Todo caminho vocacional nos coloca diante de algumas dúvidas, de incertezas e temores, sobretudo quando é preciso dar um passo maior do que o ordinário. Bem sabemos que Deus nos fez livres e, assim, nos convida, a cada um, de forma particular a fazermos a sua vontade e cooperarmos na construção do seu Reino. Algumas coisas estão bem definidas em nosso ideário vocacional. Está claro para nós que Deus não nos obriga a segui-lo; está claro igualmente que se pode responder livremente ao seu chamado.
Estamos certos de que a vocação, uma vez aceitada, é algo que se precisa assumir com confiança, entregar-se diante do chamado feito por Deus de forma integral, resoluta e sem reservas: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto ao Reino de Deus” (Lc 9,62). Então, sendo vocacionados, podemos concluir que escolher a vida cristã, e nela uma opção de vida mais particular, é um ato de escutar o convite de Deus, decidir-se e aceitar ou não seu chamamento.
Muitos dizem se sentir chamados por Deus a uma missão particular na Igreja, seja na vida religiosa, no ministério ordenado, seja no matrimônio, ou ainda a assumir a liderança de pastorais e movimentos, missões leigas, entre outros tantos serviços. São pessoas de fé, que querem fazer a vontade de Deus em suas vidas, construir uma comunidade de irmãos e têm consigo a melhor das intenções. Acontece que, ao mesmo tempo, algumas dessas pessoas se julgam incapazes e não se sentem aptas ou dignas; existe também o caso de outras dessas pessoas que, querendo responder rapidamente à voz de Deus, assumem cargos e ministérios de forma abrupta, sem pensar muito nos processos – porque afinal é preciso se lançar sem desconfianças, certo?
Ao primeiro grupo, resta um tipo de pânico por não saber se de fato conseguirão fazer a vontade de Deus. Querem entregar a Deus o perfeito que há em si e, por isso, temem por suas fraquezas e debilidades. Dessa forma, não dão passos, não saem do lugar porque estão com medo. O segundo grupo, com o passar do tempo, não se sente repleto, porque não sabe bem como e por onde ir. Ao menor sinal do chamado, respondeu sem se dispor a escutar e decidiu sem antes, de fato, livremente escolher.
Não deveria ser, mas é comum sentir algum receio ao estar diante do Deus. Nos sentimos desconfortáveis porque sabemos quais são os nossos temores ao nos colocarmos diante dele. É como se disséssemos: “sou tão miserável e pecador, cheio de contradições e incoerências! Tenho o coração atribulado e sinto-me indigno de estar diante daquele que me ama sem medidas”. Aí sua voz ressoa no coração: “eu não vim chamar os justos, mas pecadores” (Mt 9,13); “vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso” (Mt 11,28); “diante dele tranquilizemos o nosso coração, se o nosso coração vier a nos condenar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3,19-20).
Leia MaisQuatro formas de fazer a vontade de Deus Como enxergar a vontade de Deus na minha vida?Isso significa que, para fazer a vontade de Deus, é preciso, antes de mais nada, deixar que Ele coloque a mão na massa, é ele quem fará em nós a obra! Como o barro nas mãos do oleiro, Ele fará em nossa vida o vaso que mais o agrada. O que for em nós adversidade, o que faltar em nós, poderemos obter do auxílio sempre que pedirmos: “pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá” (Mt 7,7-8).
Escutar a voz de Deus é um processo dialético em que Ele fala e também podemos falar. Ele nos propõe e podemos perguntar. Entregamos nossa boa disposição, mas será a ação do seu Espírito que nos cobrirá e se fará um em nós! Nossa participação no projeto de Deus é, portanto, a conversa de dois corações (o nosso e o Dele) que se sentem atraídos a um amor que transborda: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7); “Guarda, Senhor, minha vida, e por mim se desdobra em carinho” (Sl 39,18); “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava [...]?” (Lc 24,32).
Tendo-o escutado, conversado com Ele, então poderá se jogar em seus braços com confiança: “Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu rochedo e proteção: em vós espero!” (Sl 17,2-3). O caminho de Deus é este: Ele quer agir e participar dos nossos processos, nos conduzindo com diligência e amor. Agora sim é tempo de responder ao chamado de Deus: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).
André Brisola Junior
(Noviço Redentorista - Província de São Paulo)
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