Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 26 MAR 2019 - 12H44

Imaculada Conceição: da nova Eva, à mulher vestida de sol!

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A festa da Imaculada Conceição ilumina como um farol o Advento, tempo da vigilante e confiante expectativa do Senhor. Caminhando ao encontro do Deus que vem a nós no Natal, olhamos aquela que o Apocalipse descreve como o grande sinal dele no céu: a mulher vestida de sol e tendo a lua sob os pés. É Maria “que brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino”. Crer na concepção imaculada de Maria é dizer que Deus a escolheu livremente desde toda a eternidade para que fosse a mãe do Salvador. Ou seja, pelos méritos de Cristo a graça de Deus preservou Maria do pecado original desde o instante em que foi concebida.

 

O dogma pois da Imaculada Conceição não foi “inventado” 

Um encargo ou missão excepcional exige um dom extraordinário. Para ser mãe digna do Filho de Deus era preciso que Maria fosse a “cheia de graça” e a sócia da obra redentora de Cristo como humilde serva. Toda a sua função maternal a serviço do Menino Jesus, a sua participação nos sofrimentos do Messias até o Calvário, tudo foi afinal uma cooperação sem igual na fé e no amor, à missão dele. Esta convicção nasceu com a Igreja. O dogma pois da Imaculada Conceição não foi “inventado” pelo papa Pio IX em 1854. Foi proclamado por ele após 18 séculos de fé vivida no mundo inteiro. A maturação do enunciado sobre a Imaculada Conceição veio vindo da fé cristã ainda no Novo Testamento, passando por um longo processo de reflexão. A novidade inaudita da ressurreição levou os discípulos de Jesus a relerem as Escrituras e a descobrirem o papel de Maria em sua dependência e importância quanto ao mistério da Redenção. Viram-na no Gênesis: a mulher que no lugar de Eva esmagaria a cabeça da serpente demoníaca. Também em Isaías, prefigurada na virgem que daria a luz ao Emanuel, o Deus conosco. Os escritores do segundo século, os santos e místicos, os concílios, a reflexão teológica e o culto popular à Virgem Maria, tudo foi se articulando até chegar à formulação do dogma. Submissa a Cristo desde o primeiro instante da vida, Maria foi a “cheia de graça” só por meio dele. Mas seria uma desonra para o Salvador ter nascido de uma mulher sujeita ao pecado ainda que por fugaz momento.O dogma pois da Imaculada Conceição não foi “inventado” Se o diálogo de amor crescente e livre unia o sim da Virgem ao sim do Onipotente, ela seria a aurora radiosa que anunciou o nascer do Sol da justiça para todos nós. Maria não ficou fora da redenção e nem à margem da nossa condição humana. Não é imaculada por méritos próprios. Ela foi pré-redimida por seu Filho e de um modo mais sublime. A ela Deus salvou por preservação. A nós por libertação da herança de pecado. Longe de diminuir a redenção única de Cristo, a concepção imaculada de sua mãe nos ajuda a sentir a infinita misericórdia de Deus conosco.

A grande imprensa desconhece a doutrina cristã, logo não tem competência para analisar o conteúdo religioso dos dogmas. Prefere desacreditá-los como afirmações cegas e impositivas. Mas não consegue provar que são absurdos. Talvez as idéias mais discutidas sejam os dogmas antes de sua proclamação. Se estivessem explícitos na Bíblia não precisariam ser declarados. A declaração apenas interpreta, aprofunda, amplia o que está implícito nas Escrituras. A fé na própria Bíblia supõe antes a fé no fato da revelação divina. São João diz: “Há muitas coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma a uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos.” (Final do Evangelho).

 

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