A prática de oração à Maria vem desde os tempos primórdios da Igreja, já era comum a recitação da palavra do anjo Gabriel: “Ave Maria! cheia de graça!” (Lc 1, 28), quando os cristãos desejavam venerar a mãe do Salvador. No entanto, é datada por volta dos séculos XII e XVI a evolução histórica do rosário. São Domingos (1170-1221) foi um dos maiores propagadores dessa prática de devoção. Mas é no século XV que temos o primeiro testemunho sobre a mudança do simples saltério da ave-maria para o saltério incorporado da meditação dos mistérios de Cristo. E em 1569 o papa Pio V, em sua bula Consueverunt romani Pontífices, “consagrou uma forma de rosário alcançado em um momento áureo da sua evolução, que substancialmente é a forma em uso nos dias de hoje”. (DM 1138).
O nome rosário vem do latim rosarius – relativo às rosas, e foi chamado assim devido à prática popular de coroar Maria com rosas no final do saltério. O valor espiritual do rosário consiste na característica de ser: uma oração simples e profunda. Uma oração contemplativa que educa o espírito humano à meditação dos mistérios da vida de Cristo, e sua intrínseca relação à compaixão de Maria nos momentos de alegria e dor. Uma oração catequética, pois apresenta e ensina, com um método simples, o núcleo do conteúdo da fé católica. Uma oração que respeita os ritmos da vida, uma vez que harmoniza a disposição corporal com o movimento do espírito que, por sua vez, produz frutos de paz e serenidade diante das tribulações da vida. Uma oração criativa que ajuda comparar os nossos sentimentos com os de Cristo durante a meditação de cada passo, desde o mistério da Encarnação até o mistério da Ressurreição. E, por fim, uma oração que introduz a liturgia por sua natureza comunitária, cristocêntrica e bíblica. É nesse sentido que o Papa Paulo VI diz no seu documento Marialis Cultus: “O rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica” MC 61
Com as aparições de Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Fátima o rosário recebeu um olhar ainda mais vital, ainda mais urgente, ainda mais preciso! Os benefícios pessoais, comunitários e globais que se alcançam por meio dele têm revelado aos fiéis que a oração amorosa é graça abundante do mistério entre a mãe e o Filho em nossas vidas. Assim como as rosas têm seus espinhos, a coroa de rosas de Maria e a coroa de espinhos, que o nosso pecado deu ao seu Filho, se complementam numa só coroa – o Rosário.
Ana Alice Matiello
Associada à Academia Marial de Aparecida e Mestra em Ciência da Religião -UFJF
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