A Semana Santa é, para os cristãos, a Semana Maior, não porque cronologicamente seja maior que as demais, como se tivesse mais dias, mas porque nela a Igreja celebra intensamente o grande mistério a partir do qual a realidade adquire sentido.
Cada dia da Semana Santa, especialmente o Tríduo Pascal, concentra em si o sentido da vida humana e da história, da Criação até a Parusia.
Neste tempo litúrgico, as comunidades eclesiais revivem os passos da paixão, morte e ressurreição de Cristo, trilhando com Ele um caminho de conversão, de esperança e de misericórdia.
Mais do que comemorar, uma semana para se celebrar
Os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) permitem que se faça uma recapitulação dos fatos ligados à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Importante, porém, recordar, que os evangelhos foram escritos bastante tempo depois do ocorrido, e cada um se dirige a um público específico. Por isso, cada evangelista destaca os episódios de forma particular.
A reconstituição daquilo que hoje compõe os principais momentos da Semana forma o mais provável cenário da última semana de Jesus, numa perspectiva histórica, mas a perspectiva salvífica é muito mais importante.
Portanto, a liturgia da Semana Santa celebra na Igreja a realidade central de nossa fé, que é nosso Senhor Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, após triunfar na hora suprema de sua Paixão e Morte para chegar à Ressurreição.
Dias de fé e esperança
Iniciando com o “Domingo de Ramos”, a Semana Santa celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, recebido com grande entusiasmo.
Ele chega montado em um jumento, aclamado pela multidão que cobria o chão com ramos e folhas de palmeiras por onde ele devia passar.
O Domingo de Ramos é também, como se proclamou no evangelho do dia, o “Domingo da Paixão do Senhor”, com a memória da Última Ceia de Jesus e seu julgamento até a morte, mostrando, num pequeno espaço de tempo, aquilo que vai de sua aclamação como rei até sua crucificação.
Desde a antiguidade, a Segunda-feira é conhecida como “Segunda-feira da autoridade”. Em meio aos dias difíceis que estava prestes a viver, Jesus revela o verdadeiro sentido de sua autoridade sobre o ser humano e o resto da criação. Sua autoridade não vem pela força e nem se impõe pela violência.
Toda autoridade somente será legítima se vier da proclamação da centralidade de Cristo em tudo e em todos. Ele é o centro, e quando reconhecemos que Jesus está acima de tudo, é possível conectar a autoridade com a retidão na ação, a pureza de intenções e a misericórdia.
A Terça-Feira Santa é também chamada de “Terça-Feira da Controvérsia” e sua mensagem central passa pela Última Ceia. Ela descreve a hora crucial de Jesus, que proclama que sua entrega será necessária para que aconteça a glorificação de Deus, ainda que no caminho ela passe necessariamente pela covardia de muitos e pelo desamor. O julgamento de Jesus provoca grande controvérsia ainda hoje.
Também por longa tradição, a Quarta-feira Santa é conhecida como a “Quarta-Feira da Traição”. Ela marca o fim da Quaresma e, ao mesmo tempo, da primeira parte da Semana Santa. Seguindo as Sagradas Escrituras, esta é a noite em que Judas Iscariotes se reuniu com o Sinédrio, o tribunal religioso judaico.
Ele, arquitetando um acordo com seus membros para entregar Jesus em troca de 30 moedas, o plano para matar Jesus é posto em andamento. Por isso, muitos se referem à Quarta-feira Santa como “o primeiro dia de luto da Igreja”.
Tríduo Pascal
Na Quinta-Feira Santa, na celebração da Santa Ceia, Jesus interpreta o sentido de sua vida e de sua morte, como corpo entregue e sangue derramado, de onde decorrem os dois grandes sacramentos da Igreja: a Eucaristia e a Ordem.
Estes sacramentos são o sinal do amor como entrega e serviço até o fim. Também nesse dia, a Igreja contempla a agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras e sua prisão, com o impactante sinal do beijo de Judas. Na Quinta-Feira Santa, a Igreja celebra o que existe de mais profundo e sagrado na existência humana.
A Paixão de Jesus, celebrada na Sexta-Feira Santa, se tornou o centro e o ponto final para onde se dirige o sentido da história da humanidade. Nesse dia se celebra a hora que Deus pensou desde toda a eternidade, para manifestar a Sua glória e o seu amor através da cruz de seu Filho.
Em gravuras e pinturas, que antigamente representavam o Calvário, podia se ver uma caveira posta aos pés da cruz de Jesus. Isso porque a colina fora da cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado, se chamava Gólgota, o lugar da caveira.
Aquela caveira simboliza não apenas a morte que é vencida pela ressurreição de Jesus, mas também é uma evocação de Adão, numa oposição entre os dois personagens que representam a história da salvação: de um lado Adão, pelo qual veio o pecado e a morte; do outro lado, Jesus, o Novo Adão, pelo qual veio a vida.
Na Vigília Pascal a Igreja celebra o ápice do Tríduo Pascal, com o encerramento daquilo que começou na Quinta-Feira Santa, com a proclamação da Ressurreição do Senhor. A pedra do túmulo rolou, o Senhor ressuscitou, proclamando que nosso Deus não é um Deus dos mortos, mas o Deus dos Vivos!
E o Domingo de Páscoa se constitui como o Dia da Ressurreição, da vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, do perdão sobre o pecado. A partir da Ressurreição, o domingo se transforma no dia da Igreja, da liberdade dos filhos de Deus, do sinal sagrado que derrota o tempo dos homens e desperta a humanidade para o tempo de Deus.
Evolução no tempo e na história
No início do cristianismo, a comunidade de Jerusalém, apesar de reduzida em número, era a comunidade-mãe da Igreja nascente. Os cristãos frequentavam o templo e participavam do culto, junto com os demais judeus. Ainda não havia distinção entre o culto cristão e judaico.
Com o passar do tempo, os cristãos foram se desligando do templo e do rito mosaico, criando suas funções litúrgicas e de culto, de acordo com os princípios cristãos. Desde então, a liturgia e o culto se transformaram nos principais meios para fomentar e fortalecer a vida das comunidades e de catequizar os recém-convertidos ao cristianismo.
Aos poucos os cristãos deixam o templo, começando a se reunir em casas particulares para ali realizar as suas celebrações. Depois, passam a adaptar casas maiores para o culto e, mais ou menos por volta do século III, com o relaxamento das perseguições, começam a edificar as próprias construções dedicadas ao culto.
O aumento do número de cristãos, a liberdade religiosa conseguida (no ano de 313) e a maior influência da Igreja na sociedade ajudaram as comunidades a construir seus oratórios e desenvolver a decoração litúrgica e a arte cristã.
Nesse momento começa a criação dos elementos próprios da vida litúrgico-sacramental da Igreja, a introdução de um Calendário Cristão, com celebrações específicas dedicadas aos santos, aos mártires, dias festivos e semanas especiais como a Semana Santa.
Em Roma, por exemplo, até o século V, somente se lia o evangelho da Paixão. Aos poucos, especialmente depois do século XII, foram sendo introduzidos costumes como a Procissão dos Ramos e outros rituais.
Nesse contexto é que também se faz a fixação da data da Páscoa, que deve ser sempre celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que segue o equinócio da primavera, no Hemisfério Norte (21 de março).
Se esse dia ocorrer depois do dia 21 de abril, a Páscoa será celebrada no domingo anterior. Se, porém, a lua cheia acontecer no dia 21 de março, sendo domingo, será celebrada dia 25 de abril. A Páscoa não acontecerá nem antes de 22 de março, nem depois de 25 de abril. Definindo-se a data da Páscoa, foi possível definir as outras festas móveis.
.:: Reflexões de Santo Afonso para a Semana Santa ::.
Fonte: Instituto Histórico Redentorista
Unção dos enfermos é tema de novo episódio do Vozes da Missão
Videocast das Missões traz como convidado o Pe. José Manoel Belo de Oliveira, C.Ss.R., que compartilha um exemplo de superação através deste sacramento. Assista!
Morre Padre Gervásio Fabri dos Anjos, Missionário Redentorista, aos 89 anos
Pe. Gervásio foi fiel na vocação e no segmento do Redentor. Leia mais.
Lugares da vida de São Geraldo Majella
Cidade natal do Santo Irmão Redentorista é marcada pela sua vida e obra. Conheça os lugares por onde São Geraldo passou fortaleceu sua fé!
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.