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São Bartolomeu Fernandes
Localização: Portugal

Bartolomeu Fernandes nasceu em Lisboa em 3 de maio de 1514, na região de Verdelha, Mártires, e entrou para a Ordem dos Pregadores ou Dominicana aos 14 anos, quando recebeu o nome de Frei Bartolomeu dos Mártires, em homenagem à Virgem Maria venerada como Nossa Senhora dos Mártires na igreja onde foi batizado.

Fez o noviciado em Lisboa e terminou os estudos de Filosofia e Teologia em 1538, tendo São Tomás de Aquino como referência em seus trabalhos teológicos.

Ele se dedicou a ensinar em diferentes conventos de Lisboa, ficou tão conhecido por sua sabedoria e ensinamentos que a Rainha de Portugal, Catarina, o apresentou para suceder o Arcebispo de Braga e foi confirmado pelo Papa Paulo IV em 27 de janeiro de 1559. Na época, esta Arquidiocese incluía os territórios das dioceses de Braga, Bragança, Vila Real e Viana do Castelo.

Recebeu a ordenação episcopal em 3 de setembro de 1559, na igreja de São Domingos, em Lisboa.

Em sua nova missão como Arcebispo fez mais de 90 visitas pastorais em todas as 1260 paróquias que faziam parte da Arquidiocese de Braga.

Dom Bartolomeu tinha muita preocupação pela falta de formação dos fiéis e dos sacerdotes, por isso, escreveu um catecismo que foi dividido em duas partes: na primeira parte uma exposição do Pai Nosso, da Profissão de Fé, dos Dez Mandamentos, dos Pecados Capitais e dos Sacramentos. A segunda parte tinha práticas de sermões a serem lidos aos fiéis aos domingos e dias de festa. Com este Catecismo, Dom Bartolomeu atingiu as camadas mais simples, difundindo a doutrina Cristã de forma mais fácil e acessível.

Dom Bartolomeu corrigia os hereges de forma fraterna e humana (em segredo) ao invés de mandá-los ao Santo Ofício, com isso poupava o indivíduo de uma pena mais dura e da exposição pública.

Aplicou um verdadeiro programa de reforma pastoral em Braga onde se destacam alguns pontos essenciais: o ensino da doutrina cristã e a obrigatoriedade da homilia.

São Bartolomeu dos Mártires viveu num tempo de crise na Igreja no século XVI. Ele teve uma participação importante no Concílio de Trento defendendo a necessidade de um tempo de renovação, testemunhada por ele com a vivência na própria vida. Participou das reuniões de 1562 e 1563, na qual apresentou 268 petições, síntese dos pedidos de reforma da Igreja.

Para aplicar as normas do Concílio de Trento, convocou um Sínodo Diocesano em 1564 e em 1566 um Sínodo Provincial.

Encontrou resistência nas estruturas eclesiásticas conservadoras de Braga. Mas isso não o impediu de privilegiar a formação dos futuros presbíteros com a fundação de um seminário.

Frei Bartolomeu dos Mártires foi um bispo muito próximo ao povo, preocupado com as questões sociais e comprometido nas obras de caridade. Em 23 de fevereiro de 1582 renunciou ao cargo de Arcebispo por motivos de idade e recolheu-se no convento dominicano da Santa Cruz, na cidade de Viana do Castelo, o qual ajudou a construir em 1561 para favorecer os estudos eclesiásticos e a pregação.

Morreu em 16 de julho de 1590 no Convento de Santa Cruz, onde foram depositados os seus restos mortais. No coração do povo ficou conhecido como “Arcebispo santo, pai dos pobres e dos doentes”, que percorreu toda a região da Arquidiocese de Braga no século XVI. A sandália é o símbolo da sua dedicação ao povo.

Bartolomeu dos Mártires foi beatificado em 2001 por João Paulo II e canonizado em 2019 pelo papa Francisco, sem a atribuição de um milagre.

A Conferência Episcopal Portuguesa o declarou “padroeiro dos catequistas”. Ele também é um dos patronos da JMJ Lisboa 2023.

Sua Festa Litúrgica foi movida para o dia 18 de julho, embora seu falecimento tenha ocorrido em 16 de julho.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

A vida de São Bartolomeu dos Mártires mostra a proximidade, ternura e compaixão de um pastor totalmente dedicado ao seu rebanho, preocupado com o essencial que é a vida de fé, de oração e a formação do seu povo. Era um homem de oração e a partir de uma vivência renovada da fé em sua própria vida, era capaz de propor com audácia e ternura uma renovação na fé e na vida da Igreja e das pessoas. Um homem comprometido, corajoso que marcou a Igreja da época e ainda hoje é modelo e grande intercessor. Peçamos a intercessão de São Bartolomeu dos Mártires por todos os Bispos e Padres, para que tenham a mesma proximidade com o povo e coragem de anunciar a Verdade e o Amor a um mundo cada vez mais afastado de Deus.

Oração:

Senhor, que dotastes de grande caridade apostólica São Bartolomeu dos Mártires, protegei sempre a vossa Igreja de modo que, assim como ele foi glorioso na sua solicitude pastoral, também nós sejamos, pela sua intercessão, sempre fervorosos no vosso amor, no compromisso eclesial desde a juventude. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

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