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Mariofanias - Nossa Senhora de La Salette

Escrito por Academia Marial

17 SET 2022 - 07H00 (Atualizada em 03 OUT 2022 - 09H47)

Nossa Senhora de La Salette
La Salette, França (1846)

Título: Nossa Senhora de La Salette
Festa: 19 de setembro
Aparições: 1 aparição (19 de setembro de 1846)
Videntes: Maximino Giraud e Mélanie Mathieu Calvat
Investigado: 1846
Aprovação: 16 de novembro de 1851 por Monsenhor de Bruillard

La Salette-Fallavaux é uma comuna francesa situada nas cercanias da pequena cidade de Corps, região administrativa de Auvérnia-Ródano-Alpes, no departamento de Isère, na cadeia dos Alpes no Sudeste da França. Corps localiza-se no vale caudaloso do Rio Drac, defronte para o Monte Obiou. Por esta cidade passa a “Estrada de Napoleão”. A estrada foi batizada com este nome pois por ela "transitou o Imperador Napoleão Bonaparte ao voltar do exílio para retomar o poder em Paris. É um dos caminhos entre a França e a Itália. Seguindo por ele, de Corps se passa por La Mure e, ao final de 72 km de distância, se chega a Grenoble, localidade fundada pelos romanos, sede da Diocese, cidade-polo da região e centro universitário de renome”.¹ Localizada a 1.300 metros de altitude e 6 km acima de Corps encontra-se La Salette, formada por doze pequenas aldeias e que contava com 700 habitantes na época da aparição e que sobreviviam da reduzida agricultura familiar e pequenos rebanhos.

“No meio caminho entre Corps e La Salette, uma acanhada garganta (gorge) serve de porta única de entrada para um mundo de rochedos e abismos, de pradarias esparsas e pequenas florestas, com parca terra cultivável. Logo se impõem ao olhar os Montes Gargas e Chamoux, irmãos gêmeos rochosos e robustos que se erguem a 2.300 metros de altitude e formam a grande muralha que circunda La Salette (...). À meia altura, a 1.800 metros de altitude, uma exígua faixa de terra, dita Sous-les-Baisses, ladeada por abismos profundos, liga Gargas e Chamoux ao nanico e gracioso Monte Planeau, caprichoso palco de teatro romano insólito. No sopé do Monte Planeau toma assento La Salette, a 9 Km abaixo do local da aparição de Nossa Senhora”.²

O fato de La Salette coloca diante de nossos olhos a eterna predileção de Deus pelos pobres: Cristo escolheu voluntariamente nascer entre os pobres, porque vinha para lhes anunciar a Boa Nova do Evangelho e que Deus tem um coração de Pai que ama com predileção aos pequenos, aos modestos, aos pobres.³ Dentre estes prediletos, se encontram os videntes de La Salette. Aos 27 de agosto de 1835, nasceu Pierre-Maximino Giraud, natural da cidade de Corps. Maximino era o quarto filho do casal Germain Giraud e Anne-Marie Templeir. A mãe de Maximino faleceu aos 11 de Janeiro de 1837 quando o mesmo tinha apenas um ano e meio de idade. Pouco tempo depois do falecimento de Anne-Marie Templeir o pai do vidente, Germain Giraud, casou-se novamente. Germain dividia o seu dia entre a oficina de trabalho e o bar dedicando pouco ou quase nada de tempo ao filho e à família. A madrasta também não lhes dedicava atenção e carinho e assim Maximino crescia e se desenvolvia sem a presença amorosa da família. Sua madrasta faleceu aos 24 de janeiro de 1848 e “o mal-amado, deixado ao abandono, passaria fome se não fosse a solidária partilha de alimento que um seu meio-irmão, filho do pai com a madrasta, lhe prestava. A primeira infância do menino foi desastrosa. A família mal estruturada não lhe oferecia a afeição familiar de que precisava para o equilíbrio de vida”.4 O pequeno Maximino vivia seus dias a correr atrás dos cavaleiros passantes, sempre na companhia de uma cabra e seu fiel cachorro Lulu. Era analfabeto, não frequentava a escola pois na época não era obrigatório, falava apenas o “patois” que era o dialeto da região e aprendera apenas algumas palavras em francês com os viajantes que passavam pela região. Não frequentava o catecismo e por isso não sabia rezar o Pai Nosso e a Ave Maria. Assim transcorria a vida do vidente na cidade de Corps. Mas tudo irá mudar a partir do encontro com Mélanie, quando os mesmos se tornaram os protagonistas do evento na Montanha Iluminada.

Fraçoise-Mélanie Calvat, também conhecida pelo sobrenome de “Mathieu” nasceu aos 7 de novembro de 1831 na cidade de Corps. Apesar de ser da mesma cidade que Maximino, os mesmos não se conheciam até a chegada daquela tarde do dia 17 de setembro de 1846. Mélanie era a quarta filha dos dez que o casal Pierre Calvat e Julie Barnaud tiveram. Por causa da situação de pobreza da família, muitas vezes as crianças se viam obrigadas a mendigar pelas ruas de Corps. Desde jovem, Mélanie já trabalhava nas famílias da redondeza de Sainte-Luce, Quet-en-Beaumont, La Salette e onde era solicitada como doméstica e pastora de rebanhos, garantindo assim pousada e alimento. Assim como Maximino, Mélanie também não frequentava a escola nem mesmo o catecismo, falava apenas o dialeto da região e algumas palavras em francês. De temperamento muito diferente de Maximino, estava sempre de mau humor e contrariava-se com facilidade.

No domingo que antecedeu a aparição, 13 de setembro, Pierre Selme que era morador de Ablandens, uma das aldeias de La Salette, dirigiu-se até Corps à procura de Germain Giraud, pai de Maximino, que era muito seu amigo, para solicitar os serviços do filho para pastorear seu rebanho e assim substituir o pastor que estava enfermo. Germain hexitou em deixar o filho ir trabalhar longe de casa. Pierre tranquilizou o amigo informando que o garoto iria pastorear o rebanho próximo a uma pradaria onde havia um terreno em que ele, Pierre, também era proprietário. Assim ficaria de olho no rebanho e no garoto enquanto trabalhava na lavoura. Diante do compromisso, Germain permitiu que Maximino partisse com Pierre. Na manhã de 14 de setembro, Maximino subiu ao Monte Planeau com Pierre Selme para conhecer o lugar onde iria pastorear e começava assim a exercer pela primeira vez o serviço de pastor. Assim, transcorreram os dias até a tarde de 17 de setembro, quando ele viu pela primeira vez no Monte Planeau Mélanie Calvat que pastoreava o rebanho de seu patrão Jéan-Baptiste Pra, também morador de Ablandens. Trocaram apenas algumas palavras. No dia 18 de setembro, encontraram-se novamente no Monte Planeau, e durante o pastoreio dos rebanhos tiveram a oportunidade de se conhecerem melhor. Ao final do dia, fizeram uma aposta de quem seria o primeiro a chegar no dia seguinte, 19 de Setembro, com o rebanho no Monte Planeau.

“No sábado, 19 de setembro, bem cedo, as duas crianças sobem as ladeiras do monte Planeau. O sol resplandecia sobre as pastagens… Ao meio dia, no fundo do vale, o sino da Igreja da aldeia toca a hora do Ângelus. Maximino e Melánie voltam a subir pelo vale até a 'fonte dos homens'. Junto à fonte, comem pão e um pedaço de queijo. Outros meninos pastores, que pastoreiam mais abaixo, juntam-se aos dois e passam a conversar. Depois que eles partiram, Maximino e Melánie atravessam o regato e descem alguns passos até os dois assentos de pedras empilhadas, junto à poça seca de uma fonte sem água [...]. Contrariamente a seu costume, as duas crianças se estendem sobre a relva…e adormecem. O clima sob o sol de final de verão é agradável. Nem uma nuvem no céu, calma e silêncio da montanha. Bruscamente Melánie acorda e sacode Maximino! - 'Maximino, Maximino, vem depressa, vamos ver nossas vacas…Não sei onde andam!' Rapidamente sobem a ladeira oposta ao Gargas. Voltando-se, têm diante de si toda a pradaria: as vacas lá estão ruminando calmamente. Os dois pastores se tranquilizam. Melánie começa a descer. A meio caminho se detém imóvel e, de susto, deixa cair o cajado.- 'Maximino, olha lá, aquele clarão!' Junto à pequena fonte, sobre um dos assentos de pedra…um globo de fogo. 'É como se o sol tivesse caído lá'. No entanto, o sol continua brilhando num céu sem nuvens. Maximino corre gritando:- 'Onde está? Onde está?' Melánie estende o dedo para o fundo do vale onde haviam dormido. Maximino para perto dela, cheio de medo e lhe diz: 'Segura o teu cajado, vai! Eu seguro o meu e lhe darei uma paulada se 'aquilo' nos fizer qualquer coisa'. O clarão se mexe, se agita, gira sobre si mesmo. Às duas crianças faltam palavras para externar a impressão de vida que irradia desse globo de fogo. Uma mulher ali aparece, assentada, a cabeça entre as mãos, os cotovelos sobre os joelhos, numa atitude de profunda tristeza”.5

“A Bela Senhora”, como os pastores definiram a aparição, ao perceber que os mesmos estavam assustados, chamou-os para perto dela, a fim de acalmá-los. “Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!” – e continuou: “Se Meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de Meu Filho. É tão forte e tão pesado que não o posso segurá-lo. Há quanto tempo sofro por vós! Se quero que meu Filho não vos abandone, sou inculbida de suplica-lo sem cessar. E quanto a vós, nem fazeis caso! Por mais que rezeis, por mais que façais, jamais podereis recompensar a aflição que sofro por vós. Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo, e não me querem conceder! É isso que torna tão pesado o braço de Meu Filho! E também os carroceiros não sabem jurar sem usar o Nome de Meu Filho. São essas as duas coisas que tornam tão pesado o braço de Meu Filho! Se a colheita se estragar, é só por vossa causa. Eu vo-lo mostrei no ano passado com as batatinhas. Vós nem fizestes caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, juráveis usando o Nome de Meu Filho. Elas continuarão assim, e neste ano, para o Natal, não haverá mais”.6 A mensagem até este momento havia sido dirigida às crianças em Francês. Mélanie faz sinal para Maximino de que nada entendia. A Bela Senhora então questiona as crianças: ”Não entendeis, meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo.” A partir daqui a Virgem repete tudo novamente, porém no dialeto da região, patois. Depois prosseguiu no mesmo dialeto dizendo:

“Se tiver trigo, não se deve semeá-lo. Tudo o que semeardes será devorado pelos insetos, e o que produzir se transformará em pó ao ser malhado. Virá grande fome. Antes que a fome chegue, as crianças menores de sete anos serão acometidas de tremor e morrerão entre as mãos das pessoas que as carregarem. Os outros farão penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão”.7

Ao pronunciar estas palavras a Bela Senhora dirigiu o olhar em particular para cada uma das crianças e falando em Francês confiou-lhes uma palavra pessoal em tom de segredo. Falando primeiramente a Maximino e depois a Mélanie. E prosseguiu com a mensagem em dialeto local: “Se se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados. Fazeis bem vossa oração, meus filhos? “Não muito, Senhora”, respondem as crianças. "Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, dizendo ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria quando não puder rezar mais. Quando puder rezar mais, dizei mais. Durante o verão, só algumas mulheres mais idosas vão à Missa. Os outros trabalham no Domingo, durante todo o verão. Durante o inverno, quando não sabem o que fazer, vão à Missa zombar da religião. Durante a Quaresma vão ao açougue como cães. Nunca viste trigo estragado, meus filhos?", “Não, Senhora”, responderam eles. Então, Ela se dirige a Maximino: "Mas tu, meu filho, tu deves tê-lo visto uma vez, perto do Coin, com teu pai. O dono da roça disse a seu pai que fosse ver seu trigo estragado. Ambos foram até lá. Ele tomou duas ou três espigas entre as mãos, esfregou-as e tudo caiu em pó. Ao voltardes, quando estáveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão dizendo-te: 'Toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele comerá no ano próximo, se o trigo continuar assim.'" Maximino responde: “É verdade, Senhora, agora lembro. Há pouco não lembrava mais”. E a Bela Senhora conclui, não mais em dialeto, e sim em francês: "Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo. E subindo sem se voltar, repete: Vamos, meus filhos, transmiti isso a todo o meu povo!”8 Ao pronunciar as palavras “Vamos, meus filhos, transmiti isso a todo o meu povo”, a Virgem começou a galgar lentamente a barranca sem tocar os pés no chão, deslizava a alguns passos à frente das crianças que a seguia. “Após ficar alguns instantes suspensa entre o céu e a terra, ela ergueu os olhos para o alto e foi desaparecendo lentamente. Maximino apressou-se então para juntar algumas flores, que a bela senhora tinha sob os pés, mas elas sumiram repentinamente”.9

Após desaparecer no firmamento, Mélanie exclamou: "Talvez seja uma grande santa!" Com isso, Mélanie demonstrou que não sabia quem era aquela “Senhora”. Não possuía, portanto, como alegou mais tarde em seus escritos, os dons sobrenaturais que, desde sua infância, a ela Deus teria concedido.10 Ao retornar do pastoreio, Maximino, conta a Pierre Selme que viu uma Bela Senhora no Monte Planeau. Para entender o que se passara naquela tarde, foi com o garoto até a casa de Jéan-Baptista-Pra, patrão de Mélanie, para interrogar a garota sobre o ocorrido. Ao chegar na casa dos Pra, Maximino perguntou a Mãe Caron: “Não vistes a Bela Senhora em fogo, passando pelos ares lá em cima no vale? Ela conversou muito conosco, Mélanie e eu, hoje a tarde”. Mélanie foi chamada e confirmou tudo o que Maximino dissera. Na manhã seguinte, as crianças foram levadas ao reverendo Perrin e relataram tudo. Durante o sermão da missa daquele mesmo dia, o padre Perrin contou o fato aos fiéis que na mesma tarde iniciaram as peregrinações ao local não tendo dúvidas que a Bela Senhora que as crianças viram era a Virgem Maria, Mãe de Deus. Dias após o ocorrido Maximino voltou para casa e contou ao pai tudo o que aconteceu no Monte Planeau. Pode assistir a conversão do pai e principalmente a emoção que via nos olhos do mesmo ao saber que a Virgem Maria teria citado sua pessoa durante a aparição: “Nunca viste trigo estragado, meus filhos? “Não Senhora”, responderam eles. Então, Ela se dirige a Maximino: "Mas tu, meu filho, tu deves tê-lo visto uma vez, perto do Coin, com teu pai”. Mélanie não teve a mesma sorte, sofreu muita opressão ao falar da aparição, sobretudo da parte do pai.

Jonas da Costa Reis
Jonas da Costa Reis
Arte inspirada na imagem de Nossa Senhora da Salette


Em setembro do mesmo ano, Dom Philibert de Bruillard de Grenoble, iniciou um inquérito oficial sobre o fenômeno e a partir de outubro a mensagem da Bela Senhora começa a ser amplamente divulgada. Em agosto de 1848, Padre Rousselot, vigário de Grenoble, foi nomeado como relator das aparições que foram dirigidas à Roma para o Papa Pio IX. Em 3 de julho de 1851, o Cardeal Boland, arcebispo de Lyon, fez com que Maximino e Mélanie escrevessem a próprio punho o segredo dito em particular a cada um durante a aparição. Maximino escreveu sua parte no segredo: “Em 19 de setembro de 1846, vimos uma bela Senhora. Nunca dissemos que esta senhora era a Santíssima Virgem, mas sempre dissemos que era uma bela Senhora. Não sei se é a Santíssima Virgem ou outra pessoa. Quanto a mim, creio que hoje é a Santíssima Virgem. Aqui está o que esta Senhora me disse: 'Se meu povo continuar, o que eu vou dizer a você chegará mais cedo, se mudar um pouco, será um pouco mais tarde. A França corrompeu o universo, um dia será punida. A fé se extinguirá na França: três quartos da França não praticarão mais a religião, ou quase não mais, a outra parte a praticar sem realmente praticá-la. Então, depois disso, as nações se converterão, a fé será reacendida em todos os lugares. Um grande país, agora protestante, no norte da Europa, será convertido; pelo apoio deste país todas as outras nações do mundo serão convertidas. Antes que tudo isso chegue, grandes desordens chegarão, na Igreja e em todos os lugares. Então, depois disso, nosso Santo Padre, o Papa, será perseguido. Seu sucessor será um pontífice que ninguém espera. Então, depois disso, uma grande paz virá, mas não durará muito tempo. Um monstro virá para perturbá-lo. Tudo o que vos digo aqui chegará no outro século, o mais tardar no ano de dois mil.'"11

Mélanie também escreveu sua parte no segredo:

“Mélanie, vou te dizer uma coisa que você não dirá a ninguém: Chegou a hora da ira de Deus! Se, quando você disser ao povo o que eu disse a você até agora, e o que eu ainda vou pedir que você diga, se, depois disso, eles não se converterem (se eles não fizerem penitência, e eles não cessarem trabalhando no domingo, e se continuarem a blasfemar o Santo Nome de Deus), em uma palavra, se a face da terra não mudar, Deus se vingará do povo ingrato e escravo do demônio. Meu Filho manifestará seu poder! Paris, esta cidade manchada por todos os tipos de crimes, perecerá infalivelmente. Marselha será destruída em pouco tempo. Quando essas coisas chegarem, a desordem estará completa na terra, o mundo estará entregue às suas paixões ímpias. O Papa será perseguido por todos os lados, atirarão nele, desejarão matá-lo, mas ninguém poderá fazê-lo. O Vigário de Deus triunfará novamente desta vez. Os sacerdotes e as irmãs, e os verdadeiros servos de meu Filho serão perseguidos, e muitos morrerão pela fé de Jesus Cristo. 
Uma fome reinará ao mesmo tempo. Depois de todos estes terem chegado, muitos reconhecerão a mão de Deus sobre eles, eles se converterão e farão penitência por seus pecados.
Um grande rei subirá ao trono e reinará por alguns anos. A religião florescerá novamente e se espalhará por todo o mundo, e haverá uma grande abundância. O mundo, feliz por não faltar nada, cairá novamente em suas desordens, desistirá de Deus e será propenso às suas paixões criminosas. [Entre] os ministros de Deus e os Esposos de Jesus Cristo, haverá alguns que se desviarão, e isso será o mais terrível. Por último, o inferno reinará na terra. Será então que o Anticristo nascerá de uma irmã, mas ai dela! Muitos acreditarão nele, porque ele alegará ter vindo do céu. Ai daqueles que acreditarem nele! Esse tempo não está longe, duas vezes 50 anos não vão passar. Meu filho, você não dirá o que acabei de dizer a você. (Você não dirá isso a ninguém, você não dirá se você deve dizer isso um dia, você não dirá a que se refere), finalmente você não dirá mais nada até que eu diga para você dizer! Rogo a Nosso Santo Padre o Papa que me dê a sua santa bênção”.12


Em, 6 de julho de 1851, Mélanie reescreveu o segredo para corrigir um erro cronológico que ela identificou em seu original.

As cartas com os segredos foram encaminhadas ao Papa Pio IX por dois mensageiros, Rousselot e Gérin, e arquivadas no Vaticano. Em 19 de setembro de 1851, Dom Bruillard, durante o quinto aniversário da aparição, publicou uma carta pastoral na qual afirma que a Aparição “tem em si todas as características da verdade, e que os fiéis têm razão em acreditar nela sem dúvida e com certeza". No mesmo ano da aprovação, Mélanie tornou-se freira assumindo o nome de Irmã Maria da Cruz com as Irmãs da Província e sendo transferida posteriormente para as Irmãs da Caridade. Em 1 de maio de 1852, Dom Bruillard assina o documento de construção de um santuário no lugar da aparição e cria os Missionários de La Salette para cuidar do Santuário. Em 25 de maio é lançada a pedra fundamental do Santuário. Em 1855, Mélanie foi transferida para o Convento Carmelita Inglês. Sete anos após sua transferência, foi proibida de falar publicamente e retornou à França, ingressando no convento de Marselha. Ali sua identidade foi descoberta tendo que partir para Nápoles. Em Nápoles, ela escreveu o segredo para a Ordem dos Apóstolos dos Últimos Dias (homens) e Ordem da Mãe de Deus (mulheres). Em 1 de março de 1875, faleceu Maximino Giraud, o vidente de La Salette. Maximino entrou para a o seminário mas faleceu antes de sua ordenação. Mélanie faleceu em Nápoles aos 15 de dezembro de 1904. Em 1923, o segredo escrito em 1879 foi colocado no Index of Forbidden Books. Em outubro de 1999, o padre Michel Corteville descobriu nos arquivos do Vaticano a cópia do segredo escrito em 1851.

Vinícius Aparecido de Lima Oliveira 
Associado da Academia Marial de Aparecida

Bibliografia:

1. FASSINI, Atico. A mensagem da Bela Senhora da Salette: leitura pastoral. Primeira Edição. Concórdia, Santa Catarina: Grafica e Editora SulOeste, janeiro de 2020.
2. FASSINI, Atico. A Montanha Iluminada: o fato de La Salette. Primeira Edição. São Paulo: Edições Paulinas, 2016.
3. Os prediletos de Deus. Movimento Apostólico de Schoenstatt, 2017. Disponível em: https://schoenstatt.org.br/2017/07/09/prediletos-de-deus/. Acesso em: 4, setembro de 2022.
4. FASSINI, Atico. A Montanha iluminada: o fato de La Salette. Primeira Edição. São Paulo: Edições Paulinas, 2016. pag. 26.
5. A história da aparição de Nossa Senhora da Salette, Santuário Salette - São Paulo, 2022. Disponível em: . Acesso em: 4, Setembro de 2022.
6. RAMOS, Marcelino. A Mensagem da Bela Senhora. Santuário Salette, 2022. Disponível em: . Acesso em: 4, Setembro de 2022.
7.idem
8.idem
9.idem.
10. Cf. Carlier, Louis MS, Historie de l’Apparition de la Mère de Dieu sur la montagne de La Salette, 9. ed., Desclée de Brouwer ete Cie., Lille, 1914, nota 2, p. 24-25.
11. O segredo de Nossa Senhora de La Salette para Maximin (1851). The Miracle Hunter, 2022. Disponível em: http://www.miraclehunter.com/marian_apparitions/approved_apparitions/lasalette/secret-of-our-lady-of-lasalette-to-maximin-1851.html. Acesso em: 4 Setembro de 2022.
12.O segredo de Nossa Senhora de La Salette para Mélanie (versão de 1851). The Miracle Hunter, 2022. Disponível em: http://www.miraclehunter.com/marian_apparitions/approved_apparitions/lasalette/secret-of-our-lady-of-lasalette-to-melanie-1851.html. Acesso em:4, Setembro de 2022.

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