Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 06 MAR 2020 - 11H08

Papa alerta para "ausência da figura paterna" na educação dos filhos

Na catequese desta quarta-feira, 28, Papa Francisco falou sobre a figura do pai alertando para uma "crise de paternidade". O Pontífice começou analisando que a palavra 'pai' possui um sentido universal e é muito cara aos cristãos, pois Jesus nos ensinou a chamar assim a Deus e a usava para manifestar a sua relação especial com Ele, disse o pontífice. 

 "Hoje, porém, sobretudo na cultura ocidental, o conceito de pai parece estar em crise. Se no passado a paternidade estava ligada ao autoritarismo, agora se passou ao outro extremo: a ausência da figura paterna. Muitos são os jovens que experimentam um sentido de orfandade, não porque não tenham um pai, mas porque está ausente", sublinhou Francisco.

Antigamente era comum um certo autoritarismo e muitos pais tratavam seus filhos como escravos e não respeitavam sua autonomia e não os ajudavam a crescer em liberdade, analisou Francisco.

 

“A ausência do pai é muito nociva às crianças e aos jovens, produz lacunas e feridas que podem ser muito graves...", disse Francisco.

“A ausência do pai é muito nociva às crianças e aos jovens, produz lacunas e feridas que podem ser muito graves; e sem perspectivas e valores, eles ficam vazios e propensos a buscarem ídolos que preencham os seus corações”, completou. 

“Mas também quando estão em casa, muitas vezes não se comportam como pais, não cumprem o seu papel educativo, não dão a seus filhos, com seu exemplo, os princípios, valores e regras de vida de que precisam”. 

Quando os pais encontram-se "deslocados" de sua missão paterna e não sabem bem que lugar ocupam na família e, na dúvida, se abstêm ou optam por uma relação ‘de igual para igual’ com os filhos. “É verdade que se deve ser companheiros dos filhos, mas sem se esquecer que se é pai”, frisou o Santo Padre. 

“Sua ausência deixa os jovens sem estradas seguras, sem mestres nos quais confiar. Ficam órfãos de ideais que lhes aqueçam os corações, órfãos de valores e de esperanças que os amparem no dia a dia. São preenchidos de ídolos, mas lhes é roubado o coração, são levados a sonhar divertimentos e prazeres, mas não lhes dá a chance de trabalhar, são iludidos com o deus-dinheiro e privados das verdadeiras riquezas”. 

Por isso, mais do que nunca, Francisco lembrou a promessa de Jesus: "Não vos deixarei órfãos". Somente através de Cristo a paternidade pode realizar todas as suas potencialidades segundo o plano de Deus, refletiu.

Ao encerrar, esclareceu que desta vez abordou exclusivamente os problemas que resultam da ausência da figura paterna, mas que na próxima quarta-feira, será analisada a beleza de ser pai e da luminosidade desta condição. "Da escuridão de hoje, passarei à luz", concluiu. 

No final do encontro, Francisco saudou os grupos presentes, inclusive os fiéis e pastores de Brasília, e concedeu a todos a sua bênção apostólica.

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