Natal: fonte de inspiração para o despertar vocacional

Natal, tempo de alegria e esperança, tempo de proximidade e convivência, tempo de se reunir em família para celebrar a beleza e a graça de um Deus, que louco de amor pelo ser humano, abraça a sua fragilidade e o eleva a dignidade de filho, filho de Deus.

É uma festa do abraço, do brilho no olhar, ou seja, uma festa onde o que realmente importa é a humanidade de cada pessoa que ao ser assumida pelo mistério da encarnação do Filho de Deus, é elevada a um grau de caminho para uma vida santa. Celebrar o Natal é se deixar envolver pelos mais nobres sentimentos que refletem os sentimentos de Deus pelo ser humano, sentimentos que aprendemos pelo modo de ser e agir de Jesus, um sentimento de amor e paz, de proximidade e de valorização da vida e da dignidade humana; ora, ao assumirmos esse modo de ser de Jesus estaremos sendo portadores da grande mensagem de Deus: a valorização da vida.

Olhar para o menino de Nazaré é olhar para a loucura do amor de Deus, um Deus que se deixa cuidar pela sua criatura, que por amor escolhe nascer em um pequeno rancho, ser colocado em cocho (manjedoura), ser aquecido pelo calor da respiração dos animais, com um único objetivo, estar totalmente acessível a cada pessoa de boa vontade que deseje ir ao seu encontro, encontros esses que não seria permitido, aos mais simples da sociedade, caso tivesse nascido no conforto e no calor de um belo palácio. Neste sentido, podemos dizer que a festa do natal é uma grande festa do despertar vocacional, pois convida cada pessoa a olhar para si e ver o que realmente possui valor em sua existência, aquilo que realmente importa, se seus atos e ações promovem encontros e cuidado para com os mais frágeis da sociedade, isto porque toda e qualquer vocação, a exemplo da encarnação do Verbo de Deus – Jesus Cristo – é uma constante saída de si para ir ao encontro do outro, com todas as suas potencialidades como também com todas as suas fragilidades.

Secretariado Vocacional Redentorista

Presépio Seminário Santo Afonso - Aparecida (SP)

Celebrar o Natal é procurar se aproximar das pessoas, é não colocar nada nem ninguém à frente da pessoa humana, porque eu só consigo dizer que amo a Deus sobre todas as coisas se eu consigo amar o próximo como sendo meu irmão. Celebrar o Natal como fonte de inspiração vocacional é perceber a beleza e a alegria de sair de si para ir ao encontro do outro e levar-lhe uma palavra de esperança e confiança, de olhar nos olhos do outro e reconhecer a beleza do seu olhar que reflete a beleza de sua humanidade. É encontrar a verdadeira razão da existência, o verdadeiro sentido da vida, ao colocar os dons e talentos recebidos de Deus, pelo santo batismo, a serviço do outro e, consequentemente, desta disponibilidade de se encontrar e conviver percebendo como é gratificante celebrar o Natal, ao celebrando assim a vida em toda a sua plenitude, em comunidade, como Igreja, povo de Deus.

Por isso, você que sente o coração inquieto pelo chamado de Deus, a exemplo do coração da beatíssima Virgem Maria quando do anúncio do anjo, não tenha medo de dar o seu sim ao projeto de Deus, deixe o Natal acontecer em sua vida, mas para isso é necessário que você em toda a sua liberdade diga: “eis-me aqui, Senhor” (Is 6,8b). “Faça-se em mim segundo a tua vontade” (Lc 1,38). “E a Palavra de Deus se fez carne e se encarnou entre nós” (Jo 1,14a).

Pe. João Paulo de Oliveira Ramos, C.Ss.R.

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