Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação Redentorista, também foi um grande escritor, tendo publicado mais de 100 obras. Uma das mais conhecidas é o livro “Glórias de Maria”, onde é possível encontrar reflexões Marianas, com base em sua sólida teologia.
Por meio desta obra, podemos compreender e viver da melhor forma possível cada dia da Semana Santa, refletindo juntos à Maria todo o trajeto de Jesus, desde sua paixão até a gloriosa ressurreição, à luz do Santo Evangelho.
“Porém em mar de dores converteu-se toda essa fogueira de amor, quando chegou a dolorosa Paixão de Jesus. Escreve por isso S. Bernardino: Se ajuntássemos as dores do mundo, não igualariam todas elas às penas da Virgem gloriosa. Segundo a sentença de Ricardo de S. Lourenço, tanto maior foi o seu sofrimento vendo padecer o Filho, quanto maior lhe era a ternura com que o amava.” — Glória de Maria, p. 414
A Sexta-Feira Santa, ao evocar a Paixão de Jesus, inevitavelmente recorda a compaixão de Maria, cujo sofrimento único é um convite à contemplação do amor divino que redime mesmo nos momentos mais difíceis.
“Gerson (João Gerson – Chanceler da Universidade de Paris e teólogo, 1429), é de opinião que o próprio Cristo Senhor subministrou a comunhão por viático a Maria, dizendo-lhe amorosamente: Recebe, ó Mãe, das minhas mãos aquele mesmo corpo que me deste.” — Glória de Maria, p. 362
A Última Ceia, relembrada na Quinta-Feira Santa, marca a instituição da Eucaristia e do sacerdócio cristão. Nessa ocasião, Jesus lava os pés de seus discípulos, colocando-se como servidor de todos. Embora Maria não esteja mencionada no relato evangélico desse momento, Santo Afonso de Ligório oferece uma reflexão profunda sobre a união espiritual de Maria com o sacrifício de Jesus.
Quarta-feira Santa
“Ela só apareceu em público para assistir ao grandioso sacrifício do Calvário. Acompanha Jesus ao lugar do suplício e lhe está ao lado, desde que é pregado na cruz até que o vê expirar e consumar o sacrifício. Estava em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe (Jo 19,25).” — Glórias de Maria, p. 341
Ao longo da obra “Glórias de Maria”, Santo Afonso descreve Maria como a “Rainha dos Mártires”, pois suas dores interiores devido ao sofrimento de seu Filho superou o de todos os mártires. No encontro com Jesus, seu olhar expressava uma dor que renovava sua aceitação da vontade de Deus durante a Via-Sacra. Os fiéis não seguiram apenas os passos de Jesus, mas também os de Maria, que caminhou com Ele até o Calvário, tornando-se modelo de fé e entrega.
“Já a Santíssima Virgem sabia pelas divinas Escrituras as penas que devia padecer o Redentor em toda a sua vida, e muito mais no tempo de sua morte. Compreendia bem os profetas, que anunciavam que ele devia ser atraiçoado por um seu familiar.” — Glórias de Maria, p. 339
Na Terça-Feira Santa, Jesus revela a traição de Judas e as negações de Pedro, antecipando a dor durante a última ceia. Neste trecho, Santo Afonso nos recorda que Maria, mesmo não estando fisicamente presente naquela ceia, já carregava no coração o peso dos anúncios feitos pelo Redentor durante a ocasião.
“Para conformar-se com este amor do Pai e do Filho para com o gênero humano, ela também com toda a sua vontade ofereceu e consentiu que o seu Filho morresse, a fim de que fôssemos salvos.” — Glórias de Maria, p. 64
Jesus vai até Betânia, antes da Páscoa, para visitar seus amigos pela última vez. Maria (irmã de Lázaro) unge os pés de Jesus com um perfume, gesto que simboliza adoração, entrega total e preparação para a morte de Cristo (Jo 12:7). Santo Afonso, em Glórias de Maria, descreve a Virgem Maria como aquela que “ofereceu seu Filho ao Pai como vítima de expiação pelos pecadores”.
“Eis por que não se lê que Maria aparecesse em Jerusalém no domingo de Ramos, quando seu Filho foi recebido com tanta pompa pelo povo. Mas, por ocasião da morte de Jesus, não receou comparecer em público no Calvário, aceitando assim a desonra de se dar a conhecer por mãe de um sentenciado, que ia sofrer a morte de um criminoso.” — Glórias de Maria, p. 442
Maria não aparece na cena triunfal de Jesus entrando em Jerusalém por rejeitar a glória efêmera oferecida pelo povo, que logo se transformaria em rejeição. A mesma multidão que aclamou Jesus no Domingo de Ramos o rejeitou na Sexta-Feira Santa. Maria, porém, permaneceu fiel na alegria e na dor.
Fonte: Livro Glórias de Maria
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