Este dogma refere-se à Maria sempre virgem: antes, durante e depois do parto e sua concepção milagrosa. Os cristãos dos primeiros séculos proclamaram essa convicção de fé mediante a palavra grega “aeiparthenos” – “sempre virgem”, criado para qualificar de modo particular e eficaz a pessoa de Maria. No ano 649, durante o Concílio de Latrão, o Papa Matinho I assim afirmou: “Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”.
“Tendo-Se encarnado na santa gloriosa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, nasceu dela” (DS 422)
A expressão “sempre Virgem” é retomada pelo II Concílio de Constantinopla (553), que afirma: o Verbo de Deus, “tendo-Se encarnado na santa gloriosa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, nasceu dela” (DS 422). Esta doutrina é confirmada por outros dois Concílios Ecumênicos: o Lateranense IV (1215) (DS 801) e o Concílio de Lião (1274) (DS 852), e pelo texto da definição do dogma da assunção (1950) (DS 3903), no qual a virgindade perpétua de Maria é adotada entre os motivos da sua elevação, em corpo e alma, à glória celeste.
Podemos observar, nos textos da Sagrada Escritura, as várias citações de Maria virgem:
“A virgem conceberá e dará a luz a um filho.” (Is 7, 14)
“O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem, o nome da virgem era Maria”. (Lc 1, 26)
“Como será isso, pois não conheço homem algum?". “O Espírito Santo virá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”.” (Lc 1, 34-36)
- “José… não temas receber Maria, porque o concebido nela é obra do Espírito Santo”. (Mt 1, 20).
Ainda, de acordo com o Magistério: em todos os Símbolos Apostólicos se declara a Fé quando se diz: “Creio em Jesus Cristo… que nasceu da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo” (cf. DZ. 4,5,6,7,19,282). Os Concílios e declarações pontifícias expressam com unanimidade esta verdade. A Sagrada Tradição também nos afirma essa verdade, por meio de escritos dos santos, por exemplo:
“Se com o nascimento de Jesus se houvesse corrompido a integridade da mãe, não haveria nascido de uma virgem, e, portanto, toda a Igreja professaria falsamente que havia nascido de uma virgem”. (Santo Agostinho).
“Era necessário que na restauração de Adão por Cristo, a desobediência virginal de Eva fosse desvirtuada e suprimida pela obediência virginal de Maria”. (Santo Irineu)
A virgindade perpétua de Maria Santíssima é um milagre operado por Deus e um privilégio concedido e intimamente ligado ao da maternidade divina.
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