Escritores e teólogos católicos fazem sempre estudos e pesquisas quanto ao papel de Nossa Senhora no mistério de Jesus Cristo e a sua função em relação à Igreja. Há expressões marianas que de repente condensam algum saber e abrem novo horizonte devocional a Nossa Senhora. Assim o é a expressão: Maria rosto materno de Deus. Ela nos faz sentir mais e melhor a ternura do Senhor. O papa João Paulo I causou surpresa, acentuada pelo seu encantador sorriso, ao afirmar que “Deus é Pai e Mãe”. Tudo o que dissermos sobre Deus é figura, é metáfora, é linguagem análoga da nossa própria realidade. Mas, também a linguagem teológica se expressa dentro da mentalidade cultural sempre passível de mudanças conforme os enfoques de valores humanísticos. Foi e é salutar para a reflexão teológica e a prática pastoral ampliar o enfoque sobre o amor maternal de Deus, já antes abordado na Bíblia. Em Isaías, 49,15, Deus proclama que seu amor por seu povo é maternal e é maior que o de qualquer mãe por seu bebê. É importante “contemplar” a face feminina de Deus no contexto atual de valorização da figura da mulher, da sua dignidade e direitos próprios, da sua liderança social.
De algum modo o homem e a mulher podem perceber em si mesmos, na intimidade masculina e feminina do ser, que Deus é a fonte, a origem, o sentido definitivo e absoluto da vida. A sexualidade é sagrada. O masculino e o feminino guardam em si algum apelo de semelhança misteriosa e profunda com o Criador. Semelhança presente também na geração humana de Jesus. Ele é o rosto divino do humano e rosto humano de Deus. Os seus traços fisionômicos, as suas linhas psíquicas, o seu DNA eram os do “filho de Maria” (Mt. 2,11; 13,55). Nela e por ela Jesus integrou nossa humanidade no seu ser divino. Fez-se um de nós. Igual a nós em tudo menos o pecado (Hebreus 4,15). A Virgem, esposa do Espírito Santo na geração do Verbo, ao desempenhar suas funções maternas nos cuidados com o Filho, recebia dele dia por dia a sabedoria de viver plenamente para o amor a Deus. O rosto materno de Deus resplandece ainda mais hoje através dela, nas devoções, títulos, festas e romarias e santuários. Ela “não é deusa nem mais que Deus. Mas, depois de Jesus o Senhor, neste mundo ninguém foi maior”.
Não seria de acordo com as passagens bíblicas imaginar Nossa Senhora num mar de rosas. Ela conviveu com as incompreensões das pessoas (Nazaré: Lucas, 4,28). Passou pelas nossas incertezas humanas. Foi até o Calvário. Seu rosto materno de “perpétuo socorro” nos encoraja nas dificuldades e tentações. Nós a veneramos e invocamos como mãe peregrina, discípula modelo e irmã nossa próxima de Deus e de nossa realidade. Confiemos em sua intercessão e bem querer por nós lá no céu!
Que ela nos assista nas provações, dúvidas e desânimos.
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