torno de um tema central que unificava todas as meditações. O primeiro retiro do qual encontramos anotações em seu diário particular foi pregado em 1926 para as Irmãs de São Carlos, em Nancy. Na ocasião, ele era ainda o Prefeito dos Estudantes.

Ele sempre fazia um resumo de todos os exercícios que ele foi pregando gradativamente, adaptando cada um ao seu público e ao ambiente. Em cada exercício multiplicava os temas, sempre voltando, porém, ao tema central.

Como pregador, tinha uma profunda convicção daquilo que pregava, pois ele viveu ou se esforçava para viver aquilo que pregava: um retiro pregado era um retiro que ele fazia junto com os praticantes. Muito requisitado para a realização de exercícios espirituais, as pessoas se perguntavam de onde vinha essa facilidade de organizar o retiro em torno do tema central.

Aqui devemos recordar os oito anos que passou como Prefeito de Estudantes, durante os quais preparou centenas de conferências, tendo então uma vasta e ordenada documentação de todo o assunto.

Padre Louis Colina foi também um profícuo escritor. Por volta de 1936, publicou seu primeiro livro: "O Modelo Divino" e não mais parou. Finalmente, aos 87 anos, publicou a obra "Santo Afonso de Ligório: Doutrina Espiritual" em dois volumes assim distribuídos: Volume I (Análise), Volume II = Testemunho Filial no Centenário da proclamação de Santo Afonso como Doutor da Igreja.

“Pregador e escritor, amigo da ordem e da disciplina, Pe. L. Colin era inimigo das exceções e da leveza; dotado de esplêndida saúde e caráter enérgico, temperado pela vida militar e quatro anos de guerra, nem sempre compreendia as necessidades dos temperamentos mais frágeis. Em sua obra, sobretudo, em seus escritos, resplandecem suas qualidades e defeitos, sua preparação cultural e suas insuficiências irrepreensíveis: transparência perfeita como a de um Cristal de Bacará” escreveu o seu biógrafo.

.:: Conheça o santo que teve a vida influenciada por Santo Afonso ::.

Fonte: Instituto Histórico Redentorista

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