Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 26 MAR 2019 - 13H34

Não nos deixeis cair em tentação (Série Pai Nosso)

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Tentação difere de provação?

Suportar provações é positivo: pode amadurecer e fortalecer alguém. Ceder às tentações é negativo, abre a porta para a corrupção. Elas devem ser evitadas e não banalizadas como o faz a mídia, a ponto das pessoas não saberem mais o que é certo ou errado.

Mas, é possível a reação positiva de resistência às ocasiões de pecado. As tentações nos tornam mais humildes quando descobrimos nossas fraquezas e mais gratos a ajuda de Deus.

São Tiago escreveu: “Cada um é tentado pela própria concupiscência que alicia e seduz” (Tg. 1,12-14). São Paulo faz breve elenco de “obras da carne” que nos opõem às inspirações do Espírito: “imoralidade, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódios, brigas, ciúmes, cobiça, discórdias, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes…” (Gl. 5,20-21). São infindas as “coisas semelhantes” tentadoras.

Jesus nos recomenda vigilância e nos propõe o discernimento orante. “Vigiai e rezai para não cairdes em tentação” (Mt.26,41).

Caso contrário, desprezamos o 2º pedido do Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”. E dele nos excluímos. Como enfrentar tentações? Elas se aninham no coração egoísta e se oferecem no terreno movediço do egoísmo coletivo.

Proibições, normas, restrições, etc. podem não favorecer a tática espiritual de vigilância e oração dada por Jesus. Vantagem maior é cultivar o esforço virtuoso mediante o amor solidário, a bondade, o autodomínio, a paciência, sempre atentos aos convites interiores da Graça. Ela nos convida inúmeras vezes a ter a disposição do terceiro pedido do Pai Nosso: “Seja feita a vossa vontade”.

Centrados em nós, apegados às nossas inclinações carnais, deixamo-nos seduzir facilmente entrando na onda do “eu gosto”, uma característica inebriante do consumismo atual. Fica tudo justificado nas relações com os outros quando o “gosto pessoal” é que determina as opções. Esse mecanismo social que isola o “eu” contrapõe-se à prática fraterna proposta no 4º e 5º pedido: O pão nosso da cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas como perdoamos… Contra os “arrastões” imorais da moderna sociedade de consumo, poder e prazer, o discípulo-missionário de Jesus vive numa terra de exílio. Precisa “fortalecer as mãos enfraquecidas e firmar os joelhos vacilantes” (Isaías, 35,3). A luta para escapar da teia de maldades e corrupção que nos asfixia é ingente e sem tréguas. Iniciando o seu ministério, cheio de filial amor a Deus, o Abbá (papai), Jesus suportou provações/ tentações no deserto. O evangelho (Mt. 4, 1-11) faz um paralelismo entre Jesus e o povo hebreu liderado por Moisés no Êxodo. Provados, Moisés e o povo falharam. Jesus venceu, com jejum e oração. São Paulo escreve aos Hebreus: “Jesus que sofreu a provação é capaz de prestar socorro aos que são provados”. (Hb. 2,18).

 

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