Catequese

Outubro, mês do Rosário

Escrito por Pe. Jonas Eduardo G. C. Silva

01 OUT 2015 - 09H05 (Atualizada em 29 SET 2021 - 13H30)

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“O Rosário é minha oração predileta”
(Papa São João Paulo II)

Estamos em épocas de mudanças, ou, como preferem alguns, em mudança de época... Neste contexto, é comum nos depararmos com posições diametralmente contrastantes, conflituosas; de um lado, uns absolutizam determinadas ideias ou práticas; de outro, há os que as condenam e abandonam. É preciso cautela. Um exemplo típico é a prática devocional do Rosário ou Terço Mariano, que, para a Igreja Católica, continua sendo uma válida expressão da espiritualidade cristã e mariana, sempre que rezado na fé, humildade e caridade.

Desde o século IV se usa a saudação do arcanjo S. Gabriel (Lc 1,28) como forma de oração. A partir do século XI, grandes doutores da Igreja, como S. Pedro Damião, Alberto, Tomás e Boaventura, redigiram célebres sermões sobre a “Ave Maria”. O Eremita Aybert de Hainaut (+1140) recitava todos os dias 150 Ave-Marias. S. Domingos recebeu de Deus a missão de propagar a devoção do Rosário, praticamente com a forma atual, o que desde 1214 tem feito parte da missão da Igreja. Numa evolução posterior, em 1475 o Bem-aventurado Alano de Rupe estabeleceu, para cada dezena, a meditação de um episódio da vida de Jesus ou de Maria.

Estamos, portanto, diante de uma forma devocional de pelo menos 8 séculos! Será que continua válida? Há diversos motivos que a justificam:

  • O recente Diretório sobre piedade popular e liturgia do Vaticano (ano 2002) destacou a importância do Rosário como “uma das mais excelentes orações à Mãe do Senhor” (n. 197), que, se bem recitado, pode assumir até um “tom celebrativo” (n. 199). Naquele mesmo ano, o Papa João Paulo II criava os mistérios da luz, que percorrem etapas da vida pública de Jesus (cf. Carta Apostólica O Rosário da Virgem Maria, n. 21).
  • O Concílio Vaticano II (1962-65) recomendou os “exercícios de piedade para com Maria” (Lumen gentium, n. 67), frase que, em 1966, o Papa Paulo VI interpretou com relação ao Rosário. Um dos frutos do Concílio foi a redação do Catecismo da Igreja Católica (1992/7), que reconhece como legítima expressão do culto mariano a oração do “santo Rosário” (n. 971; cf. 2678; 2708). Outro fruto é o novo Manual de Indulgências (1999), em que a Igreja concede graças especiais a quem rezar o terço, na qual se inclua uma prece na intenção do Papa (Concessões, n. 17).
  • Desde 1261 (Papa Urbano IV) os papas, sucessores de S. Pedro, têm recomendado, em tom oficial ou pessoal, a oração do terço. A festa em honra do Rosário no mês de outubro está associada aos Papas S. Pio V (1521/71), Gregório XIII (1573) e Clemente XI (1716). O Papa Leão XIII é considerado o Papa do Rosário, pois nos legou pelo menos 45 documentos sobre o tema! O Papa Bento XVI recomendou que os mistérios do Rosário sejam acompanhados por “breves trechos da Bíblia” (Exort. apost. Verbum Domini, 2010, n. 88).
  • Na vida dos santos e santas, é muito presente a oração do terço mariano. S. Luís M. Montfort praticava e promovia esta devoção, afirmando: “O Rosário é uma grande coroa de Rosas”. S. Maximiliano Kolbe dizia: “Quantas coroas, tantas almas salvas”. Aprendemos com eles que rezar o terço é um dom do Espírito Santo, como escreve Jean Lafrance (O terço do Rosário). Os teólogos observam que, “assim como a liturgia, o rosário também tem índole comunitária, nutre-se da Escritura, gravita em torno do mistério de Cristo” (in De Fiores-Meo, Dicionário de Mariologia, Paulus: 1995, p. 1141).
  • Rezar o terço é uma ótima escola de oração, sobretudo em grupo, pois através dela nos exercitamos na oração vocal e mental, bíblica e devocional. Quantos benefícios (paz, proteção, perseverança...) homens e mulheres, de todas as raças e condições, têm colhido nestes 8 séculos! Não é à toa que a própria Mãe de Deus, em diversas aparições (“mariofanias”), recordou pessoalmente a toda a Igreja o valor desta forma de oração, como em Lourdes, 1858 (aparecia sempre com o Rosário), e em Fátima, 1917 (onde implorou: “Rezai o rosário/terço todos os dias”).

Faça você a experiência: invoque o Espírito Santo e reze sempre que puder o Terço Mariano!

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