Ao celebramos os 40 anos da Academia Marial de Aparecida, pensei em refletirmos sobre o significado da imagem da Padroeira do Brasil. Nossa Senhora Aparecida é uma escultura de terracota de pouco mais de 30 cm da Imaculada Conceição, mas qual é a origem da imagem da Imaculada Conceição tão propagada na Península Ibérica e no Brasil?
No interior da Basílica além da Imagem venerada, observamos que o artista Cláudio Pastro destacou como a figura principal do grande painel da nave Oeste, que apresenta a Evangelização no Brasil, a Virgem do Sinal representada pela “mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12, 1).
Painel da Evangelização
Externamente há, na Fachada Leste do Santuário Nacional, um grande mosaico que também nos apresenta exatamente essa passagem bíblica: o capítulo 12 do Apocalipse [...]uma Mulher vestida com sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida e gritava de dor, angustiada para dar à luz.” (Ap 12,1-6).
A Mulher vestida de sol também simboliza o povo único de Deus, o do Antigo Testamento que agora é conhecido no Novo Testamento. A fidelidade divina às promessas envolve o povo e o reveste (sol); apoiado estavelmente sobre as promessas divinas é superior às adversidades do tempo (à lua); as 12 tribos de Israel são a primeira raiz do povo de Deus, raiz que depois se desenvolveu no Novo Testamento, nos 12 apóstolos. As 12 estrelas simbolizam esse acontecimento. Foram inúmeras as identificações ao longo dos séculos a respeito desta figura feminina, mas a mais clássica foi oferecida pela tradição: é Maria que dá à luz o Cristo. O primeiro a fazer essa identificação talvez tenha sido Santo Epifânio, bispo de Salamina nascido nas imediações de Gaza, na Palestina, por volta do ano de 315. A aplicação a Maria da passagem de Apocalipse 12 acontece por ocasião da discussão sobre a Assunção ao céu, sem ter passado pela morte (Panarion o Adversus Haeresis, 78,11).
Fachada Leste do Santuário de Aparecida
Maria, a Mãe de Deus, é assunta ao céu e coroada, é colocada no mesmo nível da glória de Deus e permanece para nós como uma indicação do caminho, a direção para onde estamos indo, como estamos indo e aonde chegaremos. A mulher do Apocalipse pode oscilar entre duas representações: a primeira como a Igreja, o povo de Deus na Terra, perseguida por Satanás, em cujo seio pelo batismo são gerados novos filhos, e a segunda como a Mãe do Messias, Maria, contra a qual se enfurece o poder das trevas que tenta aniquilar o Filho, princípio de Salvação e de Vitória sobre o mal.
As duas interpretações, a eclesial e a mariológica, foram acolhidas pela tradição cristã e é sobretudo a partir do século XII que a interpretação mariológica começa a prevalecer. Adão de São Vítor naquele tempo escrevia: “como o Sol empalidece a Lua e a Lua as miríades de estelas, assim Maria, inigualável, reluz sobre toda a criação”. A beleza e candura Imaculada de Maria são celebradas através da mulher “vestida de sol com a Lua debaixo dos pés e com a coroa de 12 estrelas na cabeça”. Nascem, assim, as famosas imaculadas, esculturas ou pinturas que a partir do século XVI triunfarão na iconografia Mariana.
Contemplando em Maria o grande sinal da solicitude amorosa de Deus para com o mundo, compreendemos que a Igreja e as comunidades cristãs têm a missão de ser hoje, no meio do mundo, expressões desse sinal. Isso acontece na medida em que cada um de nós, vendo-se na Virgem Maria como num espelho, se deixe transformar à sua imagem. Em 8 de dezembro a Igreja celebra a festa da Imaculada Conceição de Maria, lembramos o dogma proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, porém presente na fé cristã há muito tempo segundo o qual Maria foi preservada do pecado original em vista de sua missão de ser a Mãe de Jesus. Maria, concebida por Joaquim e Ana como fruto do amor matrimonial e por Deus preservada do pecado original para tecer em seu ventre Jesus Cristo, nosso Salvador.
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