Por Academia Marial Em Catequese Atualizada em 02 OUT 2017 - 11H04

Sob o amor materno de Maria

Sob o amor materno de MariaO amor materno de Maria por nós faz parte de uma longa tradição da piedade cristã. Desde os Evangelhos, Maria Mãe de Jesus é considerada com veneração. Mas é preciso notar diferentes aspectos neste assunto. Há três lados fundamentais da Bíblia e tradição cristã que podem servir de guia para entendermos bem o amor materno de Maria hoje.

Primeiro, Maria e José e os parentes de Jesus representam o povo, em geral, chamado a seguir o Mestre e assumir as grandezas que Jesus veio anunciar. No relato da perda de Jesus no Templo, a resposta de Jesus não entendida por seus pais aflitos foi esta: “Não sabíeis que devo estar naquilo que é do meu Pai?” (Lc 2,49). Na vida adulta, Jesus não esconde a primazia do Evangelho sobre os parentescos. É conhecida a passagem: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?”; e Jesus mesmo responde: “Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (cf. Mc 3,31-35; Mt 12,46-50; Lc 11, 27-28). Em síntese, Maria a Mãe de Jesus também é uma discípula, que aprende o Evangelho de Jesus.

Segundo, vemos que os Evangelhos, desde sua formação, também reconhecem Maria como protótipo de discípula, aberta à Palavra de Deus, confiante e fiel nos mais diferentes momentos. E, assim, ela é proposta como figura da comunidade que cultiva a memória dos ensinamentos de Jesus (“ela guardava tudo em seu coração”, Lc 2,51); transmite esses ensinamentos (“Fazei tudo o que Ele vos disser”, Jo 2,5); torna-se referência afetiva e espiritual de quem se une em oração e busca de Deus (“Todos perseveravam unânimes na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria Mãe de Jesus”, At 2,14); e assim se torna a representação da Mãe espiritual de todos que querem seguir Jesus (Ele disse: “Mulher, eis o teu filho”; e ao discípulo: “Eis tua Mãe”, Jo 19,26-27).

Terceiro, a Igreja no séc. 4, para esclarecer sobre a filiação divina de Jesus, perguntava se Ele foi divino desde sua concepção ou se foi feito Filho de Deus depois de nascido. A resposta veio com o dogma afirmando que Maria concebeu o Filho de Deus. Embora o foco desse dogma seja a divindade de Jesus, ganha evidência a afirmação de Maria como Mãe de Deus, além de nossa Mãe espiritual.

Desta abreviada anotação podemos aprender que o amor materno de Maria é proteção e conforto; mas não se reduz a isto; ela nos mostra o Amor grandioso de Deus e nos ensina a assumir seus caminhos na coerência da fé. A pedagogia diz: mãe que só protege, não prepara os filhos para a vida. Assim, o amor materno de Maria protege, incentiva, ensina a caminhar e caminha conosco. Como diz a música: “Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem!”. ​ 

Pe. Márcio Fabri dos Anjos, C.Ss.R.

Fonte: Revista de Aparecida

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