Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 02 OUT 2017 - 13H05

Escolhidos e enviados em Cristo.

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Domingo! Dia que faz a diferença entre um cristão fiel e um materialista. Dia da vitória do espírito sobre a matéria infectada pelo vírus do pecado. No seu corpo crucificado Jesus triunfou sobre a morte e sua raiz, o pecado, sendo glorificado por Deus. Não sendo pecador foi tratado como tal em nosso lugar e agora é nosso avalista perante a justiça de Deus. O Espírito Santo de Jesus renova em cada um de nós a experiência do Deus vivo na escuta de sua Palavra e na comunhão do pão eucarístico. Palavra e Eucaristia abrem novos caminhos, horizontes e perspectivas a quem procura viver com dignidade, decência e justiça. Por isso, é pressionado pela violência, imoralidade, ambição e egoísmo, mas sabe-se escolhido e enviado por Jesus.

Gozar a doce paz do domingo com a família, com os irmãos e irmãs da comunidade cristã, é uma verdadeira libertação. Experimentar o bem estar espiritual próprio do domingo cristão, é restaurar em nós o desgaste do espírito. É recuperar os valores religiosos. É também capacitar-nos como evangelizadores! Cristãos, chamados a seguir Jesus, a anunciar e propor através do testemunho de vida santa o seu ensino. Nossa tarefa é ser “luz do mundo e sal da terra”. Ela nos faz responsáveis por uma sociedade melhor, menos violenta, menos desigual na partilha dos bens.

O texto evangélico oferecido à reflexão no 15º domingo comum, ano B, é de Marcos. E nos informa que Jesus quis escolher e enviar um grupo de doze discípulos. Chamou-os para conviverem com ele em vista da sua missão: anunciar a vida nova e libertar as pessoas do mal. Leia: Marcos, 6, 7-13.

Escolhidos por Jesus, os doze homens conviveram com Ele que os ensinava a falar das coisas de Deus e a despertar esperanças de libertação nas pessoas afligidas por tantos males e sofrimentos. Aqui, Marcos os menciona dando mais atenção ao que eles iam fazer. Foram encarregados por Jesus de percorrer em missão os lugares e povoados. Um grupo missionário itinerante. Essa experiência missionária ocorreu certamente após algum tempo de convivência do grupo com o Mestre.

Ficamos sabendo como Jesus queria que seus discípulos procedessem cumprindo o encargo missionário. O anúncio da Palavra e o trabalho em seu nome exigiam deles uma conduta desligada de objetivos materiais. Deviam mostrar dedicação interior e independência das preocupações com as coisas: dinheiro, roupa, calçado. Ser e agir como pessoas livres, a serviço integral da missão. Jesus associou os doze escolhidos ao seu ministério repassando-lhes a sua própria autoridade. Por isso, os discípulos enviados deveriam viver e agir no mesmo estilo do Mestre. Com pobreza, desapego, confiança total da Providência do Pai celeste. Vida desinstalada e comportamento de peregrinos. Ter o perfil de pessoas livres e inteiramente disponíveis ao serviço de Deus. “Enviou-os dois a dois”: na missão um apoia o outro, pois ela não é empreendimento individual, mas tarefa comunitária. É serviço prestado em comunidade e em nome da comunidade reunida por Jesus. Hoje também ninguém é missionário de si mesmo, como cristão. Todo trabalho pastoral e toda ação evangelizadora na Igreja é obra da comunidade. É fruto da soma de forças.

Outro detalhe esclarecedor do texto está no v. 12: “Os doze partiram e pregaram que todos se convertessem”. Converter no sentido do Evangelho não é fazer proselitismo religioso. Não é forçar as pessoas a seguir uma “religião”. Pregação convertedora é conscientizar sobre as propostas do Evangelho. Oferecer a todos os seus valores morais como solução também dos problemas terrenos. Mas, não só por isso; nem em vista disso. E sim por causa de uma “vida nova” que vem a nós com o amor de Deus, com a inauguração do seu Reino, na maneira de ser e de agir de Jesus Cristo. Quem encontrou e aderiu a Jesus se encantou com Ele. Faça o que fizer procederá como discípulo-missionário, sensível às aflições e carências do povo.

              Maria, a primeira discípula-missionária de Jesus

O chamado vocacional de Maria precedeu o dos doze apóstolos e demais discípulos. Ela seguiu Jesus antes de conhecê-lo. Aceitou os desafios inesperados que mudavam todas as suas perspectivas, projetos e sonhos de vida. E mais: de certo modo a mãe preparou a missão do Filho, introduziu-o no serviço missionário do Senhor. Por outro lado, aprendeu dele - o missionário do Pai- quais eram as tarefas e cuidados a se entregar para descobrir e cumprir “o mistério de sua vontade” (Efésios, 1,9). Ela teve que desapegar-se não só do conforto de bens materiais, mas até do próprio Filho no caminho da obediência como sua primeira discípula. (Lc. 2,49). Por isso, na Igreja “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho, e formadora de missionários... Hoje, para enfatizar o discipulado e a missão, é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo”. (Documento de Aparecida, nºs 269-270).

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