A Igreja revive na liturgia do Advento, tempo inicial do seu calendário, todo o significado da vinda de Jesus, o Messias. A re-leitura litúrgica das etapas da história da salvação por Ele realizada é chance de robustecer a fé cultivando a atitude da espera. No passado o povo bíblico viveu também cheio de expectativa a vinda do Messias. Foi uma espera tanto mais ansiosa quanto maiores eram as injustiças sociais, a opressão sofrida no exílio e nas infidelidades à Aliança com Deus. Hoje o Advento ajuda nosso empenho por uma vida espiritual consciente e madura. Durante quatro semanas pensamos nas duas vindas de Jesus. Nas duas primeiras meditamos na segunda vinda: a volta do Filho do Homem como juiz definitivo da história. Nas duas últimas semanas do Advento a liturgia nos faz esperar a primeira vinda de Jesus: a do seu natal na carne.
Viver de fato a fé em Cristo e na Igreja requer a postura vigilante da consciência: estar sempre em guarda! Estar de sentinela! Esse estado de espírito que norteia e guia comportamentos, modos de ser, opções – necessário a vida inteira- é cultivado intensamente no Advento. Esperar já é entrar no caminho do encontro com Jesus. A espiritualidade do Advento não nos propõe somente recordações históricas e nem vivências apenas tradicionais para festejar o Natal. As orações nesse tempo litúrgico despertam em nós o senso crítico aguçado e precavido face ao marketing do consumismo e atrações novidadeiras. É preciso sermos capazes de enfrentar as mentiras, os enganos, as tentações do mundo atual. A nossa sociedade nos oferece aqui e ali caminhos que parecem nos fazer felizes e, no entanto não passam de ilusões.
Antes de sua gravidez extraordinária Maria viveu a expectativa geral do povo sobre o Messias. Depois, acima do desejo de ser mãe ela viveu na espera do “tempo de Deus”: o cumprimento da promessa do Senhor que a convidara a gerar o “Filho do Altíssimo”. Virgem da espera vigilante ela é ao mesmo tempo a mãe do Advento porque o viveu antes de todos nós. Por isso, é olhada como ícone da Igreja, ou o retrato vivo daquilo que devem ser os discípulos (as) do seu Filho. O amor que a levou a abandonar-se totalmente nas mãos de Deus inspira, ajuda e sustenta o nosso crescimento espiritual nesse momento do calendário cristão. Ninguém esperou Jesus mais do que ela! Pensando e sentindo como Maria imitemos o seu modo de rezar! Comparando o modo de ser da Virgem-Mãe com o nosso nas dificuldades e a sua oração com a nossa nas incertezas, nós nos perguntamos: temos fé em Deus ou em nós mesmos? Será que estamos de fato esperando o Natal em oração esperançosa? Por meio de Maria Jesus chegou até nós. Por meio dela podemos desejá-lo, esperá-lo e ir ao seu encontro hoje.
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