Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos

Mulheres no seguimento de Jesus: fé incondicional

mulheres seguiam Jesus

O calendário ocidental celebriza a data 08 de março como o dia internacional da mulher. O feminino, com sua ampla gama de enfoques conceituais e reais, tornou-se um campo de descoberta no conhecimento, sobretudo a partir da segunda metade do século 20º. Nesses 20 séculos da história, a Igreja católica destacaou  incontáveis figuras femininas atuantes e imprescindíveis na construção de uma sociedade igualitária. A mulher conquista influência, poder e espaço. Afirma-se na consciência de sua dignidade. A Igreja já viu nesse fato um “sinal dos tempos”.

A fé cristã contribuiu mais que as outras religiões na defesa da condição feminina: o “ser mulher”. No Evangelho a mulher desempenha um protagonismo religioso exemplar. No entanto a Igreja restringe aos homens a hierarquia no governo e no culto, impedindo uma presença feminina mais ativa.Ora, a dignidade da mulher tem origem comum com a do homem. Está acima do seu papel social. É inerente ao seu ser, pois foi criada como filha de Deus e é chamada a comunhão plena com Ele. Comum aos dois gêneros a dignidade não deriva do dinheiro, prestígio, poder ou funções sociais privilegiadas. Ela se realiza no ‘servir’!

O projeto de Deus para nos salvar atingiu sua plenitude através do serviço de Jesus e Maria. Ela, prontificando-se a ser a serva do Senhor. Ele, vindo a nós por ela, para servir. A maneira de ser de Jesus e o seu ensino libertavam as mulheres das marginalizações. O modo como Ele as via e acolhia introduziu uma grande novidade na cultura dominante, pois até os discípulos se admiraram ao verem o Mestre conversando sozinho com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó. (Jo. 4,27). Por sua vez mulheres presentes nos relatos do Evangelho professaram uma fé incondicional em Jesus. Lucas, Marcos e Mateus narram o episódio comovente da mulher que por 12 anos sofria de hemorragia e gastara tudo com os médicos sem se curar. Impelida pela fé pensou que se apenas tocasse o manto de Jesus ficaria livre da doença. Foi o que aconteceu e Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz” (Lc. 8,48). Dramático e perturbador foi o pedido da mulher siro-fenícia (cultura grega) para Jesus salvar sua filha do demônio. Mostrou humildade e perseverança admiráveis até ser atendida. A presença feminina no discipulado fica realçada por Lucas: muitas mulheres acompanhavam Jesus pela Galiléia e colaboravam com seu ministério, “prestando-lhe assistência com seus bens”. (8,1-3). A fé incondicional as conduziu até o Calvário (23,27; 49) ao sepultamento (23,55) e, enfim, ao anúncio da ressurreição do Mestre (24,22).

Bendita entre todas as mulheres Maria ao dizer sim à Palavra de Deus tornou-se a Eva da Nova Aliança. É a mulher ícone da fé incondicional no Novo Testamento. O gesto solidário dela nas Bodas de Caná antecipou o primeiro milagre de Jesus e consumou-se junto à sua cruz. É a mãe que Jesus nos confiou para nos guiar e confortar na peregrinação da fé até “novos céus e nova terra”.

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