Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 25 MAR 2019 - 17H25

O Joio e o Trigo

Trigo

O confronto com a Palavra-lição de Jesus no evangelho propõe que vivamos o respeito que Deus tem para com cada pessoa. Pela liberdade, pelo ritmo pessoal no caminho da fé, pelo amadurecimento vagaroso na prática da religião e da justiça. Através de parábola, Jesus ensina a sua Igreja e a todos nós, a tolerância com os defeitos dos outros. Ensina a paciência até mesmo com os que atrapalham, aos que criam dificuldades ao crescimento religioso e moral da sociedade como um todo.

            Mesmo dentro da comunidade, mesmo na Igreja encontramos situações, fatos e pessoas que parecem emperrar a caminhada. Outros causam até escândalos! Com seu comportamento nada recomendável na vida social, vem também à igreja sem mostrar nenhum desejo de conversão. Quem sabe até comungam!

            Enfim, o cristão (ã) cheios de boa vontade são tentados a impacientar-se com o mal, a maldade presente por toda a parte, boicotando aqui e ali o esforço dos bons e justos. A palavra de Jesus questiona esse nosso comportamento e confronta-o com o jeito de ser de Deus, inclusive para conosco!

            O poder de Deus não se manifesta de modo autoritário e policialesco do poder humano. Parece até que nem existe, às vezes, em face à tanta maldade e impunidade dos maus. Jesus alerta seus discípulos: Deus tem muita paciência e tolerância com os maus e com os homens injustos, inclusive nós, porque sabe que seu reinado de justiça está garantido como um colheita esperada!

            As parábolas de Jesus são um recurso literário de linguagem simples e fácil compreensão. Por elas o evangelho facilita nossa compreensão dos aspectos misteriosos do agir de Deus. Deus, revela Jesus, não imita nossos juízos e esquemas de julgamentos em relação aos outros. A sua é uma justiça bem mais tolerante, pacienciosa, contemporizadora... que a dos homens!

Por isso, Jesus quer que sua Igreja seja tolerante e paciente, até mesmo com as seitas que talvez a ataquem! Além disso, Jesus mediante a parábola do joio semeado no meio do trigo, nos convida a nunca desanimar por maior que seja a maldade ao redor de nós. Outro aspecto ainda da parábola do joio que cresce misturado junto ao trigo. O joio foi semeado por um inimigo que, naturalmente, tinha a intenção de prejudicar o dono da plantação. Mas não prejudicou porque, no fim veio a colheita e ambos foram colhidos.

            Só o trigo foi aproveitado; o joio – a má semente – foi segregado e queimado! Está aí um aviso do juízo final. É lá que é a hora da verdade. É falta de confiança no poder de Deus pensar que a Igreja está sendo vencida por seus adversários, donos de poderosos meios de comunicação. Ou de muito dinheiro! Como também é falta de confiança em Deus, o desânimo em meio às dificuldades! Parece que não vale a pena ser honesto, ser justo, fazer o bem, praticar a religião: não muda nada... E os desonestos, os injustos, os descrentes sempre aproveitando!

            A parábola está ai, confrontando modos de ser: o de Deus e o nosso! Deus deixa coexistirem bons e maus; justos e injustos; honestos e desonestos... Em geral, nós gostamos que os outros sejam tolerantes e pacientes conosco e com nossos defeitos. Mas somos muito pouco pacientes com a pessoa que erra, que falha nas obrigações do nosso interesse!

Contemporizar, esperar, ter paciência, ser flexível com as pessoas, principalmente quando erradas, não é do nosso feitio, do nosso jeito de pensar e ser!

            Ora, Deus é paciente! Não tem pressa em punir e corrigir, aguardando a conversão do pecador, do faltoso, do injusto. É desse jeito que o seu Reino cresce entre os homens! Entre nós, se uma autoridade exerce o poder com tolerância, sem pressa de punir, é tida como fraca, sem pulso. Principalmente na política, onde o princípio comum é: aos amigos tudo; aos adversários, o rigor da lei!

            Jesus nos mostra um Deus que não tem gosto pelo poder político. Mas é poderoso infinitamente. A Bíblia revela o poder e a grandeza de Deus, por seus gestos de magnanimidade e não por seus atos de força!

            Preste muita atenção e procure, você mesmo, deduzir os muitos ensinamentos práticos da parábola do joio que cresce misturado ao trigo! Coloque-se na perspectiva da colheita final, que vai expressar a justiça de Deus. E nessa perspectiva, você é a má semente ou a boa semente do reino dele? Aproveite a chance do domingo. Cultive sua conversão!

            Que Maria nossa Mãe seja o nosso modelo na prática do bem!

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