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São Pedro Crisólogo

Pedro nasceu em Ímola, uma província de Ravena, Itália, no ano de 380. Filho de pais cristãos, foi educado na fé, e cedo ordenado diácono. A imperatriz romana Galla Plácida o apoiava, fazendo dele seu conselheiro pessoal, e influenciando para que se tornasse arcediácono de Ravena, que na época era a capital do Império Romano no Ocidente e a metrópole eclesiástica.

Por volta de 433, o imperador romano do ocidente Valentiniano III, filho de Galla Plácida, favoreceu sua indicação a vigário-geral, e o Papa Sisto III o nomeou bispo de Ravena. Foi o primeiro bispo ocidental a ocupar essa diocese.

Pedro já era popularmente conhecido como o “doutor das homilias”, por seus sermões breves mas profundos. Consta que ele os preparava curtos para não cansar os fiéis. O apelido de Chrysologus, “das palavras de ouro”, teria vindo da imperatriz Galla Plácida depois de ouvir a sua primeira homilia como bispo. Ele é considerado um dos maiores pregadores da História da Igreja, também pela sua produção escrita.

São 176 homilias de natureza doutrinária, numa linguagem que explica tópicos difíceis de modo simples, claro, objetivo e atrativo, e portanto de fácil acesso ao grande público, o que gerou inúmeras conversões. Os temas incluem a Virgem Maria, São João Batista, dogmas, liturgia, a oração do Credo dos Apóstolos, o Mistério da Encarnação, a condenação das heresias ariana e monofisita, etc..

Mas foi também um pastor prudente, lúcido e seguro. Defendia que os fiéis tomassem a Eucaristia diariamente, algo incomum na época, e incentivava a confiança no perdão de Deus oferecido por meio da obra de Salvação de Cristo. Escutava solicitamente humildes ou poderosos. Era amigo próximo do Papa, e depois santo e Doutor da Igreja, Leão Magno (440-461).

Além das invasões bárbaras ao império romano e da disputa de poder da Igreja de Constantinopla com a Igreja de Roma, um terceiro grande desafio do período foi a proliferação de heresias. Pedro lidou de modo respeitoso mas firme com Eutíquio, superior de um mosteiro em Constantinopla que propunha o monofisitismo, isto é, que em Cristo havia apenas uma natureza, advertindo-o a obedecer ao Papa e às decisões do Concílio de Calcedônia (451).

São Pedro Crisólogo faleceu em Ímola, talvez em 450 ou 451, talvez em 30 ou 31 de julho. A Igreja definiu sua festa no dia 30 pois em 31 já se comemorava Santo Inácio de Loyola.

 Ele é considerado um modelo de pastor, pelo seu contato com o povo e pela excelência da sua pregação. Tem o título de Doutor da Igreja.


Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Não há dúvida de que São Pedro Crisólogo destacou-se pela sua pregação, particularmente oral, daí a sua alcunha. As homilias, pelo seu conteúdo verdadeiro, sem ambiguidades doutrinais, já seriam suficientes para lhe dar reconhecimento, mas a sua estudada brevidade, com a preocupação carinhosa de não cansar os fiéis, e em linguagem acessível – não banal ou empobrecida, mas simples e clara na sua profundidade – mostram um cuidado a mais que está na essência da multiplicação dos seus vastos frutos. Mas, acima de tudo, o testemunho da sua coerência de vida com o que falava, e escrevia, é com certeza a pedra fundamental que Pedro alicerçou nas suas pregações como razão do seu êxito evangelizador. De fato, sem a correspondência entre a palavra e a ação, não pode haver santidade nem sucesso no apostolado, mas apenas a crítica de Jesus aos fariseus hipócritas, resumido no dito popular “faça o que eles dizem, mas não faça o que eles fazem” (cf. Mt 23,1-4). A maior prova do testemunho de Cristo é justamente a perfeita conformidade entre o que disse e o que fez, incluindo o anúncio e a realização da Sua morte e Ressurreição. Não apenas pela excelência da sua pregação, portanto, mas pelo seu contato com todos, recebendo com a mesma atenção a nobreza e o povo, convenciam e conduziam para Deus, que é a função de todo batizado e mais ainda dos religiosos. Apesar das dificuldades da época, Pedro Crisólogo contou com algo em extrema necessidade hoje em dia, o apoio dos governantes. No contexto do desenvolvimento e consolidação das nações católicas na Europa, especialmente na Idade Média, e ainda que o pecado e as suas consequências estejam sempre presentes na História, a noção de que os governos religioso e civil devem estar associados pela base nos valores que provêm da Verdade de Deus foi fundamental para construir a sociedade civilizada. Na medida em que esta base de valores é dicotomizada, e a verdadeira Fé começa a ser desvaloriza e/ou perseguida pelas administrações políticas, a cultura entra em colapso e qualquer progresso nas atividades humanas irá inevitavelmente se voltar contra os próprios homens, porque perderá a razão e a objetividade dos corretos valores morais. As profundas crises éticas e morais contemporâneas são a constatação cabal desta divisão, no momento de maior desenvolvimento tecnológico da humanidade, que apesar deste nome se comporta de modo bestial. Sem Comunhão, obviamente não pode haver união… “diabo” significa, literalmente, “dividir”. Não por acaso, São Pedro Crisólogo, já na sua época, enfatizava os dois elementos que solucionam estas crises: a confiança no perdão de Deus, oferecido por Ele a todos através da Redenção em Cristo, e a Eucaristia, Comunhão, diária.

Oração:

Ó Senhor, Deus Único mesmo na Trindade, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Crisólogo o conhecimento e o acesso da Palavra que mais vale, mais que todo o ouro mundo, e que submete o mundo ao preço infinito do Seu Sangue, Jesus Cristo; de modo que os corações e as nações possam ouvir e se juntar por fim às vozes dos anjos celestiais no infinito louvor a Vós. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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